São Paulo, domingo, 26 de março de 2006

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FUTEBOL

Líder, time de Vanderlei Luxemburgo se aproveita de destempero do Juventus, que termina jogo com três a menos

Santos sofre, mas vence e continua na independência

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Era um incrível trabalho de resistência o que o Juventus operava contra o Santos na noite de ontem no Pacaembu, até que o destempero de seus jogadores pôs tudo a perder -pelo placar de 2 a 1.
Aos 36min do segundo tempo, o volante Naves foi expulso por falta violenta sobre Renatinho. No minuto seguinte, Reinaldo decretou a vitória, marcando de cabeça após falta cobrada por Léo Lima.
Nesse minuto, o Santos mantinha sua situação de depender só de si na tabela do Paulista, faltando três rodadas para o final. A equipe está a cinco pontos do Palmeiras, que faz clássico com o Corinthians hoje e precisa vencer.
Naquele minuto, o Juventus se desmontou. As reclamações furiosas contra o árbitro Rodrigo Braghetto provocaram a expulsão de Paulo Isidoro -principal válvula de escape juventina. Depois, Manu quase quebrou a perna de Wendel e, por isso, saiu mais cedo rumo ao chuveiro. Erros que fizeram desabar o bom trabalho feito anteriormente no Pacaembu.
A partida, aliás, ficou marcada pelo número exagerado de cartões. Foram nove amarelos e três vermelhos, num jogo em que o Datafolha contou 33 faltas para Juventus e 20 para o Santos.
Jogando de igual para igual, o time da Mooca não se intimidou com a maior torcida rival no Pacaembu lotado e foi para cima. Era o mandante e se portava como tal mesmo fora da rua Javari.
Conseguiu seu gol primeiro, quando o volante Manu pegou um rebote de fora da área, vencendo o goleiro Fábio Costa.
Minutos depois, a festa na Mooca deu lugar à resistência grená, quando Cléber Santana cobrou falta com categoria no ângulo direito de Marcelo, jogador que mais brilhou na partida de ontem.
Com reflexos, agilidade e coragem, o goleiro evitou pelo menos três gols claro do time do Santos e foi o principal responsável pelo desespero santista à medida que os minutos passavam.
Principalmente porque os jogadores do Santos pareciam instruídos a tentar os chutes de fora da área, devido à chuva forte que castigou o gramado.
No segundo tempo, o técnico Vanderlei Luxemburgo apostou em mais ofensividade. Tirou um dos três zagueiros, Ronaldo, e pôs o volante Wendel, liberando Cléber Santana para o ataque.
A torcida santista começava a ficar apreensiva com os erros de ataque e, principalmente, com as escapadas velozes de Paulo Isidoro nos contragolpes. Quando o gol saiu, aos 37min do segundo tempo, e as expulsões começaram a surgir em profusão, o Pacaembu encarnou a Vila Belmiro, e um confiante grito santista de campeão começou a ser ouvido.
"Ainda não somos campeões, tem muita coisa para acontecer", disse o atacante Reinaldo ao sair, antecipando-se ao pensamento do comandante Luxemburgo.


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