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ANÁLISE
Peças voam, porém acidentes são raros
FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE
Sejamos francos e diretos.
Pela dinâmica do acidente,
um OVNI atingindo o capacete
de um piloto em plena reta, não
deu para não lembrar de Henry
Surtees, o filho de John, que
morreu há uma semana após
ser acertado por um pneu numa prova de F-2 na Inglaterra.
Pela natureza do impacto,
não deu para não lembrar de
Ayrton Senna, e o maldito braço de suspensão que milimetricamente abriu passagem entre
a viseira e o capacete, matando
o tricampeão em Imola em 94.
Mas detalhes, que tantas vezes são fatais, ontem fizeram do
acidente de Massa apenas uma
batida que entrará para a antologia dos casos estranhos, que
gerará providências dos organizadores e que o piloto um dia
contará para o primogênito Felipe, esperado para novembro.
À primeira vista, pode parecer azar. Peças caem o tempo
todo, pedriscos voam com a
passagem dos carros. Alguns
acertam carros, furam radiadores, estouram pneus. Mas raríssimas vezes alvejam pilotos.
Em 72, Helmut Marko ficou cego do olho esquerdo ao receber
uma pedrada em Paul Ricard.
Em 77, Tom Pryce morreu atingido pelo extintor de incêndio
de um fiscal em Kyalami.
Ah, mas os detalhes...
A começar pelo circuito de
Budapeste, o mais travado dos
autódromos da F-1, quase uma
pista de rua, mas com o fundamental luxo de contar com
áreas de escape. Passando pelo
ponto do impacto, a tomada para a curva 4, onde os pilotos começam a reduzir de sexta para
terceira marchas, de 280 km/h
para fazer a curva seguinte a
150 km/h. E terminando com o
corte, acima do olho, um alívio.
O helicóptero para o hospital,
desta vez, transportou um piloto vivo. Um piloto de sorte.
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