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PARA sócios
Clubes do Sul do país levam ao extremo programas de sócio-torcedor e já vislumbram o dia em que só seus associados assistirão aos jogos no estádio
THIAGO BRAGA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O futebol está se tornando
cada vez mais um espetáculo
para poucos. Os níveis atingidos por alguns clubes do Sul
do país mostram que a tendência é que apenas os sócios assistam no estádio às
partidas de sua equipe.
O Atlético-PR conta com
cerca de 23 mil sócios, dos
quais 22 mil estão em dia com
a mensalidade de R$ 70.
Um associado do Furacão
não precisa mais comprar ingresso. Ele já conta com o direito de assistir aos jogos na
Arena da Baixada em uma
cadeira no lugar que ele próprio escolheu e que conta
com seu nome. O bilhete para quem não é sócio, além de
cada vez mais raro de ser encontrado, custa caro: R$ 60.
Com média de público de
16.617 torcedores por jogo
-superior à do Brasileiro-10,
que é de 14.308-, o Atlético-PR quer chegar ao dia em que
assistir aos seus jogos será
exclusividade dos sócios do
clube. Excetuando-se, é claro, o setor reservado para os
torcedores visitantes.
O diretor de marketing do
Atlético-PR, Paulo César Verardi, conta que, com a implantação do projeto, a frequência de público aumentou entre 30% a 40%.
Precursor do projeto no
país, o Internacional conta
hoje com um quadro de sócios que ultrapassa os 106
mil associados, sendo que
cerca de 87 mil estão com
seus vencimentos em dia.
O clube gaúcho teve que
adequar seu plano de sócios.
No início, o torcedor colorado pagava R$ 55 por mês e tinha direito a assistir aos jogos no Beira-Rio sem nenhum custo. Hoje não existe
mais essa categoria. Quem
quiser se associar, paga R$ 22
e tem direito a um desconto
de 50% no valor do ingresso.
Mesmo assim, em jogos
decisivos, o torcedor que não
é sócio dificilmente consegue comprar ingresso.
Como a capacidade de seu
estádio é hoje de 55 mil pessoas, o Internacional estuda
criar um programa de milhagem semelhante ao usado
pelas companhias aéreas.
"Assim, poderemos premiar os sócios que são mais
fiéis, que compram produtos
licenciados do clube, que estão há mais tempo conosco",
revela o diretor de marketing
do clube, Jorge Avancini.
Até times com menos torcida já investem em seus projetos de sócios-torcedores.
Com a implantação do projeto, o Avaí teve um crescimento de público na Ressacada, em média, de 20%.
"O nosso sócio paga, no
setor coberto, R$ 95 por mês e
pode assistir a todos os jogos.
Em um mês que há quatro jogos, o ingresso sai por R$ 23.
É um grande atrativo para o
torcedor", afirma Sidnei Luiz
Speckart, diretor de marketing do clube catarinense,
que quer atingir os torcedores do clube em todo o país.
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