São Paulo, sábado, 26 de fevereiro de 2011

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Patrocínio por merecimento pressiona atletas da esgrima

OLIMPÍADA
Avaliação quadrimestral define quem terá apoio

MARCEL MERGUIZO
DE SÃO PAULO

Neste fim de semana, a esgrima brasileira inicia uma fase de investimento e pressão por resultados nunca vista pela modalidade no país.
A viagem de duas equipes femininas, com três atletas cada uma, para etapas da Copa do Mundo na Hungria e na Polônia são o primeiro investimento da Petrobras, que prevê gastar R$ 3,4 milhões com a modalidade em 2011.
Mas o início da era patrocinada também traz cobrança.
Os 16 beneficiados foram escolhidos por meio do ranking brasileiro e serão divididos em quatro níveis de apoio, que variam de R$ 1.500 a R$ 3.100 mensais.
Haverá reavaliação quadrimestral, e uma queda no ranking pode custar diminuição ou perda da bolsa.
"Estamos nos valendo do ranking, mas o nível técnico e outras condições serão analisadas. Do envolvimento nos treinos a uma análise médica, para o atleta não se acomodar. Temos que atingir metas", afirma Ricardo Machado, vice-presidente da Confederação Brasileira de Esgrima (CBE) e coordenador técnico do projeto.
A meta para 2011 é enviar os atletas para 18 etapas da Copa do Mundo, para o Mundial de Catania, na Itália, em outubro, e conquistar até cinco medalhas no Pan de Guadalajara, no México, em outubro. Além de classificar ao menos três deles para a Olimpíada de Londres-2012.
No último Pan, em 2007, foram três bronzes, e, na Olimpíada de Pequim-2008, dois classificados (Renzo Agresta e João Souza).
"Os atletas se autocusteavam tentando classificação olímpica. De uma hora para outra, entra um patrocínio que, se não resolve todos problemas, é muito além do que já tivemos. É uma mudança de mentalidade, e a cobrança vai ser muito grande", afirma Machado.
Na disputa das etapas da Copa do Mundo neste fim de semana, o Brasil está representado por Taís Rochel, Augusta Oliveira e Ana Bulcão (no florete, em Gdansk), e Amanda Simeão, Rayssa Costa e Cléia Guilhon (na espada, em Budapeste).
Os salários são pagos pelo Instituto Passe de Mágica, que intermedeia o patrocínio da Petrobras às confederações de esgrima, remo, taekwondo, levantamento de peso e boxe. A CBE recebe R$ 1,1 milhão anual da Lei Piva.
Serão R$ 20,1 milhões investidos nestas modalidades em 2011 (R$ 100,5 milhões até 2014) via lei de incentivo.


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