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AUTOMOBILISMO
Times clientes da Bridgestone encerram pré-temporada pessimistas com alto desgaste dos compostos
Pneus esfarelam e preocupam Ferrari na abertura da F-1
FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Pouco valeram os esforços da
Ferrari em testar em novembro,
nas férias da F-1, e de viajar para o
Bahrein duas vezes nos últimos
três meses. Pouco resolveram as
reuniões entre os técnicos da
equipe italiana com os de Toyota
e Williams, novas parceiras no desenvolvimento de pneus. Pouco
acrescentaram os 50 dias a mais
de treinos em relação à Michelin.
A dois domingos da abertura do
Mundial, as cinco equipes que
usam Bridgestone têm o diagnóstico pronto para a fase inicial da
temporada: muitas dificuldades
com os compostos, que continuam velozes por um número limitado de voltas, mas que perdem desempenho rapidamente.
Nesta semana, os times realizam os últimos testes antes de
embarcar para o GP do Bahrein,
em 12 de março. Como a segunda
prova será no domingo seguinte,
dia 19, na Malásia, não haverá
chance para outros testes. O que
aumenta ainda mais o pessimismo das clientes da Bridgestone.
Segundo a Folha apurou, a avaliação de uma das equipes que
usam os compostos japoneses é
que seus pneus evoluíram em relação ao ano passado. Mas, de
acordo com o mesmo time, o salto da Michelin foi ainda mais alto.
Em treinos, a situação não preocupa. No novo formato da sessão
classificatória, os carros de ponta
devem fechar cinco ou seis voltas
rápidas. Nesse cenário, os pneus
não serão impedimento para Ferrari, Williams e Toyota batalharem pelas primeiras posições.
Em corrida, porém, o desgaste
de borracha deve antecipar os primeiros pits stops dos seus pilotos.
Em comunicado distribuído anteontem, ao fim de uma bateria de
quatro dias de treinos em Barcelona, na Espanha, a sensação de
desânimo da Bridgestone era flagrante. A nota informava que as
condições climáticas na Europa
não foram as ideais para o desenvolvimento dos compostos.
Para a fábrica francesa, as dificuldades da concorrente tornam
ainda maiores as possibilidades
de uma vitória moral sobre a FIA.
Atual campeã da F-1, com Alonso e a Renault, a Michelin engatou
um bate-boca público com a entidade máxima do automobilismo
desde o histórico fiasco de Indianápolis, quando retirou 14 carros
da corrida. Parte por represália,
mas alegando defender a redução
de custos, a FIA encerrou o debate
decretando monopólio no fornecimento de pneus a partir de 2008.
Como a Michelin tradicionalmente sempre foi a favor da concorrência, anunciou que se retiraria ao fim de 2006. Tentando se
antecipar à mudança obrigatória,
Williams e Toyota deixaram os
franceses de lado e se bandearam
para a Bridgestone, que ainda ganhou a estreante Super Aguri.
Um movimento que teve a sua
lógica, que pode se pagar ainda
neste ano, mas que até agora se
mostrou errado. Muito errado.
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