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Em 4 anos, Keirrison valoriza 30.500%
Contratado por R$ 500 mil em 2005, artilheiro palmeirense tem multa rescisória de R$ 152,5 milhões
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Desde que se profissionalizou, em 2005, o atacante palmeirense Keirrison, 20, artilheiro do Paulista (12 gols), teve
valorização dos direitos sobre
sua transferência de 30.500%.
No mesmo período, a inflação
foi de pouco mais de 20%.
A multa rescisória no contrato está fixada em 50 milhões
(R$ 152,5 milhões) para uma
saída do Parque Antarctica para o exterior. Quando o atacante tinha 16 anos, empresários
pagaram R$ 500 mil para ficar
com a maioria dos direitos sobre uma futura negociação.
Atual detentora de 80% sobre o atleta, a Traffic diz que ele
não sai do Brasil nesta temporada. Seus agentes e o Palmeiras pensam em mantê-lo no
clube alviverde pelo menos até
a Copa-2010. Mas a transferência só será decidida por ele.
"Sempre sou eu. Quem assina o documento final sou eu. É
o certo. Ninguém deve depender dos outros [para essa decisão]. Fica parecendo um objeto", contou Keirrison à Folha.
Em sua primeira transferência, o atacante ainda não tinha
idade para decidir, pois era menor. Seu pai acertou com os
empresários Naor e Marcos
Malaquias sua contratação do
Cene, de Mato Grosso do Sul.
A liberação saiu por R$ 200
mil. Com outros gastos somados, os agentes tiveram que desembolsar R$ 500 mil para assinar contrato de procuração
com o jogador e levá-lo às categorias de base do Coritiba.
Ficaram com 80% sobre os
direitos sobre transferência do
atleta, enquanto o clube paranaense tinha o restante.
"Ouvimos falar dele por um
olheiro. Depois, também ouvimos no Rio de Janeiro, no Flamengo, que estava interessado
no jogador. Só que o clube [rubro-negro] achou muito caro.
Fomos visitar o Cene e fechamos", contou Naor Malaquias.
Ele também é empresário do
zagueiro Henrique, que, por
meio da Traffic, chegou ao Palmeiras do Coritiba, mas saiu
poucos meses depois em negociação com o Barcelona.
Naor disse que isso não deve
se repetir com Keirrison. Ele
ressaltou que tem esperado "o
tempo certo" para fazer as
transferências do jogador.
O artilheiro palmeirense foi
levado pelos seus empresários
para o Coritiba, onde assinou o
seu primeiro contrato profissional. Recebia salário igual ao
dos outros atletas da divisão da
base, ou seja, o mínimo.
No time principal do Coritiba em 2006, projetou-se no
ano seguinte. Foi o artilheiro
de sua equipe na Série B.
Sua explosão, porém, veio no
ano passado, quando cravou a
artilharia do Brasileiro, com 21
gols, ao lado de Washington,
então no Fluminense, e Kléber
Pereira, do Santos.
Ao final de 2008, a Traffic fechou com Keirrison um contrato de quatro anos, por meio
do Desportivo Brasil. Comprou
dos empresários os direitos sobre o jogador. Em seguida, ele
foi emprestado para jogar no
Palmeiras, que detém 20% dos
direitos. Ainda foi necessário
pagar um valor ao Coritiba para liberá-lo antes de abril.
Para clubes brasileiros, sua
multa rescisória foi fixada em
pouco de mais de R$ 50 milhões. Explica-se: o limite máximo pela lei é de todos seus
vencimentos em dez anos.
Nem Traffic nem Palmeiras
dizem se aceitariam proposta
inferior à da multa rescisória.
"É um valor [R$ 152 milhões]
para o clube ter uma garantia.
Por isso, é alta", contou Naor.
No caso de Keirrison, a "garantia" é maior, por exemplo,
do que a do Santos com Neymar ou a do São Paulo com
Hernanes. Sua média acima de
um gol por partida na temporada explica essa diferença.
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