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arma secreta
Substituição improvável coloca seleção na final
Daniel Alves entra no fim da partida e faz, de falta, o gol contra a África do Sul
África do Sul 0
Brasil 1
EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
ENVIADOS ESPECIAIS A
JOHANNESBURGO
Foram 82 minutos de pasmaceira da seleção até Dunga deixar de lado sua "caretice" na
hora de fazer substituições.
Seis minutos depois, a inovação fez seu time vencer a África
do Sul, por 1 a 0, em Johannesburgo, e passar à final da Copa
das Confederações. No domingo, o Brasil tentará seu terceiro
título do torneio ante os EUA.
Com um gol de falta do lateral-direito Daniel Alves, que
entrou no lugar do lateral-esquerdo André Santos, a seleção
segue firme como a única entre
as grandes à prova de vexames
antes da Copa de 2010.
Dunga tem como característica fazer trocas de jogadores da
mesma posição. Quando muito,
principalmente quando seu time está vencendo, troca um
atacante por um meia.
Não foi o que aconteceu ontem. Sem acertar com nenhum
lateral-esquerdo, ele colocou o
destro Daniel Alves, reserva do
intocável Maicon, para furar o
bloqueio do time anfitrião.
"O jogo estava muito fechado. Coloquei alguém com um
estilo agressivo, especialista em
bola parada", disse Dunga, como se soubesse que no fim do
jogo Ramires seria derrubado
perto da área, dando a chance
para Daniel Alves marcar.
Com Dunga, gols de jogadores que começam na reserva
são raros. Em 2009, por exemplo, a seleção balançou as redes
23 vezes. O tento de ontem foi
apenas o segundo de um suplente -o outro foi de Júlio
Baptista, contra o Equador.
Após o jogo, o treinador justificou a fraca exibição batendo
na tecla do cansaço. "Tivemos
seis decisões em 19 dias", falou
ele, referindo-se aos duelos
contra Uruguai e Paraguai, pelas eliminatórias, e aos quatro
na Copa das Confederações.
A má atuação se refletiu na
falta de "fair play" da seleção.
Nos três primeiros jogos, o time de Dunga não levou cartões.
Ontem, foram três amarelos. O
Brasil também foi mais faltoso.
Foram, segundo o Datafolha, 13
infrações dos brasileiros e só
nove dos sul-africanos.
Mas, mesmo sempre dizendo
que na sua equipe são 23 titulares (o número total de convocados), Dunga demorou 82 minutos para mudar seu time ontem
-além de Daniel Alves, Kleberson entrou nos acréscimos.
O técnico declarou que a saída de André Santos nem foi por
razões técnicas, mas porque o
corintiano já tinha um cartão
amarelo. Havia Kléber, um lateral-esquerdo, no banco, mas
a opção foi por Daniel Alves,
que comemorou o gol exibindo
tatuagens no peito com os nomes dos filhos. Recebeu um
cartão amarelo por isso. "Na
Europa, não é assim", lamentou o jogador do Barcelona, que
pagou quase R$ 100 milhões ao
Sevilla pelo lateral.
No domingo, também em Johannesburgo, o Brasil, com
quatro vitórias em quatro jogos, enfrenta os EUA, que vêm
embalados depois de uma classificação milagrosa para as semifinais e uma vitória contra a
poderosa Espanha.
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