São Paulo, terça-feira, 26 de outubro de 2010

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PARA sócios

Clubes do Sul do país levam ao extremo programas de sócio-torcedor e já vislumbram o dia em que só seus associados assistirão aos jogos no estádio

THIAGO BRAGA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O futebol está se tornando cada vez mais um espetáculo para poucos. Os níveis atingidos por alguns clubes do Sul do país mostram que a tendência é que apenas os sócios assistam no estádio às partidas de sua equipe.
O Atlético-PR conta com cerca de 23 mil sócios, dos quais 22 mil estão em dia com a mensalidade de R$ 70.
Um associado do Furacão não precisa mais comprar ingresso. Ele já conta com o direito de assistir aos jogos na Arena da Baixada em uma cadeira no lugar que ele próprio escolheu e que conta com seu nome. O bilhete para quem não é sócio, além de cada vez mais raro de ser encontrado, custa caro: R$ 60.
Com média de público de 16.617 torcedores por jogo -superior à do Brasileiro-10, que é de 14.308-, o Atlético-PR quer chegar ao dia em que assistir aos seus jogos será exclusividade dos sócios do clube. Excetuando-se, é claro, o setor reservado para os torcedores visitantes.
O diretor de marketing do Atlético-PR, Paulo César Verardi, conta que, com a implantação do projeto, a frequência de público aumentou entre 30% a 40%.
Precursor do projeto no país, o Internacional conta hoje com um quadro de sócios que ultrapassa os 106 mil associados, sendo que cerca de 87 mil estão com seus vencimentos em dia.
O clube gaúcho teve que adequar seu plano de sócios. No início, o torcedor colorado pagava R$ 55 por mês e tinha direito a assistir aos jogos no Beira-Rio sem nenhum custo. Hoje não existe mais essa categoria. Quem quiser se associar, paga R$ 22 e tem direito a um desconto de 50% no valor do ingresso.
Mesmo assim, em jogos decisivos, o torcedor que não é sócio dificilmente consegue comprar ingresso.
Como a capacidade de seu estádio é hoje de 55 mil pessoas, o Internacional estuda criar um programa de milhagem semelhante ao usado pelas companhias aéreas.
"Assim, poderemos premiar os sócios que são mais fiéis, que compram produtos licenciados do clube, que estão há mais tempo conosco", revela o diretor de marketing do clube, Jorge Avancini.
Até times com menos torcida já investem em seus projetos de sócios-torcedores.
Com a implantação do projeto, o Avaí teve um crescimento de público na Ressacada, em média, de 20%.
"O nosso sócio paga, no setor coberto, R$ 95 por mês e pode assistir a todos os jogos. Em um mês que há quatro jogos, o ingresso sai por R$ 23. É um grande atrativo para o torcedor", afirma Sidnei Luiz Speckart, diretor de marketing do clube catarinense, que quer atingir os torcedores do clube em todo o país.


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