São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 2002

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FUTEBOL

Clubes precisarão comprovar ter saúde financeira e boa infra-estrutura para atuar nas competições continentais

Europa passa a exigir licença para jogar

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os clubes da Europa precisarão a partir de 2004 adquirir uma licença para disputar as competições da Uefa, entidade que organiza os torneios no continente.
Para ter a licença, os times terão que comprovar, especialmente, estar em boa situação financeira. Quem não tiver a licença não poderá atuar na Copa dos Campeões ou na Copa da Uefa, os dois tradicionais interclubes europeus.
Além de precisar mostrar saúde econômica, os clubes terão que dispor de boa infra-estrutura -em especial estádio em condição de receber jogo internacional.
"Vamos estabelecer rapidamente um sistema de licenças. Estamos debatendo coisas específicas que serão exigidas dos clubes que queiram partidas das competições européias", disse Per Ravn Omdal, vice-presidente da Uefa.
O projeto das licenças começou na verdade em 2000, ano em que aconteceu a última edição da Eurocopa. O plano inicial era colocar o projeto em prática já a partir da atual temporada, mas ainda há questões a serem definidas.
Além de forçar os clubes a passar por auditoria externa, a Uefa não admitirá a inscrição de time que tenha problemas na Justiça.
"Acredite ou não, muitos clubes nunca foram submetidos a auditoria. Alguns não controlam suas finanças nem sabem se sua situação econômica é boa ou não. Esse é o caminho para ter uma maior estabilidade", disse Mike Lee, diretor de comunicação da Uefa.
A medida, a princípio, foi vista como elitista, pois seria uma exigência dos clubes mais poderosos da Europa, os membros do G-14 -se a Uefa não colocasse o plano em prática, os times mais ricos poderiam formar uma Superliga.
Entre as exigências da Uefa para a retirada da licença, estão sendo discutidas outras questões, como a obrigatoriedade de investir em times de base -os clubes preparariam atletas desde os 12 anos.
O plano das licenças vinha sendo tocado nos últimos anos pelo turco Senes Erzik, um dos membros do Comitê Executivo da Fifa.
Alguns países, como Holanda e Noruega, já têm sistemas de licenças. No Brasil, poucos clubes são submetidos a auditoria externa e muitos atuam em torneios mesmo em precária situação financeira. A Fifa está mais rigorosa com os clubes com problemas econômicos e judiciais -o Olimpia, do Paraguai, por exemplo, pode ter a taça da Libertadores confiscada, não atuar no Mundial interclubes e ser suspenso por três anos.


Com agências internacionais


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