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Sharapova conquista título inédito
Tenista comprova recuperação, vence duelo de musas no Aberto da Austrália contra Ivanovic e fatura R$ 2,1 milhões
Mensagem de ex-atleta motiva russa, nº 5 do mundo, que em 2007 foi arrasada na final do torneio e amargou ano de dores e fracassos
DA REPORTAGEM LOCAL
Maria Sharapova provou ontem que superou mesmo a obscura temporada de 2007.
No primeiro Grand Slam do
ano, fez campanha brilhante,
eliminou a tenista número um
do mundo, a belga Justine Henin, e ergueu pela primeira vez
o troféu do Aberto Austrália.
Torneio que no ano passado
serviu como símbolo de sua
queda. Naquela final, a russa foi
arrasada por Serena Williams
(EUA) por 6/1 e 6/2. A partir de
então, sofreu com fracassos e
uma insistente lesão no ombro,
que colocaram em dúvida sua
capacidade de recuperação.
"No ano passado, eu nem
cheguei perto do título", ironizou ela. "É incrível. Se alguém
me dissesse no meio do ano
passado que levaria esse troféu,
eu não acreditaria", afirmou a
bela tenista, que atirou a raquete no chão e se ajoelhou na quadra ao comemorar os 7/5 e 6/3
sobre a sérvia Ana Ivanovic, número dois do mundo e também
uma beldade das quadras.
A tenista soma agora três títulos de Grand Slam -venceu
também em Wimbledon
(2004) e no Aberto dos EUA
(2006). Pela conquista na Austrália, ganhará US$ 1,2 milhão
(cerca de R$ 2,1 milhão).
"No meio do ano passado, eu
tinha muitos pensamentos negativos. Não estava motivada, o
tênis não parecia importante.
Às vezes é duro trabalhar sem
saber quando terá frutos. Era
um quadro difícil [na Austrália], pior do que nunca ter vencido um Grand Slam", disse, referindo-se à rival de ontem, que
permanece agora sem faturar
torneios de primeira linha.
Sharapova e Ivanovic têm os
mesmos 20 anos. Mas a sérvia,
apesar de ser apenas sete meses
mais nova do que a rival, passou
a se aventurar no circuito profissional dois anos mais tarde.
Sua principal conquista foi o
vice de Roland Garros. E a falta
de experiência pesou ontem.
"Eu ainda sou jovem e acho
que terei muitas finais de
Grand Slam pela frente. Dói um
pouco, mas sei que aprenderei
com a derrota", afirmou, emocionada, Ivanovic.
Para superar a sérvia, Sharapova contou com a ajuda de
uma ex-tenista. Pela manhã,
antes da partida, recebeu uma
mensagem de texto da norte-americana Billie Jean King,
campeã de 12 Grand Slams,
uma das maiores atletas da história. "Ela dizia que campeões
se arriscam e que viver a situação de pressão é um privilégio.
Fico feliz de ter aceitado esse
desafio", afirmou Sharapova.
"Quando eu ainda era júnior,
ela deu conselhos aos meus
pais e falou comigo. Agora sempre me dá conselhos. Fiquei
com suas palavras na cabeça
durante o jogo", completou.
Ela se prepara agora para o
desafio de defender a Rússia na
Fed Cup, a versão feminina da
Copa Davis. A estréia será contra Israel, em 2 e 3 de fevereiro.
"Cruzo os dedos porque, pela
primeira vez, não estou doente
nem lesionada após um Grand
Slam. Estou emocionada por
ter essa chance", afirmou ela,
questionada por não ter defendido seu país na competição.
Hoje, às 6h30, o Aberto da
Austrália assiste a outra final. O
sérvio Novak Djokovic, terceiro
do mundo, testa seu favoritismo contra o francês Jo-Wilfried Tsonga, 38º (com ESPN).
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