São Paulo, domingo, 26 de maio de 2002

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COPA 2002

Técnico da seleção varia esquema e elogia performance dos titulares que empataram em 0 a 0 no primeiro tempo
Scolari testa rodízio e tática de treinos

Juca Varela/Folha Imagem
O atacante Ronaldo comemora seu gol, o primeiro pela seleção brasileira desde setembro de 1999, no amistoso contra a Malásia


DOS ENVIADOS A KUALA LUMPUR

O técnico Luiz Felipe Scolari aproveitou o amistoso de ontem contra a Malásia para colocar em prática o rodízio de jogadores e esquemas táticos que implantou nos últimos treinos da seleção.
A equipe iniciou a partida no 3-5-2 (com três zagueiros), passou pelo 4-4-2 (dois zagueiros) e, no final, já com a vitória assegurada, voltou ao 3-5-2, com o volante Gilberto Silva improvisado na função de líbero.
"A gente vai fazer isso quando precisar. Por isso, temos treinado nos dois sistemas", afirmou o treinador após a partida.
Scolari, entretanto, descartou iniciar os jogos da Copa do Mundo no 4-4-2, esquema que, segundo ele, deixa o time intranquilo no sistema defensivo.
O técnico brasileiro passou praticamente o jogo todo sentado no banco de reservas. Ele manteve o time titular em campo até o intervalo -Dida e Denílson substituíram Marcos e Edmílson. Depois, aos 17min do segundo tempo, Kaká, Juninho e Edílson substituíram Kleberson, Rivaldo e Ronaldinho, respectivamente.
Em vantagem no placar, Scolari iniciou uma série de substituições que só terminou quando o último titular, o zagueiro Lúcio, deixou o campo aos 27min. Só goleiro Rogério, entre os 23 convocados, não chegou a ser testado ontem.
Só com as mudanças o Brasil, mais veloz e leve, passou a dar o espetáculo que os malaios ansiavam. Mas Scolari disse não acreditar que o time "reserva" tenha sido melhor do que o titular no amistoso. E encontrou uma explicação para a diferença brutal de padrão apresentada pela seleção.
Segundo ele, o time titular, no 3-5-2, cansou a Malásia. Com o adversário "pregado" em campo, Denílson e companhia aplicaram a goleada no segundo tempo.
"No primeiro esquema, o pessoal arrebentou com o adversário", disse Scolari, que durante a entrevista coletiva após a partida procurou defender os titulares.
Para ele, a seleção teve o mesmo desempenho no primeiro e no segundo tempo.
"As dificuldades maiores foram em arremates. As conclusões encontravam o goleiro ou o zagueiro deles. Nada diferente do segundo tempo, porque as chances que apareceram foram aproveitadas. Uma ou outra correção nós devemos fazer durante os treinos da próxima semana", disse o técnico.
A única reclamação de Scolari em relação ao ataque titular brasileiro, que, junto em campo, não fez gol ontem, estava relacionada com a marcação.
"O que a gente quer acrescentar ao Rivaldo, ao Ronaldo e ao Ronaldinho é o sentido de marcação na saída do adversário para que a gente possa roubar essa bola já na intermediária, e não deixar os atletas do outro time à vontade para virem até o nosso campo", afirmou o treinador.
Ao responder a uma pergunta dos jornalistas, o técnico brasileiro cometeu um ato falho. Ele disse que, em determinado momento, alguém precisava estar próximo do "Romário" na partida. O constrangimento foi inevitável, já que o técnico não convocou o jogador do Vasco para Copa do Mundo.
Durante a preparação em Kuala Lumpur na última semana, Scolari afirmou que a seleção não terá um "onze" fechado para a disputa do Mundial. Ele afirmou que deve alterar o time conforme as características de cada adversário.
Scolari minimizou a atuação da Malásia, apesar do primeiro tempo ter terminado 0 a 0. Disse que não chegou a imaginar a possibilidade do empate ou da derrota no último amistoso antes da Copa.
A equipe que iniciou a partida ontem, de acordo com o técnico, deverá ser a mesma que entrará em campo contra a Turquia, dia 3, na estréia brasileira na Coréia.
(FÁBIO VICTOR, JOSÉ ALBERTO BOMBIG E SÉRGIO RANGEL)



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