São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 2008

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Hamilton ganha o GP de Mônaco e se compara a Senna

Piloto da McLaren declara que os melhores são capazes de ganhar no principado e assume a ponta do Mundial de F-1

Inglês larga em terceiro, conta com a sorte em uma prova repleta de acidentes e espera que vitória seja o início de algo muito especial

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MÔNACO

"Para vencer em Mônaco você tem que ter sorte e estar no lugar certo na hora certa."
Foi justamente essa a chave para a vitória de Lewis Hamilton, o autor da frase, ontem, nas ruas do principado. O triunfo, seu segundo neste ano, alçou o piloto da McLaren à liderança do Mundial de F-1.
Mais: foi a 15ª vez que a equipe ganhou em Montecarlo -é disparada a maior vencedora- e a primeira que um piloto inglês chegou na frente desde Graham Hill, em 1969.
"As últimas 20 voltas foram emocionantes para mim. Estava tentando me controlar e manter o carro na pista, acreditando que podia conseguir", afirmou Hamilton, voz pausada, como se estivesse tentando processar o que fizera.
"Sonho em vencer aqui desde pequeno. Vi o Ayrton [Senna] ganhar tantas vezes e sempre achei que, se ele ganhou, significa que os melhores pilotos foram capazes de vencer aqui, e queria poder fazer o mesmo."
Robert Kubica, da BMW, e Felipe Massa, da Ferrari, completaram o pódio da corrida mais movimentada do ano, que teve chuva, duas entradas do safety car, erros e acidentes. Foi também a mais longa -terminou no limite de tempo, não no número de voltas (78).
Na pole pela terceira vez no ano, Massa manteve a ponta na largada, realizada sob chuva intensa. Hamilton, que saiu em terceiro, ultrapassou Kimi Raikkonen. Kubica, quinto no grid, assumiu o quarto posto ajudado pelo fato de o McLaren de Heikki Kovalainen ter ficado parado na volta de apresentação, obrigando o piloto finlandês a largar dos boxes.
"Estava tentando me aproximar do Felipe e na [curva] Tabacaria havia um rio passando. Meu carro saiu de traseira, derrapei até tocar o guard rail", explicou Hamilton, sobre o azar que acabou virando sorte.
Com o pneu traseiro direito estourado, teve de ir aos boxes na sexta volta. Foi quando mudou a estratégia, colocando muito combustível. Ainda assim, voltou em quinto à pista.
Uma seqüência de eventos ajudou o piloto. Primeiro, a entrada do safety car após batidas de David Coulthard e Sébastien Bourdais, que o uniu ao pelotão da frente. Depois, Fernando Alonso, que vinha à sua frente, errou e precisou ir aos boxes. Hamilton herdou seu posto.
Vice-líder, Raikkonen foi punido com um drive through (passagem pelos boxes respeitando o limite de velocidade). O inglês já era o terceiro.
Na ponta, Massa escapou da pista, e Kubica assumiu a liderança. Com o pit do polonês, o ferrarista reassumiu o primeiro lugar, seguido por Hamilton. Após seis giros, foi a vez de Massa parar e o inglês tomar a ponta, de onde não saiu mais, apesar de fazer outro pit stop.
Com a pista secando, Massa foi obrigado a trocar pneus -estava com os de chuva. Perdeu alguns segundos no pit e a vice-liderança para Kubica, que fizera a troca duas voltas antes. Com a pista seca e poucas chances para ultrapassar, as posições não se alteraram.
"O fim de semana mostrou que tudo pode acontecer", falou Hamilton. "Espero que seja o início de algo muito especial."


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