São Paulo, domingo, 27 de março de 2011

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Nem de graça

Com excesso de cortesias e baixa média de público, equipes do Novo Basquete Brasil amargam prejuízo na fase de classificação do torneio

DANIEL BRITO
DE SÃO PAULO

Torcedor que paga ingresso para assistir aos jogos do NBB (Novo Basquete Brasil) no ginásio é exceção.
Onze dos 15 times participantes do campeonato adulto masculino de basquete permitem que mais de 50% do seu público tenha acesso gratuito às arquibancadas. Ainda assim, a média de espectadores por jogo é baixa.
O time do Brasília, cujo elenco, atual campeão do NBB, conta com três jogadores da seleção brasileira, acumula média de 2.024 torcedores por apresentação. Destes, 52% entraram sem pagar.
Na outra ponta do ranking, o Paulistano leva, em geral, 162 pessoas a seu ginásio, apesar da gratuidade da entrada a quem for ao tradicional clube da capital.
Assim como o Pinheiros, que na quinta-feira reeditou a final do Paulista contra o Limeira, e não conseguiu reunir mais que 200 espectadores. Tem média de 239 torcedores e é o 11º no ranking das maiores frequências do NBB.
A lista foi feita com base na análise de 182 borderôs dos jogos publicados no site do torneio (www.liganacionaldebasquete.com.br).
Baixa frequência é um problema crônico do basquete nacional, mas nunca confirmada em números. A CBB (Confederação Brasileira de Basquete) não disponibiliza em sua página na internet os números das bilheterias de competições passadas.
A LBF (Liga de Basquete Feminino), por exemplo, apelou para claque de estudantes para encher o ginásio na final entre São Caetano e Ourinhos, em fevereiro, em São José dos Campos.
A divulgação dos dados do NBB, no entanto, não representa exatidão nos números.
A maioria dos jogos registra a incrível coincidência de ter números redondos. O campeão neste quesito é o Joinville, que em 11 dos 12 jogos em Santa Catarina marcou as estatísticas fechadas.
Em 55 das 182 partidas avaliadas, o número de convidados superava o de pagantes. Até a 11ª rodada do segundo turno, só cinco duelos reuniram mais de mil pagantes. O Flamengo, que costuma estar no topo das listas das torcidas mais assíduas no futebol, não consegue juntar mais que 600 torcedores nas partidas de basquete.
"Em campeonatos passados, eu via mais público, mas a torcida do Flamengo continua nos acompanhando", confirmou o ala Marcelinho, cestinha do campeonato.
"A primeira fase é deficitária", admitiu Cristina Callou, vice de esportes olímpicos do Flamengo. "Mas um jogo com 4.000 mil pagantes já cobre prejuízo", explicou-se.
Tradicional reduto da modalidade, Franca libera a entrada de 71% de seus torcedores no ginásio. "Muita gente dá carteirada. Mas tem, também, o sócio-torcedor, que entra como convidado", justificou Luís Carlos Teixeira, presidente do Franca.
O sócio-torcedor paga R$ 35 mensais e pode assistir a todos os jogos em casa.
Kouros Monadjemi, presidente da LNB, não vê problemas no público do torneio.
"Nosso público só cresce. De forma moderada, mas cresce", afirmou Monadjemi. "Mas ainda não dá para a equipe ter sua política de renda voltada exclusivamente para a bilheteria", admitiu.
Ele acrescentou que as transmissões de TV tem bons índices de audiência, mas não apresentou números.


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