São Paulo, domingo, 26 de maio de 2002

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Estreante em Copas, sul-coreano é árbitro do jogo de estréia do Brasil

PAULO COBOS
ROBERTO DIAS
ENVIADOS ESPECIAIS A SEUL

Um juiz de um país que nunca teve árbitros numa Copa vai apitar a estréia da seleção brasileira, contra a Turquia, no dia 3.
Esse país é justamente a Coréia do Sul, sede do Mundial, e o juiz é Kim Young-joo, 44, que tem como maior destaque de seu currículo a atuação na semifinal da Copa das Confederações de 1999, entre Estados Unidos e México.
Kim, um ex-lateral-direito que atuou no time do Exército sul-coreano, quase abandonou a arbitragem após ficar fora da relação de escolhidos do último Mundial.
No início do ano, quando foi avisado de que integraria a lista dos convocados, não acreditou a princípio. Foi sua mulher quem confirmou a notícia. Ela passara os últimos dez anos rezando para que Kim -que não frequenta a igreja- chegasse à Copa.
Passado o "vestibular", sonhava apitar a abertura. Ou, quem sabe, a decisão. Ele é considerado um obstinado pelos colegas. "É mais difícil se tornar juiz da Fifa do que presidente de um país. Os jogos são duros. Se você comete um erro, repórteres e atletas podem acabar com sua carreira", diz.
Kim vem de uma nação que, em campo, tem tradição de ser violenta. As estatísticas das últimas quatro Copas do Mundo, por exemplo, revelam um time sul-coreano como o mais violento que se viu em campo -no caso, o posto cabe à seleção que o país mandou ao torneio de 1990.
Ontem, a Fifa divulgou em Seul a relação dos 32 nomes escolhidos para comandar as duas primeiras rodadas do Mundial.
Em sua segunda partida, contra a China, a seleção terá um juiz com currículo bastante diferente do de Kim. O sueco Anders Frisk, o escolhido, apitou a final da última Eurocopa, em que a França bateu a Itália na prorrogação.
A abertura do Mundial caberá a Ali Bujsaim, dos Emirados Árabes. E o jogo visto como o mais difícil da primeira fase, entre Argentina e Inglaterra, sobrou para uma figura conhecida no futebol italiano -o careca Pierluigi Collina.


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