São Paulo, domingo, 26 de fevereiro de 2006

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FUTEBOL

Jogadores trocam cabeçadas em campo após equipe fraquejar, mas Noroeste falha nas conclusões e perde em Bauru

Palmeiras triunfa com discussões e sorte

DA REPORTAGEM LOCAL

Não é raro ver Emerson Leão reclamar de infortúnios que vez ou outra tiram seu Palmeiras do rumo e prejudicam o resultado final de uma partida. Mas na tarde de ontem, em Bauru, quem deixou o campo com a sensação de que tudo conspirava contra uma vitória foi o Noroeste.
O placar de 3 a 1 que o time da capital construiu para alcançar 26 pontos (mesmo número do líder São Paulo, que leva vantagem no saldo de gols) não revela o que ocorreu no gramado.
A equipe do interior perdeu um dirigente pouco antes do jogo, saiu em desvantagem, reagiu, encurralou o adversário, encostou no marcador. Palmeirenses ficaram exaltados, brigaram, pareciam atordoados. Quando tudo caminhava para um final problemático, o time conseguiu a vitória com um atleta que costuma terminar partidas como vilão.
Essa sucessão de desventuras dos interioranos começou antes do apito inicial. Celso Odair Zinsly, diretor de futebol do Noroeste, queria mais espaço para entusiastas de sua equipe nas arquibancadas. Após discutir com policiais, sofreu infarto. Morreu minutos depois, no hospital.
Nada de boas notícias também com a bola rolando. Letal como poucas vezes nesta temporada, o Palmeiras balançou as redes duas vezes em 15 minutos. Ricardinho abriu a contagem logo aos 3min, após cruzamento de Edmundo.
Doze minutos depois, Correa, em cruzamento preciso que lembrou as assistências do paraguaio Arce, colocou a bola na cabeça de Douglas. No marcador, 2 a 0.
A vantagem obtida de forma tão precoce bem que poderia fazer o adversário desanimar. Mas teve efeito contrário. O Norusca, como o time é conhecido, despertou e passou a dominar o confronto.
Quem comandava a reação era Leandrinho, atacante serelepe de 22 anos e 1,69 m. Veloz e objetivo, infernizou os grandalhões Douglas (1,95 m) e Valdomiro (1,92 m). Não por acaso, foi ele quem deu novo fôlego aos interioranos.
Aos 30min, após bate-rebate, o atarracado jogador dominou na área e tocou na saída de Sérgio.
"Não é possível que meu time perca tantos gols. Temos que melhorar a pontaria", reclamava o técnico Paulo Comelli.
O descanso do intervalo e a confirmação no vestiário da morte do dirigente -houve minuto de silêncio antes da etapa final da partida- não frearam o ímpeto dos interioranos. Dominado, o Palmeiras se salvou no início da segunda etapa com defesas de Sérgio. Pior: Marcinho e Enílton não se entendiam na armação dos contra-ataques. Em discussão, chegaram até a trocar cabeçadas.
O domínio era evidenciado nos números. No total, a equipe de Bauru finalizou 29 vezes, segundo o Datafolha. O Palmeiras, só 12.
O empate parecia iminente. Só que outra reviravolta ocorreu. Hernani acabou expulso após cometer falta e deixou o setor defensivo do Noroeste desprotegido.
Leão decidiu então sacar Edmundo e lançou Washington no jogo. Atacante com atuações vacilantes no ano e sempre questionado por não definir partidas como um genuíno matador, ele selou o destino do confronto.
Em seu primeiro lance, aos 24min, recebeu na intermediária e, sem ninguém à sua frente, chutou a gol, de canhota, definindo o 3 a 1. O Noroeste ainda perdeu o treinador Comelli, expulso. Aí, enfim, o time esmoreceu.


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