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Clubes europeus acumulam dívida de mais de R$ 15 bi
Levantamento da Uefa mostra que Inglaterra concentra times com maiores rombos, que devem cerca de R$ 9,8 bi
Entidade dirigida por Platini planeja adotar o balanço financeiro como critério para inscrever as equipes em seus torneios a partir de 2012
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Os clubes da Europa acumulam uma dívida bilionária. Levantamento realizado pela Uefa em 1.300 clubes de 53 federações revelou que os times do
continente acumulam uma dívida líquida (descontados os
empréstimos) de 6,3 bilhões,
mais de R$ 15 bilhões.
O valor impressiona por causa dos principais devedores
apontados no trabalho.
Modelo de organização, a liga
inglesa é a que concentra os
clubes com maior débito. No
total, devem cerca de 4 bilhões (R$ 9,8 bilhões).
Os times britânicos detêm
receitas de televisão e comerciais muito superiores aos de
outros países. E a dívida dos
clubes ingleses é ainda maior
que a anunciada pela Uefa, já
que a entidade não levou em
consideração as contas do
Portsmouth e do West Ham.
Esses clubes não tiveram
suas licenças renovadas pela
entidade por causa de suas dificuldades financeiras e não entraram no levantamento. O trabalho da Uefa considerou apenas números da temporada
2007/2008, que já tinham sido
divulgados por todos os clubes.
Só a dívida do Manchester
United beira 850 milhões
(R$ 2,1 bilhões). É avaliada como a maior pela Uefa.
Mesmo com os péssimos resultados financeiros, o time é
um dos maiores vencedores.
Desde que foi comprado pelo
americano Malcolm Glazer em
2005, o Manchester já venceu
três vezes a liga inglesa e uma
vez a Copa dos Campeões.
O trabalho mostra também
que os clubes ingleses usam
seus estádios e suas propriedades como garantia para conseguir mais empréstimos. Essa
estratégia não pode ser usada
pelos times italianos. A maioria
das arenas na Itália é pública.
Apesar do rombo, as receitas
no futebol europeu subiram
10,6%. Porém os custos cresceram para 12,1 bilhões (quase
R$ 30 bilhões), 11,1% a mais do
que na temporada anterior.
O maior investimento das
equipes é com jogadores.
Os ingleses e os espanhóis foram os que mais desembolsaram dinheiro com contratação.
Os clubes dos dois países gastaram juntos 385 milhões (R$
943 milhões). Já os franceses e
os holandeses foram os que
mais ganharam com transferências, somando 185 milhões (R$ 450 milhões).
Os salários dos atletas têm
forte impacto no desequilíbrio
das contas. O custo com pessoal aumentou 18,1%, para 7,1
bilhões. Os custos com salários,
prêmios e taxas sociais representam 61% das despesas globais dos clubes, em média.
O trabalho revela ainda que
47% dos clubes apresentaram
prejuízos. Embora tenha dados
de mais de mil clubes, o estudo
se aprofundou nas contas de
cerca de 650 clubes de todos os
países da primeira e segunda
divisões do continente.
Os detalhes sobre cada país e
clube específicos serão publicados no final do mês. O estudo
da Uefa é uma tentativa do presidente Michel Platini de reduzir a ""irresponsabilidade financeira" no futebol do continente. Ele é crítico dos milionários
empréstimos feitos pelos clubes para contratar reforços.
Platini pretende cobrar carta
limpa dos clubes a partir de
2012 como critério para incluí-
-los nos torneios da entidade.
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