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Por igualdade, Canadá engaveta traje high-tech
Maiô é proibido na seletiva olímpica porque nem todos os atletas podem usá-lo
Britânico faz reclamação por suposto favorecimento a nadadores no classificatório local; empresa reconhece que acesso ainda é restrito
DA REPORTAGEM LOCAL
O nadador canadense que
gastou US$ 800 e estava radiante com suas chances na seletiva olímpica após a profusão
de recordes dos últimos meses
terá de esperar para sentir o
efeito no LZR Racer na piscina.
No evento que define o time
do país nos Jogos de Pequim,
no início do próximo mês, o polêmico traje está vetado. Os dirigentes não querem ver nadadores levando vantagem.
A medida poderá ser tomada
também nas competições universitárias dos EUA, que têm
boa parte da elite mundial.
"É mais para garantir a igualdade na seletiva, depois vamos
ver o que fazer", disse Pierre
Lafontaine, dirigente da federação de natação do Canadá.
Ele sugeriu à Fina, responsável pelo esporte em nível mundial, veto à introdução de inovações na natação de seis meses
a um ano antes dos Jogos.
"A única coisa que não queremos é sentir que estamos sendo
tratados de forma diferente, já
que outros países poderiam ter
acesso ao traje. Disseram-nos
que o maiô não está disponível
no mercado. Mas, se não está
disponível, como todo mundo
tem?", questionou Tom Johnson, técnico do campeão mundial dos 100 m livre, o canadense Brent Hayden.
O treinador, no entanto, não
acredita que o acesso tardio ao
maiô irá prejudicar seu pupilo.
O LZR Racer foi lançado neste ano. O Canadá tem acordo
com a Speedo, mas, segundo a
empresa, o time local só receberá os maiôs após a seletiva.
O traje foi utilizado em 13 das
14 quebras de recordes ocorridas desde o mês passado.
Uma das marcas estraçalhadas foi a dos 100 m livre. Alain
Bernard a superou duas vezes e
atingiu 47s50. Ele também
marcou o melhor tempo dos 50
m livre, com 21s50. Tudo isso
em apenas três dias.
Ontem, o australiano Eamon
Sullivan, de LZR Racer, nadou a
distância mais longa em 47s52.
Na Grã-Bretanha, o nadador
veterano Graham Short reclamou para a Fina que alguns
atletas que disputarão vaga em
Pequim na próxima semana
não têm o traje. Eles competirão contra nadadores devidamente equipados com o maiô.
Pela regra internacional, a
empresa fabricante deve garantir que a vestimenta estará disponível a todos os competidores. Esse é um dos pontos que a
federação internacional queria
discutir com a Speedo em reunião no próximo mês.
"Nós demos maiôs à Universidade de Loughborough porque eles nos ajudaram durante
o desenvolvimento e a fabricação deles. Infelizmente, ele não
estará à venda no mercado até
junho. Estamos entregando as
encomendas agora, mas os trajes não estarão à disposição de
todos os atletas que forem à seletiva", informou a empresa.
A federação internacional
também pretende discutir o
material usado na fabricação
do novo traje. Existem reclamações de que ele aumentaria a
flutuabilidade do nadador.
Com agências internacionais
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