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VÔLEI
Complexo de 108 mil m2 foi inaugurado ontem no Rio
Seleções criticam isolamento de CT que levou R$ 3,6 mi do governo
MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A SAQUAREMA
Construído em um cenário paradisíaco, diante da praia de Saquarema, o Centro de Treinamento da Confederação Brasileira de Vôlei já preocupa jogadores
acostumados a concentrações
menos rigorosas.
O complexo de 108 mil metros
quadrados, erguido em um terreno doado pela prefeitura da cidade, vai concentrar e isolar os atletas das seleções a cerca de uma
hora e 40 minutos do Rio.
O CT começou a ser construído
no início de 2002, consumiu R$
3,6 milhões do governo federal e é
a menina dos olhos da CBV.
Jogadores das equipes adultas
ouvidos pela Folha reclamaram
da perspectiva de ficarem longe
das famílias e das opções de lazer
das capitais -o time masculino,
que costumava treinar no Rio, e o
feminino, que está em São Paulo,
ficavam concentrados em hotéis.
Os comandados do técnico Bernardinho nem esperaram a inauguração do CT e, anteontem, já
ocupavam parte dos 60 leitos do
complexo. É deles, aliás, a maior
preocupação com o isolamento.
Em outubro, os atletas terão o
início de seu primeiro longo período de concentração em Saquarema. A expectativa é que, após
jogarem o Sul-Americano, que
começa no dia 2, e se apresentarem logo depois a seus clubes, eles
façam um mês de treinos antes da
Copa dos Campeões, a ser disputada em novembro, no Japão.
Quatro jogadores, sendo dois
do time principal, afirmaram que
a dificuldade para ver a família
-há oito leitos para hóspedes no
CT- pode desanimar os atletas
que têm filhos e/ou são casados.
Acreditam também que a distância das opções de lazer das capitais pode ser prejudicial.
A seleção feminina, ao menos
neste ano, terá uma relação menos intensa com o novo CT.
Como o técnico José Roberto
Guimarães divide seu tempo entre a seleção e o BCN/Osasco, a
equipe nacional segue treinando
em São Paulo para o Sul-Americano, a partir do dia 4, na Colômbia. Antes da Copa dos Campeões, deve revezar os treinos entre o CT e a capital paulista.
"[Ficar muito tempo concentrado] é bom para juvenil. Para nós,
atrapalha, já que muitas têm filhos, família", afirmou a jogadora
Fernanda Venturini.
A jornalista Mariana Lajolo viajou a
Saquarema a convite da CBV
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