EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Nada mais propício.
Wanderlei Silva, campeão dos médios do Pride, o mais prestigioso torneio de vale-tudo ao lado do Ultimate Fighting Championship, aproveitou o último torneio do ano, o Meca, que aconteceu em sua base, Curitiba, para esclarecer quais os seus planos.
Subir de peso ou unificar os cinturões do Pride e do UFC e tornar-se o primeiro campeão indiscutível em sua categoria de peso?
Entre essas duas alternativas, Silva deu preferência à última.
"Há planos para uma unificação em 2004", disse Wanderlei para quem acompanhava a competição no ginásio e pela TV.
Para Silva, ganhar a unificação pode ser ainda mais doce. É que o título do UFC será decidido dia 31 de janeiro entre o norte-americano Randy "The Natural" Coulture e o brasileiro Vitor "The Phenon" Belfort, que precisou de somente 44 segundos para bater Silva no Ultimate Brazil, em 1998.
Ao ser questionado sobre quem gostaria de pegar em uma eventual unificação, Silva inicialmente afirmou não ter preferências.
Repetiu o manjadíssimo mantra de que, como lutador profissional, não escolhe adversário.
Mas, quando insisti no tema, Silva disparou: "O Belfort está em baixa. O Coulture, em alta. . Mas se Belfort ganhar, luto com ele."
É que desde seu primeiro confronto, as carreiras de Silva e Belfort tomaram rumos distintos.
Silva conquistou o título do Pride e vem se mostrando imbatível.
Belfort, que aparecia como a próxima grande estrela do vale-tudo, foi derrotado por Coulture e por Chuck Liddell, pelo UFC.
Mas quão próxima de se concretizar está uma unificação?
Embora todas as partes envolvidas confirmem as conversações, as distintas versões demonstram que serão precisas muitas mais ainda para que os campeões das duas organizações se enfrentem.
"Agora que o Pride [cuja base é o Japão] vai estrear nos EUA é um bom momento para ter uma unificação. Mas o campeão do UFC teria de vir para o Pride", disse Silva no sábado passado.
Representantes do UFC têm uma visão diferenciada da situação, com diversas ressalvas.
"Gostaríamos que Wanderlei enfrentasse Randy. Mas a logística pode representar um empecilho. Já liberamos Chuck Liddell para participar do Pride no Japão. Se Wanderlei quiser enfrentar Coulture, ele teria de fazê-lo no UFC nos EUA", afirma o comunicado encaminhado por Jack Taylor, do UFC, a esta coluna.
O Pride oferece outro cenário.
"Existe a possibilidade de o Pride e o UFC organizarem um show conjunto ou unificar os títulos. As organizações discutiram o tema, mas nada ficou acertado. Do meu ponto de vista, seria ótimo fazer um show anual especial nos moldes do Superbowl ou do World Series", justificou Hideki Yamamoto, vice-presidente do Pride.
O japonês baseado nos EUA fazia uma alusão aos eventos nos quais colidem equipes de distintas organizações (futebol americano) ou conferências (beisebol).
É o que desejam lutadores, torcedores e também promotores.
Porém isso ainda vai depender de um bom e longo bate papo.

Indiscutível 1
Já que nenhum dos dois é um "nome" que transcende o esporte, a unificação de títulos entre os médios-ligeiros Shane Mosley e Ronald "Winky" Wright, marcada para o dia 13 de março, é promovida com o argumento de que a luta coroará o primeiro campeão indiscutível da categoria em 29 anos. O último havia sido Koichi Wajima, em janeiro de 1975. Mosley tem os títulos do CMB, AMB e é considerado o campeão pela "The Ring". Wright é o dono do cinturão da FIB.

Indiscutível 2
Mas ao tentar demonstrar que Wright é destemido e frequentemente luta na "casa" do rival, seus promotores confirmam que ele não é atração nos EUA: "Wright lutou em oito diferentes países, em quatro continentes distintos. Quase 42% de suas lutas foram fora dos EUA".

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