São Paulo, quinta-feira, 26 de julho de 2007

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SOFTBOL

Após finalmente estrear, time perde e é eliminado

Após um atraso de 50 horas, brasileiras caem diante dos EUA e, depois, de Cuba

Em campo com problemas, Jennie Finch, musa da equipe americana, segue cartilha e elogia esforço para amenizar precariedade do local do jogo

DO ENVIADO AO RIO

Mais de 50 horas depois do que estava previsto na tabela original, a seleção brasileira de softbol estreou no Pan do Rio para desafiar os Estados Unidos, maior potência da modalidade e da musa Jennie Finch. E o resultado foi uma fácil vitória das americanas por 7 a 0, no início de uma jornada que acabou com o time eliminado da disputa por medalhas.
Dona de vultosos contratos publicitários, a arremessadora, primeiro, driblou a lama que cobria o caminho dos vestiários até o campo encharcado da Cidade do Rock, a instalação mais tenebrosa do evento das Américas. Depois, precisou instruir os voluntários, com suas pás, para que deixassem a área de arremesso em condições mínimas. Por fim, mostrou que não tem fama só pela beleza.
Finch simplesmente não permitiu que as brasileiras avançassem uma mísera base sequer nas cinco entradas que o jogo durou -a partida foi encerrada de forma antecipada porque o regulamento manda isso acontecer quando a diferença é de sete pontos nesse estágio da partida.
Seguindo a ordem americana de não falar mal do Pan, Finch foi elegante ao falar sobre a precariedade da Cidade do Rock. "O campo foi muito castigado pela chuva, mas as pessoas responsáveis fizeram um grande esforço para deixá-lo em condições, e agradeço muito por isso", disse a estrela, que foi reverenciada pelas brasileiras.
"Não conseguimos rebater nada", admitiu a capitã Marcia. As brasileiras viram até motivos para comemorar. "Elas não conseguiram rebater nenhuma bola para fora do campo", disse Cynthia Takahashi, a musa nacional, do time que ganhou fama pelo ensaio fotográfico.
Mas o dia de derrotas do time ainda não havia acabado. Na sessão da tarde, foi a vez de cair diante de Cuba, desta vez por um apertado 1 a 0. O resultado tirou o Brasil da disputa pelas medalhas. "Não estamos aqui para aprender, e sim para buscar resultados", disse Márcia, antes do revés contra as caribenhas, a quem consideravam que podiam vencer.
A rodada novamente aconteceu com atraso por causa da chuva e com só um campo disponível. Para esperar o tempo passar, alguns jogavam cartas. Outros ensaiavam gritos contra os organizadores e pediam que os portões fossem abertos.
Os torcedores, quase todos descendentes japoneses e familiares das jogadoras, reclamavam das condições da Cidade do Rock e da burocracia para receberem de volta o dinheiro gasto nos ingressos das duas rodadas que foram canceladas. "Isso aqui é uma vergonha. Se o Rio não tinha condições de fazer o softbol, deveriam ter feito em São Paulo", afirmou Mori Miyahira, pai da primeira base Simone. (PAULO COBOS)


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