São Paulo, domingo, 26 de agosto de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Até hotéis flutuantes se tornam opção

DO PAINEL FC
DA REPORTAGEM LOCAL

Item mais pesado nos orçamentos das Copas, a infra-estrutura tem custo minimizado por boa parte dos Estados candidatos a 2014. A maioria dos governos promete gastar só o que já desembolsaria em projetos independentes do Mundial.
Para provar que as cidades são capazes de receber grandes eventos, eles citam os que costumam organizar. Alguns da lista: Círio de Nazaré (Belém), Carnaval (Salvador) e a Parada Gay, lembrada no relatório enviado pelos paulistas à Fifa.
E, para atender a algumas das exigências da Fifa, lançam mão de idéias como hotéis flutuantes, no mar ou em rios.
No Mundial da Alemanha, ano passado, a maior parte dos custos foi em transporte, segurança e hotelaria. No total, foram desembolsados entre R$ 22 milhões e R$ 27 milhões em infra-estrutura. A construção e a reforma de estádios consumiram R$ 5,6 bilhões.
O país europeu conta com uma rede ferroviária e rodoviárias de maior qualidade, menor índice de criminalidade e maior número de quartos de hotéis em relação ao Brasil.
Aqui, quase todas as cidades dizem ter quartos suficientes para receber estrangeiros. Acenam com novas avenidas e, em meio ao caos aéreo, aeroportos em expansão para assegurar um transporte eficiente.
"[Brasília] está preparada para o evento em termos de segurança, transporte, hotelaria. O metrô já liga as cidades-satélites e está em expansão", diz o secretário de Esporte do Distrito Federal, Aguinaldo Jesus.
Porto Alegre, praticamente pronta segundo a prefeitura, não promete implantar metrô subterrâneo para a Copa. "Diremos à Fifa que as pessoas vão aos jogos de ônibus ou táxi", fala João Bosco Vaz, secretário de Esportes da capital gaúcha.
A prefeitura e o governo paulista dizem que todos os gastos ocorreriam mesmo sem a Copa. Como na linha do metrô que irá até o Morumbi. A estação vizinha ao estádio, porém, não terá o trem sobre uma ponte idealizado pelos são-paulinos, que contavam com verba pública. Em compensação, o projeto ganhou hotéis flutuantes: navios ancorados em Santos.
"Vamos mostrar à Fifa que ofereceremos transporte de massa de qualidade aos torcedores. Além de excelência em cultura, hotelaria e culinária", afirma o secretário municipal de Esporte, Walter Feldman.
Tradicionais Estados turísticos, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco acenam com sua rede hoteleira em expansão e com pontos geograficamente mais próximos da Europa.
"Já temos dois resorts em construção. Mas podemos receber hotéis flutuantes por sermos litorâneos", relata o secretário de Esporte do Ceará, Ferrúcio Feitosa, que diz ter verbas para um metrô até 2010. Como solução para a segurança, destaca um projeto chamado "ronda do quarteirão".
Também no Pará, a Secretaria de Esporte diz que o rio pode ser usado para receber turistas. Investimentos de R$ 900 milhões prometidos no Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC) são outra aposta.
Quase todas as cidades acenam com expansões de aeroporto, todas com promessas da Infraero e com projetos aprovados. "Temos aprovado um modelo para aumento da área de desembarque e embarque igual ao de Brasília", revela o secretário de Esporte de Mato Grosso, José Joaquim de Souza Filho, em um dos exemplo.
O Estado é o único que fez uma estimativa de seus gastos em infra-estrutura: R$ 650 milhões. Seriam divididos em dinheiro público e privado, por exemplo, para hotelaria.
Em Campo Grande, o secretário de Esporte, José Rocha, diz que, na segurança, tem "profissionais que trabalharam na viagem do papa, no Pan e no Parapan". E fala em equipamentos herdados do Pan.
Os Jogos servem de inspiração para Goiás traçar faixas seletivas de transporte entre hotéis e aeroportos. Sem ser destino turístico, a cidade conta com hotéis de Caldas Novas, estação de águas quentes. "Teremos sistema de segurança com helicóptero e Exército", disse o presidente da Agência de Esporte do Estado, César Febá.
(RICARDO PERRONE E RODRIGO MATTOS)

Texto Anterior: Escuro: Governos especulam sobre critérios de escolhas de sedes
Próximo Texto: No aniversário do Palmeiras, Caio Jr. envelhece
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.