|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Aberto dos EUA, que começa hoje, pode tirar Kuerten do topo no Brasil
NY ameaça reinado de Guga após 6 anos
FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL
O Aberto do EUA começa hoje
em Nova York com Gustavo
Kuerten sob intensa pressão.
O brasileiro, que enfrenta uma
temporada "atípica", como ele
mesmo define, por causa da cirurgia no quadril em fevereiro, pode
sofrer nova queda no ranking.
Desde o início do ano, Guga saiu
da segunda para a 46ª colocação
no ranking de entradas da ATP.
A diferença é que agora um novo tombo pode tirá-lo do posto de
número um do país pela primeira
vez desde novembro de 1996.
Com as quartas-de-final do ano
passado, sua melhor campanha
no Aberto dos EUA -mesmo resultado de 99-, Kuerten precisa
defender 250 de seus 760 pontos.
Se cair na primeira rodada, o
que aconteceu nos dois últimos
torneios (Masters Series de Toronto e Cincinnati), Guga aparecerá no ranking de 9 de setembro
com 515 pontos, o que na última
lista lhe colocaria em 77º lugar.
No ranking publicado no dia 26
de maio daquele ano, o último antes do primeiro título de Guga em
Roland Garros, o brasileiro aparecia na 66ª colocação.
Além da pressão do ranking,
Kuerten enfrenta uma chave
complicada. Sua estréia será contra o francês Julien Boutter, a
quem já enfrentou duas vezes e
ainda não conseguiu venceu.
Na segunda rodada, Guga pode
encontrar o russo Marat Safin, vice-líder do ranking de entradas e
da Corrida dos Campeões e outro
jogador contra quem ele apresenta retrospecto negativo (duas vitórias e três derrotas).
O russo ainda apresenta um retrospecto invejável no torneio
norte-americano nas duas últimas edições: campeão em 2000 e
semifinalista no ano passado.
Mesmo que sobreviva a essas
duas partidas, Kuerten terá ainda
que superar mais dois adversários
para igualar a campanha de 2001.
Vencer quatro partidas consecutivas é algo que Guga não consegue há praticamente um ano
-a última série vitoriosa dessa
envergadura ocorreu justamente
no Aberto dos EUA passado.
Nem no saibro, piso no qual o
brasileiro tem seu melhor desempenho e onde conquistou 13 de
seus 16 títulos, ele atingiu tal feito.
Em Roland Garros, o tricampeão do Grand Slam francês caiu
nas oitavas-de-final. Conseguiu,
portanto, três vitórias seguidas.
Em 2002, o retrospecto de Guga
no saibro (seis vitórias e três derrotas) antes do Aberto da França
não se compara com o de 2001 (23
vitórias e três derrotas), mas é superior ao estabelecido em quadra
dura (duas vitórias e três derrotas) antes do Aberto americano.
Mesmo que consiga chegar às
quartas-de-final e manter seus
760 pontos, Kuerten ainda corre
riscos de perder o posto de mais
bem colocado do Brasil, já que
seus rivais não têm tantos pontos
a defender no Aberto dos EUA.
André Sá, com 681 pontos no
ranking, defende 50; Fernando
Meligeni, que tem 652, 35.
Talvez por causa dessa nova
condição, ele mudou um pouco a
programação. Pela primeira vez
desde que começou a disputar o
Aberto dos EUA, em 1997, Kuerten não disputou nenhum torneio
nas duas semanas anteriores ao
evento e ficou treinando no Brasil.
E, a exemplo da postura adotada nos últimos meses, ele optou
por um discurso modesto.
"Gosto muito de jogar o Aberto
dos EUA. Tenho muitas lembranças daqui e me preparei bem. Estou bem tranquilo, sem colocar
expectativas. Ficarei feliz se ganhar umas rodadas", disse Guga,
que ontem treinou com o atual
campeão do torneio e líder do
ranking, Lleyton Hewitt (AUS).
A estréia de Kuerten em Nova
York, bem como a de Meligeni e a
de Flávio Saretta, pode ocorrer
amanhã ou na quarta-feira. O
único brasileiro confirmado hoje
é André Sá, que enfrenta o espanhol Feliciano Lopez.
NA TV - Aberto dos EUA, ao
vivo, às 15h, na Sportv
Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Até bandeira é proibida pelos organizadores Índice
|