São Paulo, domingo, 26 de julho de 2009

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ANÁLISE

Peças voam, porém acidentes são raros

FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

Sejamos francos e diretos.
Pela dinâmica do acidente, um OVNI atingindo o capacete de um piloto em plena reta, não deu para não lembrar de Henry Surtees, o filho de John, que morreu há uma semana após ser acertado por um pneu numa prova de F-2 na Inglaterra.
Pela natureza do impacto, não deu para não lembrar de Ayrton Senna, e o maldito braço de suspensão que milimetricamente abriu passagem entre a viseira e o capacete, matando o tricampeão em Imola em 94.
Mas detalhes, que tantas vezes são fatais, ontem fizeram do acidente de Massa apenas uma batida que entrará para a antologia dos casos estranhos, que gerará providências dos organizadores e que o piloto um dia contará para o primogênito Felipe, esperado para novembro.
À primeira vista, pode parecer azar. Peças caem o tempo todo, pedriscos voam com a passagem dos carros. Alguns acertam carros, furam radiadores, estouram pneus. Mas raríssimas vezes alvejam pilotos. Em 72, Helmut Marko ficou cego do olho esquerdo ao receber uma pedrada em Paul Ricard. Em 77, Tom Pryce morreu atingido pelo extintor de incêndio de um fiscal em Kyalami.
Ah, mas os detalhes...
A começar pelo circuito de Budapeste, o mais travado dos autódromos da F-1, quase uma pista de rua, mas com o fundamental luxo de contar com áreas de escape. Passando pelo ponto do impacto, a tomada para a curva 4, onde os pilotos começam a reduzir de sexta para terceira marchas, de 280 km/h para fazer a curva seguinte a 150 km/h. E terminando com o corte, acima do olho, um alívio.
O helicóptero para o hospital, desta vez, transportou um piloto vivo. Um piloto de sorte.


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