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Lars põe cartola e se credencia para alcançar o COB
Consenso entre colegas e situação, medalhista olímpico assume em janeiro Federação Brasileira de Vela e Motor
Uma das exigências do
estatuto do comitê para os
candidatos à presidência é
comandar confederação ou
similar durante seis anos
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Habitué de cargos públicos
ligados ao esporte, o iatista Lars
Grael assumirá a presidência
da Federação Brasileira de Vela
e Motor a partir do início do
próximo ano. A decisão abre caminho para, no futuro, ser opção viável à direção do Comitê
Olímpico Brasileiro.
Lars, como candidato a presidente, encabeça a chapa única
para a eleição da federação, que
acontece em 8 de novembro. A
partir do dia 1º de janeiro do
próximo ano, assume o cargo.
Em conversas informais ao
longo dos anos, diversos dirigentes esportivos apontaram
Lars como opção, "um bom nome para o COB para o futuro".
Um dos requisitos do estatuto do comitê impedia que essa
hipótese fosse levada a sério: o
fato de Lars não ocupar a presidência de confederação esportiva nacional ou o seu equivalente e tampouco ser membro
eleito da assembléia da entidade. Deve ser respeitado um período de carência de seis anos.
Inicialmente avesso à idéia
de se candidatar à presidência
da FBVM, Lars diz que foi "convencido por colegas velejadores
a concorrer". ""Será um desafio
interessante", resume.
""Informei ao [presidente do
COB, Carlos Arthur] Nuzman
que deixarei a direção da federação e que o Lars entrará em
meu lugar. O Nuzman perguntou se estava seguro de minha
decisão", afirmou o atual presidente, Walcles Figueiredo de
Alencar Osório, há 16 anos no
cargo. ""Ele se mostrou preocupado, mas foi com o fato de haver mudanças importantes na
federação tão perto do Pan."
Lars prefere não discutir o
assunto COB e se concentrar
na administração da federação.
Apesar de levar integrantes da
atual diretoria para sua gestão,
o iatista afirma que já desenha
algumas idéias que pretende
colocar em prática no futuro.
""Acho que a federação não
pode resumir suas ações à função de administradora. Defendo uma posição mais pró-ativa,
favorecendo a organização de
eventos, como fazem o COB e a
Confederação Brasileira de Vôlei, por exemplo", afirma Lars,
que para isso pretende modificar a normatização da FBVM.
Outro ponto que chama a
atenção dele é a complicada situação da Marina da Glória,
palco da prova de vela no Pan.
Ainda segundo Lars, outro de
seus objetivos é mudar o atual
estatuto da FBVM. Quer limitar a apenas um o número de
mandatos para o qual o presidente da entidade pode ser reeleito e aumentar para quatro
anos cada gestão -atualmente
são dois anos. ""Mudanças são
boas para oxigenar", explica.
A maior parte dos dirigentes
olímpicos não pensa da mesma
forma. Rotatividade no poder
não é assunto agradável para a
esmagadora maioria dos pares
de Lars. Alguns estão no cargo
há mais de 15 anos, como Roberto Gesta de Melo, que comanda a Confederação Brasileira de Atletismo desde 1987.
No COB, Nuzman ocupa o
cargo de presidente desde 1995.
Antes, havia comandado o vôlei
brasileiro por 20 anos -entre
1975 e 1995, período no qual a
modalidade ganhou prestígio.
Apesar do novo cargo, Lars
avisa que não planeja abandonar as competições. Em novembro, compete na Taça Bárbara Wright e, em dezembro,
corre o Match Race Brasil.
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