Goleiro sai mal do gol no fim do jogo no Pacaembu, e time amarga empate

Corinthians 2
Ponte Preta 2

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ronaldo fez ontem tudo o que a torcida do Corinthians espera dele. A defesa, não.
Em noite que o Fenômeno marcou dois gols e jogou uma partida inteira pela primeira vez, falhas do setor de marcação ofuscaram a atuação do centroavante e permitiram que a Ponte Preta buscasse o empate com um atleta a menos.
Para a torcida, o 2 a 2 teve gosto de derrota. Ainda mais depois de ver o camisa 9 virar o jogo ao cavar e bater um pênalti no primeiro tempo e ao marcar um golaço na etapa final. Parte dos mais de 19 mil corintianos que estiveram no estádio municipal vaiou e xingou o goleiro Felipe de "frangueiro" por falha no gol de empate da Ponte.
"Não jogamos bem. Quisemos resolver o jogo da maneira errada. O placar foi extremamente justo. Não há do que reclamar", resumiu o técnico Mano Menezes, que admitiu os problemas de seu setor defensivo, sobretudo no gol de empate da Ponte Preta. "Não gostei da nossa defesa. É um processo saber se defender e isso hoje foi nosso maior pecado."
Os atletas também lamentaram os erros atrás. "A gente treina todo dia jogada de bola parada. E a gente deixou a marcação livre. Agora tem que corrigir", comentou Cristian.
"Era para ter segurado essa vitória. Demos bobeira e tomamos um gol de cabeça", queixou-se o meia Douglas, que, a exemplo de Dentinho, deixou o duelo contundido e é dúvida contra o Guarani, no sábado.
Desde o início do confronto, o Corinthians teve dificuldades para ultrapassar a retranca da Ponte, que marcava forte no meio, com três volantes.
O que mais incomodava a equipe corintiana era justamente a marcação, pontuada por pequenas faltas para parar o jogo -só no primeiro tempo foram 20 infrações.
Recuada, a Ponte tentava aproveitar o espaço que o Corinthians deixava para contragolpear. E, aos 33min, conseguiu. O lateral Edilson pegou o rebote de investida fracassada do ataque rival e arriscou lançamento para Leandrinho, que avançou sozinho pelo campo corintiano. O meia, livre, recebeu a bola e percorreu todo o campo de defesa corintiano para ficar frente a frente com Felipe e, com um toque, encobrir o goleiro e abrir o placar.
Para empatar ainda na primeira etapa, o Corinthians usou o excesso de força da Ponte na marcação a seu favor.
Ronaldo, até então quase sem participar do jogo, foi lançado pela esquerda, invadiu a área e caiu numa disputa com o zagueiro Gum. O árbitro Robinson Góes viu pênalti. O atacante bateu, aos 37min: 1 a 1.
No segundo tempo, com a Ponte já com um a menos, Ronaldo voltou a marcar, ao driblar seu marcador dentro da área e bater cruzado e rasteiro.
Só não saiu como herói por causa de Gum. O mesmo zagueiro que se enroscou com o Fenômeno no lance do pênalti para o Corinthians aproveitou bobeira da defesa e de Felipe para empatar, aos 31min.
Gol que transformou a noite de Ronaldo na noite em que a defesa "anulou" o Fenômeno. Pior, para o Corinthians, que tenha sido sua própria defesa.


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