|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Hamilton ganha o GP de Mônaco e se compara a Senna
Piloto da McLaren declara que os melhores são capazes de ganhar no principado e assume a ponta do Mundial de F-1
Inglês larga em terceiro, conta com a sorte em uma prova repleta de acidentes
e espera que vitória seja o início de algo muito especial
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MÔNACO
"Para vencer em Mônaco você tem que ter sorte e estar no
lugar certo na hora certa."
Foi justamente essa a chave
para a vitória de Lewis Hamilton, o autor da frase, ontem, nas
ruas do principado. O triunfo,
seu segundo neste ano, alçou o
piloto da McLaren à liderança
do Mundial de F-1.
Mais: foi a 15ª vez que a equipe ganhou em Montecarlo -é
disparada a maior vencedora-
e a primeira que um piloto inglês chegou na frente desde
Graham Hill, em 1969.
"As últimas 20 voltas foram
emocionantes para mim. Estava tentando me controlar e
manter o carro na pista, acreditando que podia conseguir",
afirmou Hamilton, voz pausada, como se estivesse tentando
processar o que fizera.
"Sonho em vencer aqui desde
pequeno. Vi o Ayrton [Senna]
ganhar tantas vezes e sempre
achei que, se ele ganhou, significa que os melhores pilotos foram capazes de vencer aqui, e
queria poder fazer o mesmo."
Robert Kubica, da BMW, e
Felipe Massa, da Ferrari, completaram o pódio da corrida
mais movimentada do ano, que
teve chuva, duas entradas do
safety car, erros e acidentes.
Foi também a mais longa -terminou no limite de tempo, não
no número de voltas (78).
Na pole pela terceira vez no
ano, Massa manteve a ponta na
largada, realizada sob chuva intensa. Hamilton, que saiu em
terceiro, ultrapassou Kimi
Raikkonen. Kubica, quinto no
grid, assumiu o quarto posto
ajudado pelo fato de o McLaren
de Heikki Kovalainen ter ficado parado na volta de apresentação, obrigando o piloto finlandês a largar dos boxes.
"Estava tentando me aproximar do Felipe e na [curva] Tabacaria havia um rio passando.
Meu carro saiu de traseira, derrapei até tocar o guard rail", explicou Hamilton, sobre o azar
que acabou virando sorte.
Com o pneu traseiro direito
estourado, teve de ir aos boxes
na sexta volta. Foi quando mudou a estratégia, colocando
muito combustível. Ainda assim, voltou em quinto à pista.
Uma seqüência de eventos
ajudou o piloto. Primeiro, a entrada do safety car após batidas
de David Coulthard e Sébastien
Bourdais, que o uniu ao pelotão
da frente. Depois, Fernando
Alonso, que vinha à sua frente,
errou e precisou ir aos boxes.
Hamilton herdou seu posto.
Vice-líder, Raikkonen foi punido com um drive through
(passagem pelos boxes respeitando o limite de velocidade). O
inglês já era o terceiro.
Na ponta, Massa escapou da
pista, e Kubica assumiu a liderança. Com o pit do polonês, o
ferrarista reassumiu o primeiro lugar, seguido por Hamilton.
Após seis giros, foi a vez de
Massa parar e o inglês tomar a
ponta, de onde não saiu mais,
apesar de fazer outro pit stop.
Com a pista secando, Massa
foi obrigado a trocar pneus
-estava com os de chuva. Perdeu alguns segundos no pit e a
vice-liderança para Kubica, que
fizera a troca duas voltas antes.
Com a pista seca e poucas chances para ultrapassar, as posições não se alteraram.
"O fim de semana mostrou
que tudo pode acontecer", falou Hamilton. "Espero que seja
o início de algo muito especial."
Texto Anterior: Fãs brasileiros recorrem a cambistas e puxam ola Próximo Texto: Frases Índice
|