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Destro, herói se propõe a atuar pela esquerda
Autor do gol, Daniel Alves diz que quer jogar na seleção em qualquer posição
Atuações apagadas de André Santos e Kléber, os dois laterais canhotos do time, abrem espaço para Dunga improvisar no setor
Antonio Scorza/France Presse
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O lateral Daniel Alves celebra no estádio Ellis Park ao fazer de falta, aos 43min do 2º tempo, o gol da vitória da seleção brasileira
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
Dunga tem dois laterais-direitos de primeira linha.
Mas, se quiser repetir a experiência de ontem, com um deles
improvisado pelo lado esquerdo, terá mais chances de acertar se colocar Daniel Alves do
que se optar por Maicon.
A Folha perguntou aos dois
jogadores ontem, após a vitória
sobre a África do Sul, se eles ficariam à vontade atuando de
improviso na lateral esquerda.
Maicon se mostrou reticente. "Para mim, fica muito difícil. Meu pé esquerdo só serve
para subir no ônibus", falou o
jogador da Inter de Milão, que
ontem não repetiu o nível de
suas últimas atuações. Segundo o Datafolha, ele terminou o
jogo sem finalizar a gol e com
apenas seis cruzamentos realizados, praticamente a metade
da sua média pela seleção.
Daniel Alves, que no Barcelona atua muito mais como um
meia do que como lateral, se
disse pronto para colaborar caso Dunga o escale improvisado
pelo setor esquerdo.
"Sempre estou à disposição
do Dunga, na posição que ele
precisar. Já joguei na lateral esquerda", falou o atleta do Barcelona, que creditou parte do
seu gol de falta ao apoio dos colegas no lance e ao fato de o goleiro Khune, da África do Sul,
ter muita gente à sua frente.
Caso seja efetivado na lateral
esquerda, Daniel Alves, que
muitas vezes confunde o espanhol com o português em suas
entrevistas, não seria o primeiro destro a fazer isso na seleção. Dois dos maiores jogadores da história do país na posição, Nilton Santos e Júnior, tinham o direito como pé forte.
E não faltam motivos para
Dunga pensar nessa hipótese.
Contra a África do Sul, o Brasil voltou a mostrar sua carência na lateral esquerda. André
Santos até tentou dois chutes,
mas mostrou mais uma vez dificuldade em chegar à linha de
fundo e terminou a partida, de
acordo com o Datafolha, sem
realizar cruzamentos. De titular no início da Copa das Confederações, Kléber parece ter
virado a quarta opção.
Dos jogadores nacionais de
destaque na posição, o único
não testado por Dunga ainda é
Fábio Aurélio, do Liverpool.
Antes da Copa, as oportunidades para isso até que serão
boas. Em 2009, o Brasil ainda
fará quatro jogos pelas eliminatórias (Argentina, Chile, Bolívia e Venezuela) e provavelmente dois amistosos -o primeiro, já confirmado, em agosto, na Europa, contra a Estônia.
Valorizados na equipe nacional, os laterais-direitos brasileiros também prosseguem em
alta no mercado europeu.
Maicon agora está cotado para se juntar a Robinho no Manchester City, que estaria disposto a pagar mais de R$ 60
milhões, além de ceder Elano, à
Inter de Milão pelos serviços
do brasileiro. "Enquanto estiver aqui, só vou falar da seleção", afirmou Maicon ontem.
(EDUARDO ARRUDA E PAULO COBOS)
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