São Paulo, Segunda-feira, 26 de Abril de 1999
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O PERSONAGEM
Viola queria ser titular

FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos

O atacante Viola sinalizou após a partida que se sentiu injustiçado por não ter retornado ao time do Santos como titular, após 29 dias afastado em razão de uma lesão muscular.
Depois de a torcida gritar seu nome em coro ainda no primeiro tempo, ele entrou no intervalo da partida, no lugar de Rodrigão, e marcou o gol que empatou o jogo em 2 a 2 e abriu caminho para a virada santista.
"Todos os jogadores daqui que jogavam como titular e se machucaram retornaram à equipe. Eu fui o único que não, mas nada contra. A gente nunca sabe o que passa na cabeça do treinador", declarou.
Após o jogo, o técnico Leão disse que deixou Viola no banco devido ao receio de que o atacante pudesse voltar a sentir a lesão muscular.
"Ainda estou com medo. Ele ficou 30 dias parado e só fez dois treinos. Tinha receio de que ele sentisse em dois ou três minutos. Se o Rodrigão estivesse fazendo uma excelente partida, ficaria", disse Leão.
Agência Folha - Como você avalia seu desempenho após tanto tempo machucado?
Viola -
Depois de 29 dias contundido, fazer trabalho físico durante a semana, coletivo no time de baixo, ficar no banco incentivando os jogadores e acreditando no potencial de cada um, tive meu momento de entrar. Aí, foi isso que vocês puderam ver: garra, determinação e muita vontade.
Agência Folha - Você vai ficar com a bola da partida?
Viola -
Vou levar embora pela belíssima atuação, por acreditar cada vez mais no meu potencial. Como estou vindo de uma lesão e joguei com uma cinta na coxa e uma bermuda por baixo, valeu a força de vontade. Por isso, a bola é minha, como um troféu.
Agência Folha - Depois da atuação de hoje (ontem), você voltou de vez para o time?
Viola -
Não quero pensar dessa forma. Acho que o Leão tem essa consciência. Todos os jogadores daqui que jogavam como titular e se machucaram retornaram à equipe. Eu fui o único que não, mas nada contra. A gente nunca sabe o que passa na cabeça do treinador. Eu não peço para ser escalado. Quando me tiram, eu também não quero tirar satisfação.
Agência Folha - Você reclamou por ficar no banco?
Viola -
Fiquei no banco como qualquer outro jogador ficaria, sem reclamar, e, graças a Deus, tive a oportunidade de entrar. Tenho acreditado no centroavante que estava, o Rodrigão, um jogador jovem, mas de grande personalidade, de grande valor, uma promessa.
Agência Folha - A contusão atrapalhou durante o jogo?
Viola -
Muitos acreditavam que eu estava sentindo um pouco, mas eu, todas as vezes em que volto para jogar depois de uma contusão, tenho muita força de vontade e sempre penso positivo. Aí está o resultado.
Agência Folha - A vitória de hoje já coloca o Santos como candidato ao título?
Viola -
Muitos não acreditam. Mas agora têm de acreditar.


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