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São Paulo, quinta-feira, 27 de fevereiro de 2003

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Com dois atletas expulsos, time bate fora de casa o rival do ABC, que fazia campanha perfeita

Palmeiras acaba com 9 e com o São Caetano 100%

Flávio Florido/Folha Imagem
Palmeirenses festejam gol de Thiago Gentil no jogo em que o time venceu o favorito São Caetano


LÚCIO RIBEIRO
RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O histórico de fracassos do Palmeiras em 2002 deu lugar ontem a uma das vitórias mais épicas do clube. No ABC, diante de um São Caetano 100% com a vantagem do empate, a antes desprestigiada equipe do Palmeiras, mesmo tendo dois jogadores expulsos, venceu por 2 a 0 e avançou às semifinais do Campeonato Paulista.
O goleiro Marcos, como já de costume, e o atacante Thiago Gentil, de forma surpreendente, foram os heróis do time do Parque Antarctica, que terá pela frente seu maior rival, o Corinthians.
Desde o começo do jogo o Palmeiras foi bombardeado. Chutes de Adhemar, arrancadas de Marcinho, apoios de Zé Carlos, avanços de Fábio e Marco Aurélio...
O time de Mário Sérgio dominou totalmente a partida, justificando as seis vitórias em seis jogos no torneio -se vencesse mais cinco jogos, faria a melhor campanha da história do Estadual.
O Palmeiras resistiu com bravura. No primeiro tempo, perdeu Pedro, expulso. No segundo, ficou sem Claudecir, que também recebeu cartão vermelho. De quebra, o técnico Jair Picerni também foi colocado para fora pelo juiz.
Marcos, autor de pelo menos quatro defesas impressionantes, acabou a partida lesionado.
"No jogo de hoje, a gente fez o possível e o impossível", disse o goleiro, que vive a sua melhor forma depois da Copa de 2002.
Thiago Gentil, atacante que veio do Figueirense, entrou no segundo tempo e marcou aos 9min e aos 43min os gols do jogo -o São Caetano havia sido vazado apenas duas vezes em toda a competição.
O jogador tinha poucas expectativas nesta temporada. O Palmeiras apostava em atacantes mais badalados, como Dodô e Leandro, e em revelações, como Vágner e Anselmo. Esses tiveram chances. Gentil, que já teve passagem anterior pelo clube e foi liberado, teve a sua apenas ontem.
"Fiquei um mês e meio parado por contusão. Foi muito bom."
Jair Picerni, profundo conhecedor do São Caetano (como Magrão, Claudecir e Adãozinho), pôs na segunda etapa Gentil e Corrêa. Em minutos, o segundo arrancou pela direita e cruzou para o primeiro, que tocou para o gol vazio.
Foi um dos poucos ataques conscientes da equipe palmeirense, que ficou boa parte do tempo acuada em seu campo. Os minutos finais tiveram tons dramáticos. Nem mesmo a expulsão de um jogador do São Caetano (o lateral Rafael) equilibrou a partida.
Parecia questão de tempo o gol do São Caetano, mas em um contra-ataque rápido Magrão serviu Gentil, que foi impiedoso com o time do ABC. Fez o gol que o lateral-esquerdo Everaldo poderia ter feito duas vezes nos minutos anteriores, quando o São Caetano já estava quase todo no ataque.
O time que caiu para a segunda divisão do Brasileiro no ano passado já está entre os quatro melhores do Estado que possui o atual campeão nacional -esse, aliás, já foi eliminado do torneio.
O Paulista pode não dar acesso a nenhum outro torneio, mas já elevou o moral dos palmeirenses, que fizeram grande festa, cantando à espera do duelo que pode, de fato, "lavar a alma" do Palmeiras.


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