Fiquei impressionado ao saber da agressividade da torcida do Palmeiras contra a presença da imprensa num treino do time, pois, quando convivi com os palmeirenses, sempre me dei muito bem com eles.
Sei que as críticas da imprensa perturbam, principalmente quando são injustas, mas até aí, partir para a violência...
Em anos de convivência com jornalistas, já houve várias vezes em que fiquei magoado, mas procurei manter a cabeça no lugar.
Muitos jornalistas do meio esportivo se comportam como torcedores, e, como o futebol envolve muita emoção, o que eles falam ou escrevem provoca reações, nem sempre as mais saudáveis do mundo.
Mas, por mais que tenha sido criticado em alguns momentos da minha vida, nunca agredi jornalistas, porque acho importante que o treinador saiba dar o exemplo aos jogadores.
A atitude do Luiz Felipe, que agrediu um repórter do "Diário Popular", infelizmente não contribui para o bem do futebol.
É uma frase batida, mas exata: violência gera violência. O melhor, então, a fazer é agir com a cabeça, não com os punhos.

Na próxima quarta-feira, o Brasil enfrenta a Argentina, último amistoso da seleção no país antes do início da Copa da França.
A surpresa, para mim, foi a não convocação do Muller, apesar da ótima fase que ele está atravessando.
Mesmo assim, temos que acatar as escolhas de Zagallo, um treinador experiente, que sabe o que faz. A convocação depende de cada treinador, e, como disse o Zagallo, com tantas opções que temos no Brasil, vários bons jogadores têm de ficar de fora.
Quando eu comandei o Muller, no São Paulo, cheguei a ter alguns problemas com ele, problemas de indisciplina. Mesmo assim, se eu fosse o técnico, poderia ter chamado o Muller, porque é duro deixar de fora um atleta que tem rendido tanto, que está no auge de sua forma às vésperas da Copa do Mundo.
Até porque hoje o Muller é um jogador bem mais amadurecido...

E-mail: tele@gold.com.br