São Paulo, quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

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TOSTÃO

Abobrinhas de final de ano


Se você não consegue viver sem futebol, pode ainda ler algumas colunas e assistir a jogos do Campeonato Inglês


O LEITOR que imaginava tirar férias das minhas colunas neste final de ano poderá ainda ler essas abobrinhas, se não tiver coisas melhores para fazer.
Ainda bem que acabou o massacre de comerciais. O que já é enorme durante todo o ano fica insuportável nesta época. As pessoas estão cada dia mais consumistas.
Pior, as crianças estão trocando as brincadeiras e o sonho infantil pelo hábito de ter, comprar e de trocar rapidamente as coisas. É um crime contra a educação das crianças.
Costumo viajar depois do Natal, mas desta vez vou ficar por aqui.
As estradas estão péssimas, os aeroportos lotados, os hotéis cheios e caros e chove demais ou faz muito calor.
Na Europa, está muito frio.
Poderia ir para a Argentina, mas estive lá no ano passado e ainda não senti saudades do tango, de Maradona e do bife de chorizo.
Vou curtir minha casa, Belo Horizonte, meus livros, a música. E sair para ver um bom filme, se houver. Os cinemas acham que nesta época o povo só gosta de filmes da Xuxa, de aventuras e de alegrias idiotas.
Como vou tirar férias de ver jogos de futebol -os do Campeonato Inglês não param-, nem vou assistir aos milhares e longos programas diários de esporte, terei mais tempo para escrever estas abobrinhas e de flanar por aí.
Mandei várias cartas para Papai Noel e não tive respostas. Ele só responde a e-mails. Não vou enviar mais. Cartas são diferentes de e-mails.
Sou um dos últimos dinossauros em extinção. Não falo isso por prazer nem que seja vantagem.
Pelo contrário: estou cada dia mais pressionado. Já me disseram que comentarista sem site e/ou blog não sobrevive. Ou aprendo a usar e a gostar dessa parafernália eletrônica ou explodo, desapareço.
Dizem que sem computador não dá mais para ser nem um Robinson Crusoe. Estou perdido.
A coluna vai acabar e ainda não falei de futebol. No clássico entre Real Madrid e Barcelona, o destaque foi Júlio Baptista, atuando de volante, onde joga melhor.
No clássico entre Inter e Milan, Dida falhou no segundo gol para a alegria de tantos que nunca gostaram do goleiro nem quando ele fechava o gol.
Há atletas medíocres que têm enorme simpatia de parte da imprensa e outros, excelentes, que são mais criticados do que deviam. Dizem que é falta de carisma. Deve haver mais coisas que isso, que não sei o que são.
Flamengo e Fluminense contrataram ótimos reforços para a Libertadores. Como trouxeram vários atletas para a mesma posição, poderiam ceder uns dois para o Cruzeiro, que até agora só contratou jogadores medianos.
Mas a grande contratação foi a de Adriano pelo São Paulo. Qualquer atleta de férias tem o direito de ir a uma festa e tomar uma cerveja. Porém, nesta altura do campeonato, pegou mal para Adriano, que acabara de fazer um discurso emotivo de renúncia à bebida e às farras.
Aliás, até agora não sei qual é o principal problema de Adriano.
Falaram em alcoolismo, depressão, falta de dinheiro, excesso de peso, mau-olhado e que ele desaprendeu a jogar futebol.
Seria um pouco de tudo isso?


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