Times apelam contra uso de difusores por rivais, e resultado do 1º GP deve ser oficializado só após o 2º

Peça que dá estabilidade ao carro, questionada por 3 equipes, é aceita pela FIA, porém Williams, Brawn e Toyota ainda correm risco

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MELBOURNE

Menos de uma semana depois da polêmica sobre o muda não-muda em seu sistema de pontuação, a F-1 se viu de novo tomada por outra controvérsia. Desta vez, o resultado pode significar a definição do ganhador do GP da Austrália, abertura do Mundial, no tapetão.
O motivo é que, após semanas de debates sobre a legalidade dos difusores usados por Brawn GP, Williams e Toyota, três de suas rivais entraram com um protesto junto à FIA depois da vistoria obrigatória que deu o aval para o trio.
Insatisfeitas, Ferrari, Red Bull e Renault protestaram, foram derrotadas e imediatamente recorreram da decisão. Isso significa que, caso o vencedor da corrida de domingo seja o carro de uma das três equipes, ele estará sub judice.
A alegação das insatisfeitas é que os difusores usados pelo trio não se enquadram no regulamento técnico da categoria por serem mais altos do que o permitido -a BMW também chegou a reclamar, mas seu pedido foi rejeitado porque não foi completado a tempo.
Representantes dos times foram ao edifício da direção de prova para prestar esclarecimentos aos comissários Radovan Novak, Olafur Gudmundsson e Steve Chopping sobre os difusores, localizados na traseira dos carros e que servem para dar mais estabilidade, melhorando a pressão aerodinâmica.
Após o encontro, que demorou mais de quatro horas, a entidade que comanda o automobilismo declarou, novamente, que os carros estavam legais.
Derrotadas, Ferrari, Red Bull e Renault já manifestaram intenção em apelar da decisão.
Elas tem agora cinco dias para fazer a reclamação formal à Corte de Apelações da FIA.
O julgamento deste recurso, no entanto, deve ocorrer, na melhor das hipóteses, depois do GP da Malásia, no dia 5.
"Respeitamos o direito de nossos adversários, mas obviamente os comissários entenderam nossos argumentos e confirmaram o que sabíamos", disse Ross Brawn, da Brawn GP (ex-Honda), sensação da pré-temporada. "Finalmente podemos nos concentrar em correr. Mas só saberemos onde vamos estar no fim da classificação," completou o dirigente.
O treino que define o grid do GP da Austrália começa às 3h de amanhã (horário de Brasília) -a corrida, na madrugada de domingo, é também às 3h.
"O que me deixa tranquilo é que qualquer carro que se mostrou muito superior aos outros na história da F-1 sempre gerou conversas de que estaria fora do regulamento", disse Rubens Barrichello, da Brawn GP.