|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
África do Sul comemora polícia, ingresso e time
Torcedores finalmente se empolgam rumo a 2010
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
A África do Sul saiu derrotada do campo, mas seu torcedor
deixou o estádio Ellis Park ontem com a sensação de que na
Copa terá tudo, principalmente
um time, até então visto com
desconfiança, para torcer.
Os sul-africanos mais carentes sentiram ontem um pouco
das benesses que o Mundial do
ano que vem poderá trazer.
Nas ruas ao redor do estádio,
e dentro dele, segurança. Policiais para todos os lados. Arena
cheia graças à enxurrada de entradas distribuídas aos mais
pobres. E, em campo, uma seleção que deu muito trabalho para o Brasil e, apesar do revés
nos minutos finais, deixou o
gramado aplaudida pelo mais
de 48 mil torcedores.
"Estou orgulhoso. Não podemos deixar de falar do público
que nos apoiou mesmo depois
de termos levado o gol. Estou
feliz porque podemos ir mais à
frente, e vamos", disse um entristecido, mas emocionado,
Joel Santana após a partida.
"Fica para nós a esperança de
um trabalho benfeito e de fazermos uma boa Copa [do
Mundo]. Surpreendemos o
Brasil. Faltou calma na finalização, mas o que importa é que
o torcedor saiu orgulhoso",
acrescentou o técnico, que fez
apelo para as pessoas irem à
África do Sul em 2010 porque
"há segurança no país".
Ontem, ao menos, os policiais eram muitos. Ao todo,
mais de 1.500 homens.
O local mais vigiado foi Hilbrow, o bairro com os mais altos índices de violência do país
e passagem quase obrigatória
para se chegar ao Ellis Park.
Nas ruas, policiais fortemente armados e viaturas patrulharam a área. Um helicóptero
também acompanhou a chegada da torcida. Bloqueios foram
montados a mais de 1 km do estádio e só pessoas credenciadas
e com ingresso podiam passar.
Na revista policial, até cães
farejadores foram usados.
O maior problema para chegar ao Ellis Park foi o grande
engarrafamento nas principais
vias de acesso à arena. "O trânsito não é problema. O que importa é termos segurança para
chegarmos ao estádio e torcer",
dizia Dhelia Ejike, que está desempregada e foi contemplada
com um ingresso gratuito.
Ao todo, o Comitê Organizador Local distribuiu 120 mil entradas para a Copa das Confederações para tentar esconder
o fiasco na venda de bilhetes.
Segundo o COL, recebeu ingressos quem comprovou não
poder pagar por eles, além de
20 mil trabalhadores envolvidos com as obras do Mundial.
Mesmo assim, o Ellis Park teve mais de 10 mil lugares vazios
ontem, principalmente nas
áreas com bilhetes mais caros.
Nos setores mais populares,
porém, as vuvuzelas deram o
tom da festa. As cornetas, aliás,
viraram hit para a imprensa estrangeira. Nas áreas de conveniência do estádio, muitas
emissoras de TV faziam reportagens sobre elas. E, sempre no
final das gravações, os torcedores eram obrigados a soprá-las.
(EDUARDO ARRUDA E PAULO COBOS)
Texto Anterior: Ritmo: Time faz seu 1º tempo mais fraco Próximo Texto: Copa reserva mega-arenas a brasileiros Índice
|