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BASQUETE
Paulo Bassul, apontado como sucessor do técnico Barbosa, fica insatisfeito com performance olímpica e resolve sair
Implode o comando da seleção feminina
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Paulo Bassul, 37, não será assistente da seleção feminina em
2005. O treinador do Americana,
que era apontado como sucessor
de Antonio Carlos Barbosa no comando do Brasil, deve anunciar
sua retirada nos próximos dias.
"Se for convidado pela CBB
[Confederação Brasileira de Basquete] para um encontro para
avaliar o trabalho desenvolvido
na Olimpíada, estarei presente. Se
for chamado para uma reunião
de planejamento, não posso dizer
a mesma coisa", afirmou Bassul.
A seleção disputará dois torneios importantes em casa nos
próximos anos, o Mundial-06 e o
Pan-07. Até lá, Bassul tinha expectativa de assumir o comando
do Brasil. O treinador se credenciara pelo trabalho na seleção
sub-21 -foi vice-campeão mundial na Croácia, em 2003- e pelo
bom relacionamento com as
principais estrelas da seleção.
Sinal disso, a CBB já havia retirado de Bassul a responsabilidade
de trabalhar com as categorias de
base na seleção nacional.
Contudo, logo após a derrota
para a Rússia, na disputa pelo
bronze dos Jogos de Atenas, Gerasime Bozikis, o Grego, presidente da CBB, anunciou que Barbosa ficaria no comando ao menos até o Mundial de 2006. "Não é
por causa de um quarto lugar que
vamos mudar. A comissão técnica continua", disse o dirigente, referindo-se à direção que não obteve pódio no Mundial-02 -ficou em sétimo- e nos Jogos-04.
A pelo menos dois interlocutores, Bassul comentou que a decisão seria anunciada logo após a
volta do Americana da Rússia,
onde o time foi disputar a Copa
do Mundo de clubes -a equipe
ficou com a quinta colocação.
A carta de demissão inclusive já
teria sido redigida pelo técnico
antes da viagem. O elenco chegou
ao Brasil na última sexta-feira.
A iminente saída de Bassul deve
gerar uma crise na seleção, já que
boa parte das atletas apoiava sua
ascensão ao comando da equipe.
Algumas jogadoras já se mostraram insatisfeitas com a situação.
Barbosa, 59, por outro lado, negou ter tido desavença com o assistente. "Isso [saída] é problema
dele. Cada um tem que estar onde
se sente bem. Ele tem idade suficiente para saber o que quer da vida", disse o treinador, que está
preparando o relatório de avaliação de 2004 -a reunião ainda
não foi marcada pela CBB.
"Temos alguma amizade, já que
trabalhamos juntos desde 1997.
Converso pouco com ele, o suficiente. Mas o relatório é responsabilidade só minha", afirmou.
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