São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 2008

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FUTEBOL

Adeus Eurocopa

Na reta final da competição, não há show, não tem melhor do mundo, não pinta favorito claro... como quase sempre

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

ZIDANE comparou nos últimos dias a Eurocopa com o Mundial. Assinou embaixo o jargão de que a Euro é a Copa sem Brasil e Argentina e indicou que é mais difícil vencer a competição continental.
Mais enxuta, a Eurocopa não permitiria vacilos desde a primeira fase, segundo o craque que ganhou os dois nobres troféus. Que o digam França, República Tcheca e Suécia, que estavam bem cotadas para avançar ao mata-mata e fracassaram cedo. Cech, Henry e Ibrahimovic foram algumas das estrelas do futebol que voltaram logo para casa.
A história mostra até este ano 12 edições da Euro e 9 campeões. A Copa aconteceu 18 vezes e fez apenas sete vencedores. E olhe que a Inglaterra, pátria que regulamentou o futebol contemporâneo, não ganhou ainda sua Euro (com vários atletas de alto nível, nem joga a atual).
Nas quartas, ficaram quase todos aqueles que acenavam com o bom futebol. Portugal e Holanda, mais que a torcida no Brasil, tinham conquistado o apoio de austríacos e suíços, os anfitriões coadjuvantes.
A Itália chegou a despertar em muitos o chavão de que ""chega sempre", uma mentira que a Euro não engole -a Squadra Azzurra só ganhou a edição de 1968, em casa, e ainda assim foi à final na moedinha.
Sem os campeões mundiais, sem o melhor do mundo (Cristiano Ronaldo), sem a seleção mais decantada, as semifinais da Euro começaram ontem como uma briga no escuro.
Não há torneio de seleções mais imprevisível que a Eurocopa. A Alemanha tem a camisa, a Espanha ostenta ligeiro favoritismo sob suspeita, a Rússia traz Guus Hiddink, e a Turquia vinha com o Sobrenatural de Almeida (como escrevo antes do jogo do Flu, não sei se o sobrenatural apareceu em Quito ontem no primeiro duelo tricolor com a LDU).
Se a Alemanha for tetra, será de fato um mundo (um país) à parte no velho continente. Essa sim chega e muito em Copa e em Euro. Mas, se ela for vice, a aura de "terra de ninguém" do torneio ganhará força. Espanhóis seriam só bi. Russos (a Uefa os separa da URSS) seriam batizados, mesmo não sendo a Grécia-04.

ADEUS HOLANDA
""No contrato, há a exigência de que a Holanda atue ofensivamente, dominando e praticando reconhecível futebol. É o momento de os torcedores holandeses se identificarem de novo com o time nacional". disse Henk Kesler, diretor da federação holandesa, quando Van Basten foi apresentado como técnico. ""É a vez de os atacantes brilharem, e não os defensores. Nosso gol será jogar bonito, de forma ofensiva. É o começo de uma grande aventura. Espero que termine com algo bom", falou Van Basten na ocasião. Fica a pergunta: terminou bem?

ADEUS FELIPÃO
"A língua do futebol é uma só." Ok!


rbueno@folhasp.com.br

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