São Paulo, domingo, 26 de abril de 1998

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Inovação fica só nas pistas

do enviado a Imola

Se existe uma razão para uma empresa se envolver com F-1, nos dias atuais, ela se resume ao marketing ou publicidade que a categoria pode fornecer a sua marca.
A velha ladainha sobre "laboratório das pistas" não sobrevive à análise.
Em São Paulo, durante simpósio técnico sobre automobilismo, paralelo ao GP Brasil, houve concordância entre diversos especialistas sobre o tema.
Há muito tempo que algo em teste na F-1 não é transferido para os carros. O caso dos pneus é exemplar, e a Goodyear usa isso como motivo para anunciar sua saída ao final do ano.
Existem duas razões básicas para o fenômeno. Por um lado, a sofisticação da F-1 nunca chegará aos veículos de rua, onde as necessidades são muito diversas.
Parodoxalmente, o campo de trabalho dos fornecedores é cada vez mais restrito pelo regulamento. Um motor de F-1, apesar da excelência técnica, abre mão de materiais como cerâmica e porcelana, já em uso em carros de passeio.
O descompasso deixa como argumento de investimento apenas o marketing, devido à audiência de TV.
Nesse universo, a tentativa da Petrobrás na Williams chega a ganhar tons quixotescos. Mas a estatal conta com bons argumentos, como o valor incrivelmente baixo de investimento e a necessidade de divulgar a marca fora do Brasil.
Com o fim do monopólio, a estatal só pode se expandir para o exterior. Começa a instalar postos na Argentina e planeja alcançar outros países da América do Sul e até mesmo os EUA.
Está claro, no entanto, que a empresa não esperava encontrar um desafio tão grande. (JHM)


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