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VÔLEI
Fim de uma era
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Chegou a hora. Sexta começa o Mundial feminino, o
maior desafio da temporada. A
competição deve marcar o fim de
uma era dominada pelas cubanas. Com uma nova geração, Cuba já não tem um time tão poderoso como o que conquistou os
dois últimos títulos mundiais.
O poder agora está com as gigantes da Rússia. Basta dar uma
olhadinha no retrospecto da turma comandada pelo técnico Nikolai Karpol. No ano passado, as
russas foram tricampeãs européias. Nesta temporada, já conquistaram dois grandes títulos:
Volley Masters e Grand Prix.
O time tem o jogo baseado na
força do ataque e do bloqueio.
Conta com jogadoras com ataque
muito pesado: Evguênia Artamanova, Elizaveta Tichtchenko e a
gigante Ekaterina Gamova, de
2,05 m. Com uma média de altura das titulares de 1,90 m, fica difícil passar pelo paredão russo.
Vale lembrar que a Rússia, já
comandada por Karpol, foi a última a conquistar um título mundial (em 90) e olímpico (88) antes
do domínio cubano. Na época, o
time tinha uma levantadora espetacular, Irina Parkhamchuk.
No Mundial de 90, as russas
venceram as chinesas na final por
3 sets a 1, e Irina foi eleita a melhor jogadora do torneio. O declínio do império russo e a ascensão
do cubano coincidem com a saída
de Irina da seleção. Ela brigou
com Karpol, passou a jogar pela
Croácia, casou-se e mudou o nome para Irina Kirillova.
Até os Jogos de Sydney, o Mundo de vôlei feminino era dominado por quatro seleções: Cuba,
Rússia, Brasil e China. Como você
sabe, no período de 92 a 2000, as
cubanas sempre estiveram um
degrau acima. Agora, no Mundial da Alemanha, deve ser traçada uma nova geografia no vôlei.
A China passou por uma reformulação nos dois últimos anos e
tem tudo para continuar no "grupo dos quatro". Na temporada
passada, já conquistou o título da
Copa dos Campeões. No último
Grand Prix, ficou em segundo lugar. A idade média do time é 22
anos. O destaque é a central Riuriu Zhao, de 1,96 m.
Brasil e Cuba são os enigmas.
As duas seleções passam por momentos semelhantes: renovação
total e uma nova geração assumindo o poder. No Grand Prix,
com uma base praticamente juvenil, o time brasileiro surpreendeu
e conseguiu ficar em quarto lugar.
No Mundial, será mais difícil repetir a façanha.
A chave do Brasil só tem um
grande time, a China. Os outros
integrantes são Polônia, Grécia,
Austrália e Tailândia. A decisão
do segundo lugar já deve ser na
estréia, nesta sexta-feira, no confronto entre brasileiras e polonesas. Classificam-se para outra fase três times de cada grupo.
Já Cuba, sétima colocada no último Grand Prix, terá o reforço da
central Regla Torres, tricampeã
olímpica em Sydney. Mas o time é
muito jovem. Entre as titulares,
há duas jogadoras de 16 anos: Yanelis Santos e Nancy Carrillo.
O maior problema da equipe,
que joga no sistema 4 x 2, são as
duas novas levantadoras. Liana
Mesa e Anniara Munoz têm dado
prejuízo à equipe.
Diante desse quadro, a Itália é a
grande candidata a integrar o novo "grupo dos quatro". O time, dirigido pelo técnico Marco Bonitta, tem conseguido os melhores
resultados de sua história. No ano
passado, foi vice-campeão europeu. Neste ano, foi vice-campeão
da Volley Masters.
A recuperação
A atacante Jaqueline, da equipe do BCN/Osasco, volta a treinar
com bola na segunda quinzena de setembro. A jogadora, dispensada da seleção brasileira por causa de problemas de circulação na
mão, chegou a ficar dez dias hospitalizada tomando anticoagulantes. Os últimos exames indicaram que a circulação já está normal.
O teste final será quando a atleta voltar aos treinos. Jaqueline é uma
das revelações do vôlei no país: no ano passado, foi eleita a melhor
jogadora do Mundial Juvenil.
Violência
O técnico José Roberto Guimarães, campeão olímpico nos Jogos
de Barcelona-92, levou um susto na última semana. Ao sair de um
treino do BCN acompanhado por integrantes da sua comissão técnica, foi assaltado no estacionamento do ginásio José Liberatti, em
Osasco. O bom é que ninguém foi ferido, mas o técnico teve o celular e o carro roubados.
E-mail cidasan@uol.com.br
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