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Brasileiro-04 decide se é melhor fazer ou evitar gols
Atlético-PR e Santos, reis do ataque, duelam com São Paulo e São Caetano, os ases da defesa
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A arte de fazer gols ou a ciência
para evitá-los. A reta final do
Campeonato Brasileiro-04 vai ser
também um verdadeiro tira-teima de qual é a melhor arma para
triunfar no futebol atual.
Atlético-PR e Santos representam a escola na qual o ataque é a
melhor defesa. São Caetano e São
Paulo fazem a linha de que em
primeiro lugar vem a marcação.
E a escolha pelo ataque, soberana até a rodada do último final de
semana, perdeu fôlego.
Dono da segunda melhor média
de gols (1,92 por jogo), o Atlético-PR segue líder, mas, com apenas
dois pontos conquistados nos últimos três jogos, viu sua tranqüila
liderança virar fumaça.
Só que não foi o Santos, dono
ataque mais poderoso do Nacional (2,22 gols por partida), o time
que mais se aproveitou. A equipe
do litoral segue um ponto atrás
dos paranaenses. E os dois clubes
já estão na mira de São Caetano e
São Paulo, únicos com média inferior a um gol sofrido por partida
e separados por apenas quatro
pontos do líder Atlético-PR.
Os dois lados comemoram seus
pontos fortes no Brasileiro.
"Estamos com um bom entrosamento e até agora conseguimos
dar segurança à defesa", explica o
zagueiro são-paulino Lugano.
"Nosso ataque é especialmente
forte", diz Levir Culpi, técnico do
Atlético-PR. "O Vanderlei [Luxemburgo] tem uma opção de
sempre mexer no time em busca
da vitória", justifica o preparador
físico santista Antonio Mello.
No São Caetano, o técnico Péricles Chamusca ganhou notoriedade ao falar sobre sua opção.
"Quem quiser espetáculo que vá
ver o show da Ivete Sangalo", disse o comandante da equipe que
menos sofreu gols na competição.
Os números do Datafolha justificam as opções de jogo dos quatro principais postulantes ao título nacional de 2004.
Atlético-PR e Santos se destacam em fundamentos ofensivos,
enquanto São Caetano e São Paulo brilham nos defensivos.
Ninguém cria mais chances de
gol do que o time treinado por
Vanderlei Luxemburgo. O Santos
faz, em média, 16,5 finalizações
por partida. Já o Atlético-PR se
destaca na pontaria -tem precisão de 43,7% nas conclusões, a
terceira melhor do torneio.
Já quem enfrenta São Caetano e
São Paulo sofre para criar. As
duas equipes são as com menor
número de finalizações sofridas
do Brasileiro. O clube do Morumbi é ameaçado, em média, 9,5 vezes por seus adversários, e o São
Caetano só um pouco mais -11.
"Temos que continuar equilibrados, levando poucos gols e fazendo muitos mais. Com isso,
conseguiremos uma seqüência
maior de resultados e seguiremos
na briga pelo título", diz o zagueiro Fabão, um dos três zagueiros
do 3-5-2 do técnico Emerson
Leão que colocou o São Paulo novamente na disputa pelo título.
Restando nove rodadas para o
final do campeonato, os candidatos ao título ofensivos sofrem justamente onde mais se destacam.
O Atlético-PR perdeu Dagoberto,
seu vice-artilheiro e principal assistente. O Santos vê a queda de
produção de Robinho, seu principal goleador (marcou 19 vezes),
mas que não balança as redes há
expressivas cinco rodadas.
Mudança de estilo
Para o quarteto que tem mais
chances de título, a situação atual
só é novidade, em relação aos últimos anos, no São Paulo.
A defesa falha é um dos motivos
dos fracassos recentes da equipe,
que terminou no distante 1993
um Brasileiro pela última vez sofrendo menos de um gol por jogo.
O São Caetano tem a melhor defesa do Nacional no século 21. O
Santos esteve entre os cinco times
mais goleadores nos últimos dois
anos, e o Atlético-PR foi campeão
brasileiro há três anos com o melhor ataque do torneio.
Colaboraram Eduardo Arruda e Márvio
dos Anjos, da Reportagem Local
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