São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 2008

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Pato entra e, com golaço, arranca elogio de Dunga

Atacante marca seu primeiro gol pela seleção e confirma excelência em estréias

Brasil 1
Suécia 0

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Pelé precisou de 32 minutos. Ronaldo, de 51. Para Alexandre Pato, bastaram somente 12.
Foi esse tempo que a maior promessa do futebol brasileiro precisou para marcar seu primeiro gol pela seleção brasileira principal, superando com folga outros dois artilheiros precoces do time nacional.
E o jogo estava longe se ser uma barbada, como foi a Islândia, em Santa Catarina, para Ronaldo em 1994. Mas também não chegou a ser um clássico com derrota para a Argentina, como Pelé em 1957.
Em Londres, o Brasil fazia um empate arrastado com a Suécia, seleção classificada para a próxima Eurocopa, sem gols quando Pato, 18, entrou em campo no segundo tempo para fazer o tento da vitória.
E também não foi um desses gols fáceis de fazer e de esquecer. Um chute quase da lateral do campo, com precisão cirúrgica, que entrou bem de leve no gol defendido pelos suecos.
Ele manteve assim a sua sina de estréia arrebatadoras. Foi assim quando fez seu primeiro jogo como profissional, quando marcou gol e deu passes sensacionais na vitória do Internacional sobre o Palmeiras no Parque Antarctica. Foi assim também na primeira partida com a camisa do Milan, quando marcou outro golaço, contra o Napoli, no estádio San Siro.
"Para um atacante é importante fazer gols. Numa estréia, ainda mais", afirmou o técnico Dunga, que elogiou Pato por toda jogada do seu belo gol. "Na Itália ele evoluiu muito, aprendeu a marcar. E foi o que aconteceu no gol, quando pressionou o goleiro e roubou a bola."
O Brasil teve seus melhores momentos no primeiro tempo quando a bola passava pelos pés de Diego, como em um lançamento preciso para Júlio Baptista, que, livre dentro da área, chutou em cima do goleiro sueco. Os escandinavos tinham suas melhores chances nos contra-ataques -em um deles Rosenberg, carregou a bola por quase todo o campo, mas chutou para fora.
Na volta para o segundo tempo, os 11 reservas, todos com idade olímpica, permaneceram no banco, desacompanhados de Dunga, que cumpriu o segundo e último jogo amistoso de suspensão por causa da sua expulsão em jogo contra o México, no ano passado.
Antes dos 5min, Pato foi para o aquecimento, junto com Anderson e Hernanes. Aos 10min, a torcida começou a pedir a entrada dele. E dessa vez Dunga, mesmo com o jogo totalmente indefinido, resolveu apostar nos garotos, colocando Pato e Anderson, 19, aos 15 minutos.
E Pato confirmou que suas estréias são um sucesso.
Aos 27min, o goleiro Shaaban, que havia entrado no segundo tempo, saiu de forma estabanada e deixou a bola nos pés de Pato, quase na lateral do campo. Não demorou para chutar de canhota, por cobertura, e marcar o gol. Comemorou com um soco no ar, como Pelé, e depois mimou a namorada, Stephany Britto, fazendo um coração com as mãos.
Dunga resolveu ousar e recheou o time de outros olímpicos, como Hernanes, Thiago Neves e Marcelo. E a pasmaceira do primeiro tempo acabou de vez. O Brasil criou seguidas oportunidades. No final, foi a vez de Júlio César aparecer para garantir a vitória, a segunda por 1 a 0 em 2008.
A seleção volta a campo pelas eliminatórias em junho, quando enfrenta Argentina e Paraguai. Antes, pode fazer outros dois confrontos amistosos.


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