São Paulo, sábado, 26 de outubro de 2002

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FUTEBOL

Lusa tenta bater São Paulo, líder e dono do melhor ataque do Brasileiro

Canindé é palco de duelo do "feio" contra o "bonito"

RICARDO PERRONE
RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Líder, badalado e ofensivo, o São Paulo entra hoje em um campo que está longe dos holofotes: o Canindé. Pela frente terá a Lusa, um time que, mesmo jogando "feio" e com baixo orçamento, faz campanha acima das expectativas neste Campeonato Brasileiro.
A Lusa não finta, passa mal, finaliza pouco e gosta de uma infração. Por seu lado, o São Paulo, além de ser bom de pontos, passa bem e finaliza bastante.
Segundo os números Datafolha, o time do Canindé lidera o ranking de faltas cometidas (32,6 por jogo) e passes errados (25,9% do total), além de ser o penúltimo na lista de dribles e chutes a gol.
Com todas essas diferenças entre os dois times, os são-paulinos têm comemorado muito mais gols do que o rival de hoje.
A equipe do técnico Oswaldo de Oliveira, invicta há sete jogos e com cinco vitórias seguidas, conta com o melhor ataque do Nacional: 40 gols em 20 partidas.
O desempenho da Lusa é bem mais modesto. São 20 gols em 19 jogos. Só o Botafogo, que luta para não ser rebaixado, marcou menos: 19 tentos em 18 confrontos.
Apesar das evidências numéricas, o técnico Edu Marangon renega a pecha para sua equipe. "Não jogamos feio. É um time de marcação e velocidade de ataque. Nossa postura é de humildade e respeito ao rival", avalia.
Enquanto o São Paulo é líder e se planejou para ser o campeão, a Lusa, hoje na 13ª posição, já se dá por satisfeita se passar para a próxima fase. "Será um lucro terrível se ficarmos entre os oito primeiros", afirma o treinador.
Do outro lado, o time do Morumbi pensa em se classificar antecipadamente. "Acho que se chegarmos aos 40 pontos estaremos classificados. Isso acontece com uma vitória", explica Ricardinho.
Se o São Paulo manteve o time-base e ainda contratou Luis Fabiano, Ricardinho, Leandro e Ameli, a Lusa apostou na receita de reforços baratos e juniores promovidos, bem ao gosto de Marangon, que começou a carreira de técnico com os times de base do clube.
Além disso, a Lusa enfrentou há duas semanas uma onda de lesões. "Cheguei a puxar um júnior de dentro do ônibus deles e entrar no nosso porque não tínhamos jogador para colocar no banco."
A equipe tem sua principal força na rapidez de sua vanguarda, formada por Alex Alves, Ricardo Oliveira e Edson Araújo. "Nossa característica é correr. Bem que eu gostaria de ter um Ricardinho no meio-campo para cadenciar a bola", confessa o treinador.
Só que são os são-paulinos que dizem precisar de mais rapidez no ataque para vencer o jogo de hoje.
"A Lusa faz uma marcação muito forte. Se não nos movimentarmos rapidamente, não veremos a cor da bola", diz o atacante Reinaldo, que pode fazer dupla com Leandro, revelado no Canindé.
"Aqui o assédio da imprensa é maior, mas a cobrança da torcida da Lusa é tão grande como a do São Paulo", compara Leandro.



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