São Paulo, sábado, 26 de agosto de 2006

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a melhor idade

Barcelona e Real põem "vovôs" em alta no Espanhol

Milionários e favoritos, os dois clubes são os que menos contratam e os que mais apostam em veteranos no país

Contra forças emergentes, dupla aproveita queda da Juventus para deixar a liga espanhola mais italiana com técnico e jogadores


RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Se você ainda é daqueles que acham que o Campeonato Espanhol é só Barcelona e Real Madrid, prepare-se nesta temporada para uma disputa de poucos reforços e de veteranos.
O Nacional, que começa hoje às 17h (horário de Brasília) com o duelo entre Valencia e Betis, vê muito sangue novo nos times menos badalados e alguns atletas bastante calejados nos dois gigantes clubes do país.
O Barcelona, atual campeão, foi quem menos contratou para a temporada. Só três ""novas caras": o zagueiro francês Thuram, 34, o defensor Zambrotta, 29, e o atacante Gudjohnsen, 27. Na média, os reforços do time catalão têm 30 anos. Só um outro clube da primeira divisão espanhola apostou tanto, na média, em atletas tão rodados.
O Real Madrid, com apenas quatro reforços até agora, apesar de ter desbancado o Manchester United como o clube mais rico do mundo (lucro de 275,7 milhões em 2004/2005), contratou jogador de 32 anos (Cannavaro), de 30 anos (Emerson e Van Nistelrooy) e uma ""promessa" de 25 anos (Diarra). Na média, os reforços do Real estão com 29,2 anos.
O Athletic Bilbao, um dos três times espanhóis que jamais caíram para a segunda divisão, trouxe, por exemplo, atletas que na média têm só 23 anos. Outros clubes, como o La Coruña, fizeram profunda reformulação nos elencos, caso do La Coruña, que acertou com 14 reforços para a temporada.
O Real Madrid deu tanta preferência para a experiência que resgatou o vitorioso técnico italiano Fabio Capello. Além de ter tido triunfos nacionais no "calcio" com Juventus, Milan e Roma, Capello teve já passagem ganhadora pelo time dos galácticos -chegou ao Real em 96 para ser campeão espanhol.
O time da capital não conta mais com Zidane, que se aposentou, mas ainda tenta a contratação de outro velho conhecido francês: Trezeguet, 28.
A queda da Juventus para a Série B na Itália, aliás, foi o fato que mais mexeu com a liga espanhola que inicia neste fim de semana -o Real estréia amanhã em casa contra o Villarreal, e o Barcelona larga na segunda-feira contra o Celta na Galícia.
Mais italiano, o Espanhol deve ganhar um ""espírito" mais competitivo e menos galáctico.
""Não sei fazer magia. O Real Madrid deve sofrer nos três ou quatro primeiros jogos. Minha visão do futebol evoluiu porque o futebol também evoluiu. O sistema que impera no mundo hoje é o 1-9-1. Primeiro, está o goleiro e, na frente, fica o goleador. Todos têm que se ajudar, correr muito", disse Capello ao jornal espanhol ""El Mundo".
O Barcelona, associado mais à magia na temporada passada, começou a temporada de forma irregular, ganhando a Supercopa da Espanha facilmente e perdendo a Supercopa da Europa de forma também incontestável. O desempenho de Ronaldinho após o fracasso no Mundial é ainda incógnita.
""Sabemos que teremos que sofrer para ganhar qualquer coisa nesta temporada. Jogar contra um clube espanhol é especialmente mais difícil porque nos conhecem bem", disse Frank Rijkaard, o técnico holandês do Barcelona, antes da derrota por 3 a 0 para o Sevilla na disputa continental.
Além do Sevilla, Atlético de Madrid, Valencia, Villarreal e Zaragoza entram revigorados para superar os batidos Barça e Real neste Espanhol de fôlego.


NA TV - Valencia x Betis ESPN Brasil, ao vivo, às 17h

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