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FUTEBOL
Jogadores trocam cabeçadas em campo após equipe fraquejar, mas Noroeste falha nas conclusões e perde em Bauru
Palmeiras triunfa com discussões e sorte
DA REPORTAGEM LOCAL
Não é raro ver Emerson Leão
reclamar de infortúnios que vez
ou outra tiram seu Palmeiras do
rumo e prejudicam o resultado final de uma partida. Mas na tarde
de ontem, em Bauru, quem deixou o campo com a sensação de
que tudo conspirava contra uma
vitória foi o Noroeste.
O placar de 3 a 1 que o time da
capital construiu para alcançar 26
pontos (mesmo número do líder
São Paulo, que leva vantagem no
saldo de gols) não revela o que
ocorreu no gramado.
A equipe do interior perdeu um
dirigente pouco antes do jogo,
saiu em desvantagem, reagiu, encurralou o adversário, encostou
no marcador. Palmeirenses ficaram exaltados, brigaram, pareciam atordoados. Quando tudo
caminhava para um final problemático, o time conseguiu a vitória
com um atleta que costuma terminar partidas como vilão.
Essa sucessão de desventuras
dos interioranos começou antes
do apito inicial. Celso Odair
Zinsly, diretor de futebol do Noroeste, queria mais espaço para
entusiastas de sua equipe nas arquibancadas. Após discutir com
policiais, sofreu infarto. Morreu
minutos depois, no hospital.
Nada de boas notícias também
com a bola rolando. Letal como
poucas vezes nesta temporada, o
Palmeiras balançou as redes duas
vezes em 15 minutos. Ricardinho
abriu a contagem logo aos 3min,
após cruzamento de Edmundo.
Doze minutos depois, Correa,
em cruzamento preciso que lembrou as assistências do paraguaio
Arce, colocou a bola na cabeça de
Douglas. No marcador, 2 a 0.
A vantagem obtida de forma tão
precoce bem que poderia fazer o
adversário desanimar. Mas teve
efeito contrário. O Norusca, como
o time é conhecido, despertou e
passou a dominar o confronto.
Quem comandava a reação era
Leandrinho, atacante serelepe de
22 anos e 1,69 m. Veloz e objetivo,
infernizou os grandalhões Douglas (1,95 m) e Valdomiro (1,92
m). Não por acaso, foi ele quem
deu novo fôlego aos interioranos.
Aos 30min, após bate-rebate, o
atarracado jogador dominou na
área e tocou na saída de Sérgio.
"Não é possível que meu time
perca tantos gols. Temos que melhorar a pontaria", reclamava o
técnico Paulo Comelli.
O descanso do intervalo e a confirmação no vestiário da morte do
dirigente -houve minuto de silêncio antes da etapa final da partida- não frearam o ímpeto dos
interioranos. Dominado, o Palmeiras se salvou no início da segunda etapa com defesas de Sérgio. Pior: Marcinho e Enílton não
se entendiam na armação dos
contra-ataques. Em discussão,
chegaram até a trocar cabeçadas.
O domínio era evidenciado nos
números. No total, a equipe de
Bauru finalizou 29 vezes, segundo
o Datafolha. O Palmeiras, só 12.
O empate parecia iminente. Só
que outra reviravolta ocorreu.
Hernani acabou expulso após cometer falta e deixou o setor defensivo do Noroeste desprotegido.
Leão decidiu então sacar Edmundo e lançou Washington no
jogo. Atacante com atuações vacilantes no ano e sempre questionado por não definir partidas como
um genuíno matador, ele selou o
destino do confronto.
Em seu primeiro lance, aos
24min, recebeu na intermediária
e, sem ninguém à sua frente, chutou a gol, de canhota, definindo o
3 a 1. O Noroeste ainda perdeu o
treinador Comelli, expulso. Aí,
enfim, o time esmoreceu.
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