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Depois de "liderar" 23 voltas, piloto do safety car torce para não ir à pista
DA ENVIADA A SAKHIR
Depois de Jenson Button e
Sebastian Vettel, os dois vencedores de GPs em 2009, Bernd
Maylander é o piloto que mais
voltas liderou nesta temporada
da F-1. Bernd Maylander?
Aos 37 anos, o alemão é responsável por guiar o Mercedes--Benz SL 63 AMG, mais conhecido como safety car, nos finais
de semana de corrida.
"O melhor do meu trabalho é
que estou sempre na liderança,
mas o ruim é que nunca venço",
disse à Folha, em Sakhir.
Na função desde 2000, ele
nunca teve tanto trabalho como neste início de ano -foi à
pista nas três corridas. Na Austrália, culpa de acidentes. Na
Malásia e na China, da chuva.
Foram 23 voltas na frente. Button liderou 77, e Vettel, 49.
"A temporada tem sido especial para mim, mas tenho que
pensar na segurança. Por isso
nunca vou além do limite."
Em circuitos como Fuji e
Monza, o Mercedes de Maylander pode atingir 280 km/h nas
retas. No Bahrein, cerca de 240
km/h, velocidade que parece
baixa para o padrão da F-1 -os
carros ultrapassam 300 km/h.
O alemão segue rotina rígida
nos finais de semana, com reuniões, treinos na pista e exercícios físicos. O momento de
maior tensão é durante a prova, quando ele e o copiloto, Peter Tibbetts, ficam de prontidão à espera da hora de entrar.
"Temos duas pequenas telas
dentro do carro, de onde vemos
tudo", falou Maylander, que no
Japão, em 2007, bateu seu recorde e "liderou" por 19 giros.
"Meu copiloto fala no rádio
com a direção de prova e com o
sistema de luzes [que dá indicações aos pilotos]. É muito
importante, quatro olhos e
quatro ouvidos funcionam melhor que dois. E, quando não
acontece nada, é bom ter alguém para falar sobre a vida."
Mas se engana quem pensa
que ele é um piloto de F-1 frustrado. "Sempre me diverti tanto guiando na DTM [campeonato de turismo da Alemanha]
que nunca pensei nisso", disse.
Estar na F-1 já rendeu algumas "mordomias" a Maylander. "Casei-me oito dias depois
do GP de Monza, em 2006, e tinha de saber a previsão do tempo, a minha não era muito precisa. Pedi, então, ajuda aos meteorologistas da FIA."
Se depender do grupo que
afirmou -e acertou- que não
choveria em seu casamento,
Maylander não deve ter de trabalhar hoje no Bahrein.
"As melhores corridas são
aquelas em que não faço nada.
Tenho "feeling" de que aqui será
assim. Se bem que há quem diga que pode acontecer uma
tempestade de areia..."
(TC)
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