São Paulo, terça-feira, 26 de outubro de 2004

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BASQUETE

Paulo Bassul, apontado como sucessor do técnico Barbosa, fica insatisfeito com performance olímpica e resolve sair

Implode o comando da seleção feminina

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Paulo Bassul, 37, não será assistente da seleção feminina em 2005. O treinador do Americana, que era apontado como sucessor de Antonio Carlos Barbosa no comando do Brasil, deve anunciar sua retirada nos próximos dias.
"Se for convidado pela CBB [Confederação Brasileira de Basquete] para um encontro para avaliar o trabalho desenvolvido na Olimpíada, estarei presente. Se for chamado para uma reunião de planejamento, não posso dizer a mesma coisa", afirmou Bassul.
A seleção disputará dois torneios importantes em casa nos próximos anos, o Mundial-06 e o Pan-07. Até lá, Bassul tinha expectativa de assumir o comando do Brasil. O treinador se credenciara pelo trabalho na seleção sub-21 -foi vice-campeão mundial na Croácia, em 2003- e pelo bom relacionamento com as principais estrelas da seleção.
Sinal disso, a CBB já havia retirado de Bassul a responsabilidade de trabalhar com as categorias de base na seleção nacional.
Contudo, logo após a derrota para a Rússia, na disputa pelo bronze dos Jogos de Atenas, Gerasime Bozikis, o Grego, presidente da CBB, anunciou que Barbosa ficaria no comando ao menos até o Mundial de 2006. "Não é por causa de um quarto lugar que vamos mudar. A comissão técnica continua", disse o dirigente, referindo-se à direção que não obteve pódio no Mundial-02 -ficou em sétimo- e nos Jogos-04.
A pelo menos dois interlocutores, Bassul comentou que a decisão seria anunciada logo após a volta do Americana da Rússia, onde o time foi disputar a Copa do Mundo de clubes -a equipe ficou com a quinta colocação.
A carta de demissão inclusive já teria sido redigida pelo técnico antes da viagem. O elenco chegou ao Brasil na última sexta-feira.
A iminente saída de Bassul deve gerar uma crise na seleção, já que boa parte das atletas apoiava sua ascensão ao comando da equipe. Algumas jogadoras já se mostraram insatisfeitas com a situação.
Barbosa, 59, por outro lado, negou ter tido desavença com o assistente. "Isso [saída] é problema dele. Cada um tem que estar onde se sente bem. Ele tem idade suficiente para saber o que quer da vida", disse o treinador, que está preparando o relatório de avaliação de 2004 -a reunião ainda não foi marcada pela CBB.
"Temos alguma amizade, já que trabalhamos juntos desde 1997. Converso pouco com ele, o suficiente. Mas o relatório é responsabilidade só minha", afirmou.


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