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entrevista
"Ele sempre foi agressivo", diz ex-parceiro
DA REDAÇÃO
O companheiro de equipe
de Felipe Massa nos tempos
de F-Chevrolet hoje é dono
de uma empresa de ar-condicionados no Rio de Janeiro e
anda de kart, por hobby.
Marcelo Monteiro, 29, até
tentou carreira no automobilismo. Mas esbarrou na falta de patrocínio. Para ele,
além de talento, o ex-colega
tem também muita sorte.
Massa precisará contar
com isso no dia 2. Sete pontos atrás de Lewis Hamilton,
o brasileiro terá de ser primeiro ou segundo na prova e
contar ainda com mau resultado do inglês para conquistar o título. Terá, no autódromo, um torcedor especial.
"Vou para Interlagos, com
certeza", diz Monteiro.
(FSX)
FOLHA - Naquela época em que
vocês dividiam boxes, você já percebia que ele podia chegar longe?
MARCELO MONTEIRO - A carreira de piloto é muito difícil,
mas o Felipe é um cara que
era observado por olheiros
desde o kart. Desde cedo, já
havia empresários de olho
nele. Isso é importante. Muita gente tem qualidade, mas
às vezes não acontece de
conseguir uma chance.
O Felipe sempre teve técnica, mas também sempre
teve muita sorte. Sempre esteve nos lugares certos na
hora certa, emendou uma seqüência de títulos quando foi
para a Europa, e o caminho
natural acabou sendo a F-1.
FOLHA - Como era o Felipe Massa aprendiz de piloto?
MONTEIRO -
Ele era a referência da equipe. Eu lembro
muito da agressividade que
ele já mostrava naquela época. Não tinha corrida perdida. Ele lutava até o fim. Se
percebia que não ia ganhar,
fazia o possível para levar o
máximo possível de pontos.
FOLHA - E como era esse carro
da F-Chevrolet?
MONTEIRO - O chassi era muito ruim, e os pneus se desgastavam muito rapidamente.
Mas o motor era bom, tinha
200 cavalos. O resultado é
que você tinha que dosar o pé
para o pneu não acabar depois de algumas voltas. E
acho até que isso ajudava no
aprendizado dos pilotos.
FOLHA - Por que você não continuou no esporte?
MONTEIRO - Por problema de
patrocínio. Parei de correr
em 2000 e só voltei em 2005,
no Carioca de Turismo. Fui
bicampeão em 2005 e 2006 e
hoje só corro de kart, por
hobby. Mas acho que o Felipe aprendeu alguma coisa
comigo. Eu sou dois anos
mais velho que ele, tinha a
cabeça mais no lugar e acho
que isso foi bom pra ele.
FOLHA - E o que você sente ao
vê-lo hoje numa Ferrari, disputando um título na F-1?
MONTEIRO - Fico orgulhoso
de ter participado da história
dele. E estou com bastante
expectativa para a corrida de
Interlagos. Nos tempos de
Sauber ou de [Michael]
Schumacher na Ferrari, a
gente sabia que as expectativas dele eram limitadas. Mas
agora é diferente, a gente sabe que está tudo nas mãos
dele. Torço muito pelo Felipe, falei com ele no ano passado e vou estar em Interlagos, com certeza, na torcida
para que ele seja campeão.
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