São Paulo, segunda-feira, 26 de agosto de 2002

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Aberto dos EUA, que começa hoje, pode tirar Kuerten do topo no Brasil

NY ameaça reinado de Guga após 6 anos

FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

O Aberto do EUA começa hoje em Nova York com Gustavo Kuerten sob intensa pressão.
O brasileiro, que enfrenta uma temporada "atípica", como ele mesmo define, por causa da cirurgia no quadril em fevereiro, pode sofrer nova queda no ranking.
Desde o início do ano, Guga saiu da segunda para a 46ª colocação no ranking de entradas da ATP.
A diferença é que agora um novo tombo pode tirá-lo do posto de número um do país pela primeira vez desde novembro de 1996.
Com as quartas-de-final do ano passado, sua melhor campanha no Aberto dos EUA -mesmo resultado de 99-, Kuerten precisa defender 250 de seus 760 pontos.
Se cair na primeira rodada, o que aconteceu nos dois últimos torneios (Masters Series de Toronto e Cincinnati), Guga aparecerá no ranking de 9 de setembro com 515 pontos, o que na última lista lhe colocaria em 77º lugar.
No ranking publicado no dia 26 de maio daquele ano, o último antes do primeiro título de Guga em Roland Garros, o brasileiro aparecia na 66ª colocação.
Além da pressão do ranking, Kuerten enfrenta uma chave complicada. Sua estréia será contra o francês Julien Boutter, a quem já enfrentou duas vezes e ainda não conseguiu venceu.
Na segunda rodada, Guga pode encontrar o russo Marat Safin, vice-líder do ranking de entradas e da Corrida dos Campeões e outro jogador contra quem ele apresenta retrospecto negativo (duas vitórias e três derrotas).
O russo ainda apresenta um retrospecto invejável no torneio norte-americano nas duas últimas edições: campeão em 2000 e semifinalista no ano passado.
Mesmo que sobreviva a essas duas partidas, Kuerten terá ainda que superar mais dois adversários para igualar a campanha de 2001.
Vencer quatro partidas consecutivas é algo que Guga não consegue há praticamente um ano -a última série vitoriosa dessa envergadura ocorreu justamente no Aberto dos EUA passado.
Nem no saibro, piso no qual o brasileiro tem seu melhor desempenho e onde conquistou 13 de seus 16 títulos, ele atingiu tal feito.
Em Roland Garros, o tricampeão do Grand Slam francês caiu nas oitavas-de-final. Conseguiu, portanto, três vitórias seguidas.
Em 2002, o retrospecto de Guga no saibro (seis vitórias e três derrotas) antes do Aberto da França não se compara com o de 2001 (23 vitórias e três derrotas), mas é superior ao estabelecido em quadra dura (duas vitórias e três derrotas) antes do Aberto americano.
Mesmo que consiga chegar às quartas-de-final e manter seus 760 pontos, Kuerten ainda corre riscos de perder o posto de mais bem colocado do Brasil, já que seus rivais não têm tantos pontos a defender no Aberto dos EUA.
André Sá, com 681 pontos no ranking, defende 50; Fernando Meligeni, que tem 652, 35.
Talvez por causa dessa nova condição, ele mudou um pouco a programação. Pela primeira vez desde que começou a disputar o Aberto dos EUA, em 1997, Kuerten não disputou nenhum torneio nas duas semanas anteriores ao evento e ficou treinando no Brasil.
E, a exemplo da postura adotada nos últimos meses, ele optou por um discurso modesto.
"Gosto muito de jogar o Aberto dos EUA. Tenho muitas lembranças daqui e me preparei bem. Estou bem tranquilo, sem colocar expectativas. Ficarei feliz se ganhar umas rodadas", disse Guga, que ontem treinou com o atual campeão do torneio e líder do ranking, Lleyton Hewitt (AUS).
A estréia de Kuerten em Nova York, bem como a de Meligeni e a de Flávio Saretta, pode ocorrer amanhã ou na quarta-feira. O único brasileiro confirmado hoje é André Sá, que enfrenta o espanhol Feliciano Lopez.


NA TV - Aberto dos EUA, ao vivo, às 15h, na Sportv



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