Depois de um magro 1 a 0 em sua estreia, técnico tenta na Vila, contra o Flamengo, impor sua filosofia de marcação

Treinador elogia time, mas cobra mais tranquilidade, especialmente de Madson, criticado por em todas as jogadas usar velocidade

RICARDO VIEL
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

O primeiro objetivo de Vanderlei Luxemburgo no seu retorno ao Santos foi alcançado. Venceu na estreia o Atlético- -PR e amenizou a pressão dos torcedores sobre a equipe.
O segundo passo ele tentará hoje, contra o Flamengo, novamente na Vila Belmiro. Além da vitória, espera que o time tenha mais a sua cara. Para Luxemburgo, a equipe que bateu os paranaenses por 1 a 0 teve muito de Vagner Mancini, o técnico anterior, e pouco dele.
Com as conversas e os treinos, o comandante vai desenhando o time a seu gosto.
"Estou jogando mais de armador. Com o Mancini eu jogava mais na frente. Além disso, tenho que marcar mais", disse Madson, um dos cobrados com mais veemência nos treinos.
Após o jogo contra o Atlético--PR, Luxemburgo elogiou a equipe, mas cobrou um pouco mais de tranquilidade, em especial a Madson. Declarou que o meia não precisa, em todas as jogadas, usar sua velocidade.
Para o lateral-esquerdo Léo, uma das características desse novo Santos será a paciência. "Hoje, o time não tem pressa. Não tem vergonha de voltar a bola até os zagueiros e começar de novo o ataque", falou.
Se pretende dar à sua equipe a mesma cara que tinha seu time anterior (o Palmeiras), o Santos terá como uma de suas principais características a marcação no meio-campo.
Até a sétima rodada (quando o treinador foi demitido), o Palmeiras era, segundo o Datafolha, o time que mais desarmava no Nacional (média de 122 por jogo). Era o quarto mais faltoso (22,1 por partida) e tinha a segunda menor média de finalizações sofridas (11 por jogo). Havia sido vazado nove vezes (oitava melhor defesa).
Já o Santos de Mancini se caracterizou por ser ofensivo. Fazia muitos gols, mas também tomava bastante. Jogava com dois volantes, dois meias e dois atacantes. Nesta tarde, Luxemburgo deve optar por três volantes e somente Tiago Luís como atacante de ofício -Roni, que estava concentrado, foi liberado para acertar sua transferência para o Fluminense.
E, mesmo com mais um jogador de marcação, Luxemburgo quer que o combate comece no ataque. "O futebol moderno é assim, todos têm que marcar", afirmou o meia Paulo Henrique, que deve ganhar a posição de Róbson. A outra mudança no time deve ser Pará no lugar do lateral-direito Luizinho.
Neymar, 17, deve ficar no banco. Ele levou bronca e recebeu afagos do treinador durante a semana. Altos e baixos de quem vai se acostumando ao novo método de trabalho.