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Fãs brasileiros recorrem a cambistas e puxam ola
DO ENVIADO A PARIS
Uma hora antes do início da
programação de ontem (a partida de Guga foi a terceira na
quadra central) era possível
ver, nos arredores de Roland
Garros, torcedores brasileiros
em busca de informações sobre
ingressos para o jogo.
Torcedores que haviam chegado no dia anterior, sem entradas, só para ver o ex-número
um do mundo do tênis masculino em ação pela última vez.
Com isso, era possível ver vários pontos amarelos (com a camisa do Brasil ou com a usada
pelo tenista) espalhados pela
arquibancada da quadra central do complexo parisiense.
Havia cartazes com a inscrição "Guga" no lugar de "ordem
e progresso", faixas dizendo
"Guga para sempre" e bandeiras brasileiras. Os gritos de
"Guga" e o tradicional "Olê, olê,
olê, olê, olê, olá, Guga, Guga"
eram muito mais freqüentes e
mais fortes do que os escassos
"Paul". A ola que estremeceu a
Phillipe Chartrier, que tem capacidade para pouco mais de 15
mil pessoas, antes do game final da partida nasceu de uma
parte da arquibancada em que a
concentração de fãs brasileiros
era considerável.
Os torcedores brasileiros foram lembrados por Guga ao
anunciar sua participação também no torneio de duplas.
"Vai ser bom para o pessoal
que viajou para ver só um jogo",
disse o tenista, que no site oficial do torneio disse que a coisa
mais estúpida que fez até hoje
foi jogar a raquete em um juiz
durante um jogo de duplas em
Roland Garros-98.
Entre os cartazes, um diferente trazia a caricatura do tenista catarinense.
Os responsáveis pela obra,
várias vezes mostrada no telão
do estádio, eram o casal de namorados João Augusto Aidar
Filho, 24, e Fernanda Vilar, 22.
"Tivemos a idéia porque o
Guga é muito caricaturável",
afirmou Aidar Filho, que ainda
trazia nas bochechas duas bandeiras do Brasil. "Ele é magro,
cabeludo e tem um gestual todo
típico do jogar", justificou.
Eles estudam literatura em
Lyon, também na França, e haviam comprado há cerca de três
meses ingressos para a programação de terça-feira.
"Como não sabíamos quando
iria ser [a primeira rodada
acontece nos três primeiros
dias e não havia definição de
quando Guga jogaria], arriscamos e pagamos 45 [quase R$
120] cada um. Hoje [ontem], tivemos que comprar de cambista e pagamos 100 [cerca de
R$ 260)]". Cambistas são figuras bastante comuns no Grand
Slam francês -agem já na saída
da estação de metrô próxima à
entrada de Roland Garros.
Para recompensar o desembolso, Aidar Filho foi um dos
poucos que conseguiram autógrafo do tenista na saída da
quadra ontem. A princípio, Guga não daria autógrafo, já que
saiu carregando o pesado troféu (que tinha pedra, areia e
saibro) que ganhou da federação francesa, mas contou com a
ajuda de um repórter.
Da arquibancada, o torcedor
brasileiro esticou o braço e saiu
com seu "troféu".
(FI)
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