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SOFTBOL
Após finalmente estrear, time perde e é eliminado
Após um atraso de 50 horas, brasileiras caem diante dos EUA e, depois, de Cuba
Em campo com problemas, Jennie Finch, musa da equipe americana, segue cartilha e elogia esforço para amenizar precariedade do local do jogo
DO ENVIADO AO RIO
Mais de 50 horas depois do
que estava previsto na tabela
original, a seleção brasileira de
softbol estreou no Pan do Rio
para desafiar os Estados Unidos, maior potência da modalidade e da musa Jennie Finch. E
o resultado foi uma fácil vitória
das americanas por 7 a 0, no
início de uma jornada que acabou com o time eliminado da
disputa por medalhas.
Dona de vultosos contratos
publicitários, a arremessadora,
primeiro, driblou a lama que
cobria o caminho dos vestiários
até o campo encharcado da Cidade do Rock, a instalação mais
tenebrosa do evento das Américas. Depois, precisou instruir
os voluntários, com suas pás,
para que deixassem a área de
arremesso em condições mínimas. Por fim, mostrou que não
tem fama só pela beleza.
Finch simplesmente não
permitiu que as brasileiras
avançassem uma mísera base
sequer nas cinco entradas que o
jogo durou -a partida foi encerrada de forma antecipada
porque o regulamento manda
isso acontecer quando a diferença é de sete pontos nesse estágio da partida.
Seguindo a ordem americana
de não falar mal do Pan, Finch
foi elegante ao falar sobre a precariedade da Cidade do Rock.
"O campo foi muito castigado
pela chuva, mas as pessoas responsáveis fizeram um grande
esforço para deixá-lo em condições, e agradeço muito por isso", disse a estrela, que foi reverenciada pelas brasileiras.
"Não conseguimos rebater
nada", admitiu a capitã Marcia.
As brasileiras viram até motivos para comemorar. "Elas não
conseguiram rebater nenhuma
bola para fora do campo", disse
Cynthia Takahashi, a musa nacional, do time que ganhou fama pelo ensaio fotográfico.
Mas o dia de derrotas do time
ainda não havia acabado. Na
sessão da tarde, foi a vez de cair
diante de Cuba, desta vez por
um apertado 1 a 0. O resultado
tirou o Brasil da disputa pelas
medalhas. "Não estamos aqui
para aprender, e sim para buscar resultados", disse Márcia,
antes do revés contra as caribenhas, a quem consideravam
que podiam vencer.
A rodada novamente aconteceu com atraso por causa da
chuva e com só um campo disponível. Para esperar o tempo
passar, alguns jogavam cartas.
Outros ensaiavam gritos contra
os organizadores e pediam que
os portões fossem abertos.
Os torcedores, quase todos
descendentes japoneses e familiares das jogadoras, reclamavam das condições da Cidade
do Rock e da burocracia para
receberem de volta o dinheiro
gasto nos ingressos das duas rodadas que foram canceladas.
"Isso aqui é uma vergonha. Se o
Rio não tinha condições de fazer o softbol, deveriam ter feito
em São Paulo", afirmou Mori
Miyahira, pai da primeira base
Simone.
(PAULO COBOS)
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