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braços abertos
SP falta ao maior clássico de SP
Corinthians e São Paulo, clubes mais populares da cidade, enfrentam-se no Morumbi com times cheios de forasteiros
Clássico tem somente dois paulistanos como titulares; 68% são de outros Estados, mais do que o dobro da população como um todo
Eduardo Knapp/Folha Imagem
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O volante são-paulino Richarlyson, um dos forasteiros presentes no clássico de hoje à tarde, em shopping da capital paulista
EDUARDO ARRUDA
MÁRVIO DOS ANJOS
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O são-paulino Richarlyson,
24, nasceu em Natal; o corintiano William, 31, é de Belo Horizonte. São parte da saudável invasão que deixou mais nacional
o clássico Corinthians x São
Paulo, times que têm juntos
51% dos torcedores paulistanos, segundo o Datafolha. Forasteiros na maior metrópole
do país, eles põem o jogo na
contramão do fluxo de migrantes em São Paulo, que completou 454 anos anteontem.
Se a presença de migrantes
de outros Estados na cidade diminui e hoje está em 30% dos
moradores (segundo a Fundação Seade), o embate de hoje, às
16h, começa com 15 atletas não
paulistas, ou 68%. Apenas dois,
ou 9%, são da capital: os corintianos André Santos e Dentinho. O IBGE diz que hoje só
cerca de 5% dos adultos de São
Paulo estão na cidade há menos
de cinco anos. No clássico, só
Rogério, entre os estrangeiros,
mora nela há mais tempo.
Prisioneiros da rotina de
treinos, jogos e viagens, muitos
ignoram muito da cidade. Cada
vez mais breves nos clubes em
que jogam, cultivam suas vidas
em torno dos campos em que
treinam. Quando podem, aproveitam um pouco da Paulicéia.
Recém-chegado, William só
anteontem conseguiu alugar
um apartamento perto do Parque São Jorge, na zona leste.
"Todo mundo fala que morar
em uma metrópole com mais
de 10 milhões de habitantes é
uma coisa assustadora. Mas é a
primeira impressão. Quando
você tem a oportunidade de viver aqui, isso se apaga", diz Wil-liam, boleiro diferenciado: fã de
cinema alternativo e teatro.
O zagueiro é desconhecido
da torcida paulistana -em sessão de fotos na Paulista, só um
fã o identificou. O assédio ao rival Richarlyson é maior.
Polêmico, convocado pela seleção e titular do time campeão
brasileiro de 2007, prefere o
paulistaníssimo programa em
shoppings (assim como vários
de seus colegas) pela segurança
e pela variedade de lazer.
"Nesta semana vi "Meu Nome Não é Johnny" e ainda quero ver o novo da Bruna Lombardi", diz ele, que ainda freqüenta peças no teatro de um
shopping em Higienópolis.
"Quando cheguei, sentia medo.
Era muita gente, e eu estava
acostumado à vida no interior."
Quando sai de casa, sabe que
terá de distribuir assinaturas e
cumprimentos. "Gosto de dar
autógrafos. Já fui criança e tive
meus ídolos. Mas tem vezes em
que você dá a mão e pedem o
braço", diz ele, que em Bauru já
saiu com escolta da segurança
devido ao frisson de fãs.
No shopping, deu mais de dez
autógrafos a marmanjos e menininhas, como Ana Carolina
Nigro Barbosa, 11, que mal o
conhece. Sabe que, hoje, ele enfrenta o Corinthians. Assim, já
é parte da cidade.
NA TV - São Paulo x Corinthians
Band e Globo, ao vivo, às 16h
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