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Até hotéis flutuantes se tornam opção
DO PAINEL FC
DA REPORTAGEM LOCAL
Item mais pesado nos orçamentos das Copas, a infra-estrutura tem custo minimizado
por boa parte dos Estados candidatos a 2014. A maioria dos
governos promete gastar só o
que já desembolsaria em projetos independentes do Mundial.
Para provar que as cidades
são capazes de receber grandes
eventos, eles citam os que costumam organizar. Alguns da
lista: Círio de Nazaré (Belém),
Carnaval (Salvador) e a Parada
Gay, lembrada no relatório enviado pelos paulistas à Fifa.
E, para atender a algumas das
exigências da Fifa, lançam mão
de idéias como hotéis flutuantes, no mar ou em rios.
No Mundial da Alemanha,
ano passado, a maior parte dos
custos foi em transporte, segurança e hotelaria. No total, foram desembolsados entre R$
22 milhões e R$ 27 milhões em
infra-estrutura. A construção e
a reforma de estádios consumiram R$ 5,6 bilhões.
O país europeu conta com
uma rede ferroviária e rodoviárias de maior qualidade, menor
índice de criminalidade e maior
número de quartos de hotéis
em relação ao Brasil.
Aqui, quase todas as cidades
dizem ter quartos suficientes
para receber estrangeiros. Acenam com novas avenidas e, em
meio ao caos aéreo, aeroportos
em expansão para assegurar
um transporte eficiente.
"[Brasília] está preparada para o evento em termos de segurança, transporte, hotelaria. O
metrô já liga as cidades-satélites e está em expansão", diz o
secretário de Esporte do Distrito Federal, Aguinaldo Jesus.
Porto Alegre, praticamente
pronta segundo a prefeitura,
não promete implantar metrô
subterrâneo para a Copa. "Diremos à Fifa que as pessoas vão
aos jogos de ônibus ou táxi", fala João Bosco Vaz, secretário de
Esportes da capital gaúcha.
A prefeitura e o governo paulista dizem que todos os gastos
ocorreriam mesmo sem a Copa. Como na linha do metrô que
irá até o Morumbi. A estação vizinha ao estádio, porém, não terá o trem sobre uma ponte
idealizado pelos são-paulinos,
que contavam com verba pública. Em compensação, o projeto
ganhou hotéis flutuantes: navios ancorados em Santos.
"Vamos mostrar à Fifa que
ofereceremos transporte de
massa de qualidade aos torcedores. Além de excelência em
cultura, hotelaria e culinária",
afirma o secretário municipal
de Esporte, Walter Feldman.
Tradicionais Estados turísticos, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco acenam com
sua rede hoteleira em expansão
e com pontos geograficamente
mais próximos da Europa.
"Já temos dois resorts em
construção. Mas podemos receber hotéis flutuantes por sermos litorâneos", relata o secretário de Esporte do Ceará, Ferrúcio Feitosa, que diz ter verbas
para um metrô até 2010. Como
solução para a segurança, destaca um projeto chamado "ronda do quarteirão".
Também no Pará, a Secretaria de Esporte diz que o rio pode ser usado para receber turistas. Investimentos de R$ 900
milhões prometidos no Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC) são outra aposta.
Quase todas as cidades acenam com expansões de aeroporto, todas com promessas da
Infraero e com projetos aprovados. "Temos aprovado um
modelo para aumento da área
de desembarque e embarque
igual ao de Brasília", revela o
secretário de Esporte de Mato
Grosso, José Joaquim de Souza
Filho, em um dos exemplo.
O Estado é o único que fez
uma estimativa de seus gastos
em infra-estrutura: R$ 650 milhões. Seriam divididos em dinheiro público e privado, por
exemplo, para hotelaria.
Em Campo Grande, o secretário de Esporte, José Rocha,
diz que, na segurança, tem
"profissionais que trabalharam
na viagem do papa, no Pan e no
Parapan". E fala em equipamentos herdados do Pan.
Os Jogos servem de inspiração para Goiás traçar faixas seletivas de transporte entre hotéis e aeroportos. Sem ser destino turístico, a cidade conta com
hotéis de Caldas Novas, estação
de águas quentes. "Teremos
sistema de segurança com helicóptero e Exército", disse o
presidente da Agência de Esporte do Estado, César Febá.
(RICARDO PERRONE E RODRIGO MATTOS)
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