São Paulo, sexta-feira, 26 de junho de 2009

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arma secreta

Substituição improvável coloca seleção na final

Daniel Alves entra no fim da partida e faz, de falta, o gol contra a África do Sul

África do Sul 0
Brasil 1


EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO

Foram 82 minutos de pasmaceira da seleção até Dunga deixar de lado sua "caretice" na hora de fazer substituições.
Seis minutos depois, a inovação fez seu time vencer a África do Sul, por 1 a 0, em Johannesburgo, e passar à final da Copa das Confederações. No domingo, o Brasil tentará seu terceiro título do torneio ante os EUA.
Com um gol de falta do lateral-direito Daniel Alves, que entrou no lugar do lateral-esquerdo André Santos, a seleção segue firme como a única entre as grandes à prova de vexames antes da Copa de 2010.
Dunga tem como característica fazer trocas de jogadores da mesma posição. Quando muito, principalmente quando seu time está vencendo, troca um atacante por um meia.
Não foi o que aconteceu ontem. Sem acertar com nenhum lateral-esquerdo, ele colocou o destro Daniel Alves, reserva do intocável Maicon, para furar o bloqueio do time anfitrião.
"O jogo estava muito fechado. Coloquei alguém com um estilo agressivo, especialista em bola parada", disse Dunga, como se soubesse que no fim do jogo Ramires seria derrubado perto da área, dando a chance para Daniel Alves marcar.
Com Dunga, gols de jogadores que começam na reserva são raros. Em 2009, por exemplo, a seleção balançou as redes 23 vezes. O tento de ontem foi apenas o segundo de um suplente -o outro foi de Júlio Baptista, contra o Equador.
Após o jogo, o treinador justificou a fraca exibição batendo na tecla do cansaço. "Tivemos seis decisões em 19 dias", falou ele, referindo-se aos duelos contra Uruguai e Paraguai, pelas eliminatórias, e aos quatro na Copa das Confederações.
A má atuação se refletiu na falta de "fair play" da seleção. Nos três primeiros jogos, o time de Dunga não levou cartões. Ontem, foram três amarelos. O Brasil também foi mais faltoso. Foram, segundo o Datafolha, 13 infrações dos brasileiros e só nove dos sul-africanos.
Mas, mesmo sempre dizendo que na sua equipe são 23 titulares (o número total de convocados), Dunga demorou 82 minutos para mudar seu time ontem -além de Daniel Alves, Kleberson entrou nos acréscimos.
O técnico declarou que a saída de André Santos nem foi por razões técnicas, mas porque o corintiano já tinha um cartão amarelo. Havia Kléber, um lateral-esquerdo, no banco, mas a opção foi por Daniel Alves, que comemorou o gol exibindo tatuagens no peito com os nomes dos filhos. Recebeu um cartão amarelo por isso. "Na Europa, não é assim", lamentou o jogador do Barcelona, que pagou quase R$ 100 milhões ao Sevilla pelo lateral.
No domingo, também em Johannesburgo, o Brasil, com quatro vitórias em quatro jogos, enfrenta os EUA, que vêm embalados depois de uma classificação milagrosa para as semifinais e uma vitória contra a poderosa Espanha.


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