São Paulo, sexta-feira, 26 de maio de 2000


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FUTEBOL
Corinthians e Palmeiras vivem paz, e São Paulo e Santos, disputas
Semifinais do Paulista têm "ditadores" x "salvadores"

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O quadro político-administrativo dos quatro ""grandes" clubes do futebol de São Paulo pode ser tão ou mais decisivo nas semifinais do Campeonato Paulista do que a vantagem do empate.
Corinthians e Palmeiras, os clubes que jogam por dois resultados iguais na fase decisiva do torneio, não sofreram alterações na presidência nos últimos anos, enquanto São Paulo e Santos, que precisam derrotar seus adversários para ir à final, elegeram novos dirigentes nesta temporada.
O corintiano Alberto Dualib e o palmeirense Mustafá Contursi já estabelecem hoje uma espécie de ""ditadura" em seus clubes.
Dualib é presidente do Corinthians há sete anos. Devido aos muitos títulos do clube no período e à parceria com o fundo norte-americano HMTF, o dirigente conseguiu se manter no comando do time mais popular do Estado.
A histórica turbulência política no Corinthians deu lugar a uma estabilidade invejada pelos outros clubes. A oposição corintiana, que acusa Alberto Dualib de burlar estatutos do clube para seguir no poder, hoje tem pouca força -apesar de aparições esporádicas de Marlene, a era Matheus está mais do que nunca aposentada.
No Palmeiras, a oposição praticamente não existe atualmente. Desde que o clube fechou parceria com a Parmalat em 1992, ano em que Mustafá ganhou eleição no clube, o dirigente vem administrando os ""corneteiros".
Contursi vive estabilidade política desde a volta dos títulos (quebrou jejum de 17 anos em 93).
Corinthians e Palmeiras, ao contrário de São Paulo e Santos, não tiveram que enfrentar recentemente eleições disputadas.
O são-paulino Paulo Amaral e o santista Marcelo Teixeira têm hoje a missão de ""salvadores da pátria" em seus respectivos clubes, cheios de problemas e ávidos por títulos de expressão.
Amaral, presidente do São Paulo há menos de um mês, ganhou por apenas cinco votos de diferença a eleição realizada no dia 29 de abril. Venceu o candidato da oposição, Carlos Augusto de Barros e Silva, que era favorito após a criticada gestão do folclórico José Augusto Bastos Neto.
Em poucos dias de trabalho, Amaral já teve de enfrentar uma série de questões delicadas.
Tratou da prorrogação do contrato de Raí até o meio do ano, negocia um desconto no pagamento do passe de Sandro Hiroshi ao Rio Branco-SP, armou reunião para manter Vágner no elenco, define propostas feitas para o site oficial do clube e, o principal, estuda possíveis parcerias.
No Santos, Teixeira interrompeu o ""reinado" de Samir Abdul-Hack, mas a vitória foi sofrida. As eleições deveriam acontecer, inicialmente, no dia 4 de dezembro do ano passado, mas houve desavenças, inclusive com agressão física, entre os membros da situação e os da oposição.
No dia 14, Teixeira derrotou nas urnas José Paulo Fernandes e assumiu o clube nesta temporada.
Devido às dívidas do clube, o dirigente, que já havia comandado o Santos anteriormente, injetou até dinheiro do próprio bolso no time, que contratou vários reforços para este ano.
Após resultados ruins e uma crise com a torcida, Teixeira acabou tendo que demitir o técnico Carlos Alberto Silva, dando vez agora ao ex-auxiliar Giba.
Nas últimos dias, São Paulo e Santos, apesar do pouco tempo de trabalho de seus presidentes, mostraram ascensão no Paulista. Apesar disso, Corinthians e Palmeiras, que mantêm seus técnicos há mais de um ano e priorizam a Libertadores, ainda podem ser considerados favoritos.


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