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FUTEBOL
Corinthians e Palmeiras vivem paz, e São Paulo e Santos, disputas
Semifinais do Paulista têm "ditadores" x "salvadores"
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
O quadro político-administrativo dos quatro ""grandes" clubes
do futebol de São Paulo pode ser
tão ou mais decisivo nas semifinais do Campeonato Paulista do
que a vantagem do empate.
Corinthians e Palmeiras, os clubes que jogam por dois resultados
iguais na fase decisiva do torneio,
não sofreram alterações na presidência nos últimos anos, enquanto São Paulo e Santos, que precisam derrotar seus adversários para ir à final, elegeram novos dirigentes nesta temporada.
O corintiano Alberto Dualib e o
palmeirense Mustafá Contursi já
estabelecem hoje uma espécie de
""ditadura" em seus clubes.
Dualib é presidente do Corinthians há sete anos. Devido aos
muitos títulos do clube no período e à parceria com o fundo norte-americano HMTF, o dirigente
conseguiu se manter no comando
do time mais popular do Estado.
A histórica turbulência política
no Corinthians deu lugar a uma
estabilidade invejada pelos outros
clubes. A oposição corintiana,
que acusa Alberto Dualib de burlar estatutos do clube para seguir
no poder, hoje tem pouca força
-apesar de aparições esporádicas de Marlene, a era Matheus está mais do que nunca aposentada.
No Palmeiras, a oposição praticamente não existe atualmente.
Desde que o clube fechou parceria
com a Parmalat em 1992, ano em
que Mustafá ganhou eleição no
clube, o dirigente vem administrando os ""corneteiros".
Contursi vive estabilidade política desde a volta dos títulos (quebrou jejum de 17 anos em 93).
Corinthians e Palmeiras, ao
contrário de São Paulo e Santos,
não tiveram que enfrentar recentemente eleições disputadas.
O são-paulino Paulo Amaral e o
santista Marcelo Teixeira têm hoje a missão de ""salvadores da pátria" em seus respectivos clubes,
cheios de problemas e ávidos por
títulos de expressão.
Amaral, presidente do São Paulo há menos de um mês, ganhou
por apenas cinco votos de diferença a eleição realizada no dia 29
de abril. Venceu o candidato da
oposição, Carlos Augusto de Barros e Silva, que era favorito após a
criticada gestão do folclórico José
Augusto Bastos Neto.
Em poucos dias de trabalho,
Amaral já teve de enfrentar uma
série de questões delicadas.
Tratou da prorrogação do contrato de Raí até o meio do ano, negocia um desconto no pagamento
do passe de Sandro Hiroshi ao Rio
Branco-SP, armou reunião para
manter Vágner no elenco, define
propostas feitas para o site oficial
do clube e, o principal, estuda
possíveis parcerias.
No Santos, Teixeira interrompeu o ""reinado" de Samir Abdul-Hack, mas a vitória foi sofrida. As
eleições deveriam acontecer, inicialmente, no dia 4 de dezembro
do ano passado, mas houve desavenças, inclusive com agressão física, entre os membros da situação e os da oposição.
No dia 14, Teixeira derrotou nas
urnas José Paulo Fernandes e assumiu o clube nesta temporada.
Devido às dívidas do clube, o
dirigente, que já havia comandado o Santos anteriormente, injetou até dinheiro do próprio bolso
no time, que contratou vários reforços para este ano.
Após resultados ruins e uma
crise com a torcida, Teixeira acabou tendo que demitir o técnico
Carlos Alberto Silva, dando vez
agora ao ex-auxiliar Giba.
Nas últimos dias, São Paulo e
Santos, apesar do pouco tempo
de trabalho de seus presidentes,
mostraram ascensão no Paulista.
Apesar disso, Corinthians e Palmeiras, que mantêm seus técnicos há mais de um ano e priorizam a Libertadores, ainda podem
ser considerados favoritos.
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