São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 2008

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Fãs brasileiros recorrem a cambistas e puxam ola

DO ENVIADO A PARIS

Uma hora antes do início da programação de ontem (a partida de Guga foi a terceira na quadra central) era possível ver, nos arredores de Roland Garros, torcedores brasileiros em busca de informações sobre ingressos para o jogo.
Torcedores que haviam chegado no dia anterior, sem entradas, só para ver o ex-número um do mundo do tênis masculino em ação pela última vez.
Com isso, era possível ver vários pontos amarelos (com a camisa do Brasil ou com a usada pelo tenista) espalhados pela arquibancada da quadra central do complexo parisiense.
Havia cartazes com a inscrição "Guga" no lugar de "ordem e progresso", faixas dizendo "Guga para sempre" e bandeiras brasileiras. Os gritos de "Guga" e o tradicional "Olê, olê, olê, olê, olê, olá, Guga, Guga" eram muito mais freqüentes e mais fortes do que os escassos "Paul". A ola que estremeceu a Phillipe Chartrier, que tem capacidade para pouco mais de 15 mil pessoas, antes do game final da partida nasceu de uma parte da arquibancada em que a concentração de fãs brasileiros era considerável.
Os torcedores brasileiros foram lembrados por Guga ao anunciar sua participação também no torneio de duplas.
"Vai ser bom para o pessoal que viajou para ver só um jogo", disse o tenista, que no site oficial do torneio disse que a coisa mais estúpida que fez até hoje foi jogar a raquete em um juiz durante um jogo de duplas em Roland Garros-98.
Entre os cartazes, um diferente trazia a caricatura do tenista catarinense.
Os responsáveis pela obra, várias vezes mostrada no telão do estádio, eram o casal de namorados João Augusto Aidar Filho, 24, e Fernanda Vilar, 22.
"Tivemos a idéia porque o Guga é muito caricaturável", afirmou Aidar Filho, que ainda trazia nas bochechas duas bandeiras do Brasil. "Ele é magro, cabeludo e tem um gestual todo típico do jogar", justificou.
Eles estudam literatura em Lyon, também na França, e haviam comprado há cerca de três meses ingressos para a programação de terça-feira.
"Como não sabíamos quando iria ser [a primeira rodada acontece nos três primeiros dias e não havia definição de quando Guga jogaria], arriscamos e pagamos 45 [quase R$ 120] cada um. Hoje [ontem], tivemos que comprar de cambista e pagamos 100 [cerca de R$ 260)]". Cambistas são figuras bastante comuns no Grand Slam francês -agem já na saída da estação de metrô próxima à entrada de Roland Garros.
Para recompensar o desembolso, Aidar Filho foi um dos poucos que conseguiram autógrafo do tenista na saída da quadra ontem. A princípio, Guga não daria autógrafo, já que saiu carregando o pesado troféu (que tinha pedra, areia e saibro) que ganhou da federação francesa, mas contou com a ajuda de um repórter.
Da arquibancada, o torcedor brasileiro esticou o braço e saiu com seu "troféu". (FI)


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