São Paulo, quinta-feira, 26 de outubro de 2006

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Lars põe cartola e se credencia para alcançar o COB

Consenso entre colegas e situação, medalhista olímpico assume em janeiro Federação Brasileira de Vela e Motor

Uma das exigências do estatuto do comitê para os candidatos à presidência é comandar confederação ou similar durante seis anos

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Habitué de cargos públicos ligados ao esporte, o iatista Lars Grael assumirá a presidência da Federação Brasileira de Vela e Motor a partir do início do próximo ano. A decisão abre caminho para, no futuro, ser opção viável à direção do Comitê Olímpico Brasileiro.
Lars, como candidato a presidente, encabeça a chapa única para a eleição da federação, que acontece em 8 de novembro. A partir do dia 1º de janeiro do próximo ano, assume o cargo.
Em conversas informais ao longo dos anos, diversos dirigentes esportivos apontaram Lars como opção, "um bom nome para o COB para o futuro".
Um dos requisitos do estatuto do comitê impedia que essa hipótese fosse levada a sério: o fato de Lars não ocupar a presidência de confederação esportiva nacional ou o seu equivalente e tampouco ser membro eleito da assembléia da entidade. Deve ser respeitado um período de carência de seis anos.
Inicialmente avesso à idéia de se candidatar à presidência da FBVM, Lars diz que foi "convencido por colegas velejadores a concorrer". ""Será um desafio interessante", resume.
""Informei ao [presidente do COB, Carlos Arthur] Nuzman que deixarei a direção da federação e que o Lars entrará em meu lugar. O Nuzman perguntou se estava seguro de minha decisão", afirmou o atual presidente, Walcles Figueiredo de Alencar Osório, há 16 anos no cargo. ""Ele se mostrou preocupado, mas foi com o fato de haver mudanças importantes na federação tão perto do Pan."
Lars prefere não discutir o assunto COB e se concentrar na administração da federação. Apesar de levar integrantes da atual diretoria para sua gestão, o iatista afirma que já desenha algumas idéias que pretende colocar em prática no futuro.
""Acho que a federação não pode resumir suas ações à função de administradora. Defendo uma posição mais pró-ativa, favorecendo a organização de eventos, como fazem o COB e a Confederação Brasileira de Vôlei, por exemplo", afirma Lars, que para isso pretende modificar a normatização da FBVM.
Outro ponto que chama a atenção dele é a complicada situação da Marina da Glória, palco da prova de vela no Pan.
Ainda segundo Lars, outro de seus objetivos é mudar o atual estatuto da FBVM. Quer limitar a apenas um o número de mandatos para o qual o presidente da entidade pode ser reeleito e aumentar para quatro anos cada gestão -atualmente são dois anos. ""Mudanças são boas para oxigenar", explica.
A maior parte dos dirigentes olímpicos não pensa da mesma forma. Rotatividade no poder não é assunto agradável para a esmagadora maioria dos pares de Lars. Alguns estão no cargo há mais de 15 anos, como Roberto Gesta de Melo, que comanda a Confederação Brasileira de Atletismo desde 1987.
No COB, Nuzman ocupa o cargo de presidente desde 1995. Antes, havia comandado o vôlei brasileiro por 20 anos -entre 1975 e 1995, período no qual a modalidade ganhou prestígio.
Apesar do novo cargo, Lars avisa que não planeja abandonar as competições. Em novembro, compete na Taça Bárbara Wright e, em dezembro, corre o Match Race Brasil.


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