São Paulo, quinta-feira, 26 de maio de 2011

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Denúncia de corrupção atinge opositor de Blatter

FIFA
Investigador diz ter evidência de oferta de propina antes de eleição


RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO

A Fifa abriu inquérito para apurar suposta tentativa de suborno de dois de seus principais cartolas por votos na eleição para a presidência da entidade, em 1º de julho.
Um dos acusados é Mohamed Bin Hammam, opositor do atual presidente, Joseph Blatter, na disputa.
Antes disso, o Comitê de Ética da Fifa julgará o caso e pode punir o cartola árabe -haverá audiência no domingo. Se for assim, Blatter seria candidato único.
Membros do Comitê-Executivo da Fifa, Bin Hammam e Jack Warner são acusados de oferecer dinheiro a representantes de federações do Caribe para obter votos.
Um relatório de cerca de 12 páginas, com testemunhos jurados dos cartolas caribenhos, é o principal elemento de acusação contra os dois.
Esse documento foi produzido pelo advogado norte-americano Jonh Collins, por ordem de Chuck Blazer, também membro do Comitê-Executivo da Fifa e subordinado a Warner na Concacaf (Confederação da América do Norte, Central e do Caribe).
À Folha Collins afirmou que há provas em seu relatório. "Não acho que a Fifa tomaria uma atitude se não houvesse [evidência]", disse ele, que se recusou a responder sobre o conteúdo do documento e só disse que há testemunhos juramentados.
Collins é do Comitê Legal da Fifa e advogado da Concacaf, presidida por Warner.
Há dez dias, passou a investigar uma reunião no início do mês entre 25 membros de federações caribenhas, Bin Hammam e Warner. A reunião foi em Trinidad e Tobago, país de Warner.
Houve relatos de que Warner oferecera US$ 40 mil (R$ 65 mil) aos representantes das federações nacionais em nome do árabe, de acordo com o "Daily Telegraph".
Os dois acusados serão ouvidos no domingo, mas já negaram e apontaram motivação eleitoral na denúncia.
"Se houver um senso de Justiça, essas acusações vão desaparecer no vento", falou Bin Hammam. "Esse movimento é um pouco mais do que uma tática usada por aqueles que não têm a capacidade de serem bem-sucedidos na eleição presidencial."
"É interessante o momento das alegações e a audiência marcada para pouco antes da eleição", disse Warner.
Os dois já foram acusados pela imprensa e por políticos ingleses de corrupção na escolha das sedes das Copas de 2018 e 2022, no final de 2010.
A candidatura vencedora do Qatar, chefiada por Bin Hammam, foi acusada de pagar por votos, e o cartola caribenho, de tentar vender seu apoio. Ambos negaram.
A nova denúncia racha a Fifa. Warner e Bin Hammam foram os articuladores da primeira eleição de Blatter, em 98, quando também houve acusações de corrupção.
"Será um congresso interessante", observou Collins.


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