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Patrocínio recorde tem poucas fontes
Quase um terço dos R$ 320 mi que clubes devem faturar em 2010 com espaço nos seus uniformes vem de 4 empresas
Com estratégias diferentes, Hypermarcas, Lupo, BMG e Embratel estampam suas marcas em quase 60 clubes, de pequenos a gigantes
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Nunca os clubes brasileiros
arrecadaram tanto com publicidade em seus uniformes como em 2010. Mas o dinheiro
não jorra de tantas fontes.
Só quatro empresas -Hypermarcas, BMG, Embratel e Lupo- têm contratos para toda a
temporada ou para jogos específicos de quase 60 clubes, ou
mais de 10% de todas as equipes profissionais do país.
Esses superpatrocinadores,
dependendo de negócios que
ainda podem ser fechados, vão
investir no futebol, no mínimo,
R$ 85 milhões, valor que pode
bater nos R$ 100 milhões.
Essa última cifra corresponde a quase um terço de toda a
verba de patrocínio de clubes
prevista para 2010, segundo levantamento da consultoria
Crowe Horwath RCS, que estima em R$ 320 milhões, um recorde nacional, a receita gerada
pelo patrocínio de uniformes.
A estratégia de estampar as
marcas em muitos clubes é a
mesma, mas os superpatrocinadores da bola nacional variam no nível das vitrines para
exposição das suas marcas.
A Hypermarcas, cujo portfólio de negócios vai de produtos
alimentícios até remédios, passando por produtos de higiene,
só quer saber de times da primeira divisão. São R$ 38 milhões para o Corinthians e outros R$ 3 milhões para o Goiás.
Depois de acertar com o Botafogo apenas para a final da Taça
Guanabara, pode estender o
acordo para o resto do ano.
"Os times brasileiros possuem torcidas numerosas, que
vão aos estádios, acompanham
fielmente os jogos na televisão
e literalmente vestem a camisa,
ou seja, trazem grande visibilidade para a marca anunciada",
diz Gabriela Garcia, diretora de
planejamento da Hypermarcas. Ela não revela o peso do patrocínio do futebol no total da
verba de marketing do grupo.
O banco mineiro BMG é mais
agressivo na procura de parceiros. Até o ano passado, apostava em clubes médios, como
Atlético-GO e Coritiba (prossegue com eles em 2010). Também não esqueceu de seu quintal -patrocina vários times pequenos de Minas. Mas a instituição resolveu virar gigante no
patrocínio esportivo em 2010.
São R$ 20 milhões, metade para cada um, destinados a Atlético-MG e Cruzeiro.
Só pelas mangas da camisa
do time do Flamengo o BMG
gastará R$ 8,5 milhões.
Procurado pela reportagem,
o banco não se manifestou.
Mas, em termos de procura
de oportunidades, ninguém se
mexe tanto como a Lupo.
A fabricante de cuecas e
meias, que agora também está
no mercado de produtos esportivos, nem sabe direito quantos
clubes patrocina.
"Acho que em 2010 são quase
30", diz Valquírio Cabral Jr., diretor comercial da empresa.
Nessa conta não entram os
acordos feitos para um só jogo,
como estampar a marca no uniforme do Santos, na estreia de
Robinho, ou no do uruguaio
Racing, no duelo pela Libertadores contra o Corinthians.
Só nos dois primeiros meses
do ano a Lupo gastou R$ 1,8 milhão com patrocínios. Esse valor, na pior das hipóteses, deve
chegar aos R$ 4 milhões no final de 2010. E pode aumentar
muito caso a empresa acerte
um contrato com um time
grande -no ano passado, chegou a fechar negócio com o Palmeiras, mas o clube recuou.
"Estão copiando a gente, e o
mercado está inflacionado", diz
Cabral Jr., sobre a estratégia de
outras empresas apostarem no
patrocínio de vários clubes. O
executivo dá um exemplo. "Em
2009, patrocinamos o Corinthians na estreia do Ronaldo.
Fizemos o mesmo com o Santos na volta do Robinho e pagamos 30% a mais por isso."
A Embratel estampa sua
marca em mais de uma dezena
de clubes de São Paulo e Rio
Grande do Sul. Por meio de sua
assessoria, e empresa se limitou a dizer que faz isso por interesse nesses mercados.
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