São Paulo, sexta-feira, 26 de junho de 2009

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África do Sul comemora polícia, ingresso e time

Torcedores finalmente se empolgam rumo a 2010

DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO

A África do Sul saiu derrotada do campo, mas seu torcedor deixou o estádio Ellis Park ontem com a sensação de que na Copa terá tudo, principalmente um time, até então visto com desconfiança, para torcer.
Os sul-africanos mais carentes sentiram ontem um pouco das benesses que o Mundial do ano que vem poderá trazer.
Nas ruas ao redor do estádio, e dentro dele, segurança. Policiais para todos os lados. Arena cheia graças à enxurrada de entradas distribuídas aos mais pobres. E, em campo, uma seleção que deu muito trabalho para o Brasil e, apesar do revés nos minutos finais, deixou o gramado aplaudida pelo mais de 48 mil torcedores.
"Estou orgulhoso. Não podemos deixar de falar do público que nos apoiou mesmo depois de termos levado o gol. Estou feliz porque podemos ir mais à frente, e vamos", disse um entristecido, mas emocionado, Joel Santana após a partida.
"Fica para nós a esperança de um trabalho benfeito e de fazermos uma boa Copa [do Mundo]. Surpreendemos o Brasil. Faltou calma na finalização, mas o que importa é que o torcedor saiu orgulhoso", acrescentou o técnico, que fez apelo para as pessoas irem à África do Sul em 2010 porque "há segurança no país".
Ontem, ao menos, os policiais eram muitos. Ao todo, mais de 1.500 homens.
O local mais vigiado foi Hilbrow, o bairro com os mais altos índices de violência do país e passagem quase obrigatória para se chegar ao Ellis Park.
Nas ruas, policiais fortemente armados e viaturas patrulharam a área. Um helicóptero também acompanhou a chegada da torcida. Bloqueios foram montados a mais de 1 km do estádio e só pessoas credenciadas e com ingresso podiam passar.
Na revista policial, até cães farejadores foram usados.
O maior problema para chegar ao Ellis Park foi o grande engarrafamento nas principais vias de acesso à arena. "O trânsito não é problema. O que importa é termos segurança para chegarmos ao estádio e torcer", dizia Dhelia Ejike, que está desempregada e foi contemplada com um ingresso gratuito.
Ao todo, o Comitê Organizador Local distribuiu 120 mil entradas para a Copa das Confederações para tentar esconder o fiasco na venda de bilhetes.
Segundo o COL, recebeu ingressos quem comprovou não poder pagar por eles, além de 20 mil trabalhadores envolvidos com as obras do Mundial.
Mesmo assim, o Ellis Park teve mais de 10 mil lugares vazios ontem, principalmente nas áreas com bilhetes mais caros.
Nos setores mais populares, porém, as vuvuzelas deram o tom da festa. As cornetas, aliás, viraram hit para a imprensa estrangeira. Nas áreas de conveniência do estádio, muitas emissoras de TV faziam reportagens sobre elas. E, sempre no final das gravações, os torcedores eram obrigados a soprá-las.
(EDUARDO ARRUDA E PAULO COBOS)


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