São Paulo, quinta-feira, 26 de julho de 2007

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BOXE

Empresa admite ter organizado deserções

Manager espera os atletas na Alemanha para colocá-los no circuito profissional

Ahmet Öner, que já tem 4 cubanos sob contrato, diz ter gasto US$ 549 mil para que os pugilistas Rigondeaux e Lara largassem delegação no Rio

EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

""Fui eu que organizei tudo [a fuga]." Foi dessa maneira que Ahmet Öner, 35, da empresa alemã Arena Box-Promotion e manager de outros quatro boxeadores cubanos refugiados na Alemanha, admitiu à Folha, ontem, que orquestrou a deserção do bicampeão olímpico e mundial Guillermo Rigondeaux e de Erislandy Lara, também campeão mundial.
"Um grupo aqui na Alemanha, que tinha contatos na América do Sul, me trouxe em dezembro [os cubanos Yan] Barthelemy, [Yuriolki] Gamboa e [Odlanier] Solis. Paguei um bom dinheiro. Eles me trarão Rigondeaux e Lara", explicou Öner, turco baseado na Alemanha, que diz que a operação de dezembro custou no total cerca de US$ 1,5 milhão. Segundo ele, com a do Pan do Rio, gastou US$ 549 mil.
""Cuidei bem de Solis, Gamboa e Barthelemy, que são amigos de Rigondeaux e Lara. Acredito que isso ajudou [na decisão de deixarem Cuba]."
O manager, que no total terá quatro cubanos campeões olímpicos, calcula que levará um mês até conseguir se encontrar com a dupla, e preferiu não informar seu paradeiro.
""Eles não chegaram, estão sem passaporte. Não posso dizer [o país] onde estão. Porém acho que dentro de um mês vamos estar juntos", explica.
O plano de Öner é exatamente o mesmo já executado com os três que desertaram em dezembro na Venezuela: passar Rigondeaux, que em sua única luta no Pan registrou sua 104ª vitória consecutiva, e Lara ao milionário boxe profissional.
O trio que desertou em dezembro estreou em Hamburgo, em abril, e está invicto.
""Os cinco serão campeões mundiais [profissionais]. Hoje sou o mais jovem empresário de boxe da Europa. Com eles, serei o maior", afirma o manager, que tem ainda sob contrato um sexto cubano, Juan Carlos Gomez, ex-campeão mundial.
Fidel Castro criticou os alemães ao apontar que ""existe uma máfia que se dedica a selecionar, comprar e promover boxeadores cubanos".


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