São Paulo, domingo, 27 de janeiro de 2008

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Sharapova conquista título inédito

Tenista comprova recuperação, vence duelo de musas no Aberto da Austrália contra Ivanovic e fatura R$ 2,1 milhões

Mensagem de ex-atleta motiva russa, nº 5 do mundo, que em 2007 foi arrasada na final do torneio e amargou ano de dores e fracassos

DA REPORTAGEM LOCAL

Maria Sharapova provou ontem que superou mesmo a obscura temporada de 2007.
No primeiro Grand Slam do ano, fez campanha brilhante, eliminou a tenista número um do mundo, a belga Justine Henin, e ergueu pela primeira vez o troféu do Aberto Austrália.
Torneio que no ano passado serviu como símbolo de sua queda. Naquela final, a russa foi arrasada por Serena Williams (EUA) por 6/1 e 6/2. A partir de então, sofreu com fracassos e uma insistente lesão no ombro, que colocaram em dúvida sua capacidade de recuperação.
"No ano passado, eu nem cheguei perto do título", ironizou ela. "É incrível. Se alguém me dissesse no meio do ano passado que levaria esse troféu, eu não acreditaria", afirmou a bela tenista, que atirou a raquete no chão e se ajoelhou na quadra ao comemorar os 7/5 e 6/3 sobre a sérvia Ana Ivanovic, número dois do mundo e também uma beldade das quadras.
A tenista soma agora três títulos de Grand Slam -venceu também em Wimbledon (2004) e no Aberto dos EUA (2006). Pela conquista na Austrália, ganhará US$ 1,2 milhão (cerca de R$ 2,1 milhão).
"No meio do ano passado, eu tinha muitos pensamentos negativos. Não estava motivada, o tênis não parecia importante. Às vezes é duro trabalhar sem saber quando terá frutos. Era um quadro difícil [na Austrália], pior do que nunca ter vencido um Grand Slam", disse, referindo-se à rival de ontem, que permanece agora sem faturar torneios de primeira linha.
Sharapova e Ivanovic têm os mesmos 20 anos. Mas a sérvia, apesar de ser apenas sete meses mais nova do que a rival, passou a se aventurar no circuito profissional dois anos mais tarde.
Sua principal conquista foi o vice de Roland Garros. E a falta de experiência pesou ontem.
"Eu ainda sou jovem e acho que terei muitas finais de Grand Slam pela frente. Dói um pouco, mas sei que aprenderei com a derrota", afirmou, emocionada, Ivanovic.
Para superar a sérvia, Sharapova contou com a ajuda de uma ex-tenista. Pela manhã, antes da partida, recebeu uma mensagem de texto da norte-americana Billie Jean King, campeã de 12 Grand Slams, uma das maiores atletas da história. "Ela dizia que campeões se arriscam e que viver a situação de pressão é um privilégio. Fico feliz de ter aceitado esse desafio", afirmou Sharapova.
"Quando eu ainda era júnior, ela deu conselhos aos meus pais e falou comigo. Agora sempre me dá conselhos. Fiquei com suas palavras na cabeça durante o jogo", completou.
Ela se prepara agora para o desafio de defender a Rússia na Fed Cup, a versão feminina da Copa Davis. A estréia será contra Israel, em 2 e 3 de fevereiro. "Cruzo os dedos porque, pela primeira vez, não estou doente nem lesionada após um Grand Slam. Estou emocionada por ter essa chance", afirmou ela, questionada por não ter defendido seu país na competição.
Hoje, às 6h30, o Aberto da Austrália assiste a outra final. O sérvio Novak Djokovic, terceiro do mundo, testa seu favoritismo contra o francês Jo-Wilfried Tsonga, 38º (com ESPN).


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