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BOXE
Empresa admite ter organizado deserções
Manager espera os atletas na Alemanha
para colocá-los no circuito profissional
Ahmet Öner, que já tem 4
cubanos sob contrato, diz ter
gasto US$ 549 mil para que os
pugilistas Rigondeaux e Lara
largassem delegação no Rio
EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
""Fui eu que organizei tudo [a
fuga]." Foi dessa maneira que
Ahmet Öner, 35, da empresa
alemã Arena Box-Promotion e
manager de outros quatro boxeadores cubanos refugiados
na Alemanha, admitiu à Folha,
ontem, que orquestrou a deserção do bicampeão olímpico e
mundial Guillermo Rigondeaux e de Erislandy Lara,
também campeão mundial.
"Um grupo aqui na Alemanha, que tinha contatos na
América do Sul, me trouxe em
dezembro [os cubanos Yan]
Barthelemy, [Yuriolki] Gamboa e [Odlanier] Solis. Paguei
um bom dinheiro. Eles me trarão Rigondeaux e Lara", explicou Öner, turco baseado na
Alemanha, que diz que a operação de dezembro custou no total cerca de US$ 1,5 milhão. Segundo ele, com a do Pan do Rio,
gastou US$ 549 mil.
""Cuidei bem de Solis, Gamboa e Barthelemy, que são amigos de Rigondeaux e Lara.
Acredito que isso ajudou [na
decisão de deixarem Cuba]."
O manager, que no total terá
quatro cubanos campeões
olímpicos, calcula que levará
um mês até conseguir se encontrar com a dupla, e preferiu
não informar seu paradeiro.
""Eles não chegaram, estão
sem passaporte. Não posso dizer [o país] onde estão. Porém
acho que dentro de um mês vamos estar juntos", explica.
O plano de Öner é exatamente o mesmo já executado com
os três que desertaram em dezembro na Venezuela: passar
Rigondeaux, que em sua única
luta no Pan registrou sua 104ª
vitória consecutiva, e Lara ao
milionário boxe profissional.
O trio que desertou em dezembro estreou em Hamburgo,
em abril, e está invicto.
""Os cinco serão campeões
mundiais [profissionais]. Hoje
sou o mais jovem empresário
de boxe da Europa. Com eles,
serei o maior", afirma o manager, que tem ainda sob contrato
um sexto cubano, Juan Carlos
Gomez, ex-campeão mundial.
Fidel Castro criticou os alemães ao apontar que ""existe
uma máfia que se dedica a selecionar, comprar e promover
boxeadores cubanos".
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