DA REPORTAGEM LOCAL

Quebrar a hegemonia de norte-americanas e australianas no surfe feminino. É com esse objetivo que as brasileiras Maria Tita Tavares e Jacqueline Silva participam hoje, nas Ilhas Fiji, do Roxy Surf Jam, etapa de abertura do WCT (World Championship Tour) feminino de 2001.
Nos últimos sete anos, o circuito da primeira divisão foi vencido por apenas duas atletas -a norte-americana Lisa Andersen, tetracampeã mundial de 1994 a 1997, já fora do circuito, e a australiana Layne Beachley, atual tricampeã.
Mais que isso. Desde a estréia da versão feminina do WCT, em 1977, atletas dos Estados Unidos venceram 15 campeonatos, contra oito triunfos da Austrália.
A única vez que uma surfista de outro país conseguiu quebrar esta hegemonia foi na edição de 1987, quando a sul-africana Wendy Botha sagrou-se campeã do circuito.
Neste ano, o Brasil voltará a ter duas representantes na primeira divisão do surfe mundial, o que não acontecia desde 1999.
No ano passado, apenas Tita Tavares, 25, de apenas 1,50 m, quarta colocada no ranking mundial, disputou o circuito do WCT.
Em 2000, a cearense viveu seu melhor ano no circuito. Foi campeã do WQS (World Qualifying Series), a divisão que dá acesso ao WCT, e venceu também o Super Surf, que vale como Campeonato Brasileiro da modalidade.
Tita terminou o ano na quarta colocação, a melhor de toda sua carreira -ela fez sua estréia na primeira divisão em 1999, quando terminou com o sexto posto.
Sua melhor colocação em provas do WCT foi na etapa do Havaí, em 1999, quando terminou na segunda posição na competição disputada na Ilha de Maui.
Além dela, a outra representante do país será Jacqueline Silva, 22, que, depois de ficar um ano afastada, volta a participar da elite mundial. Em 2000, a surfista catarinense foi vice-campeã do WQS e do Super Surf -nas duas competições ficou atrás de Tita.
Sua melhor colocação no ranking mundial foi ao final de 1999, quando terminou no 13º lugar.
Participam do torneio que começa hoje, na Ilha Tavarua, as 15 principais surfistas do mundo, além de uma atleta convidada.
As disputas neste primeiro evento do circuito acontecerão em baterias de apenas duas surfistas, uma contra a outra.
A vencedora avança, e as perdedoras disputam uma repescagem -no WCT masculino, as baterias são de três atletas, e os segundos participam da repescagem.
O Roxy Surf Jam distribuirá US$ 60 mil em prêmios, recorde de premiação em campeonatos femininos de surfe, além de pontos para o ranking mundial.
A vencedora do primeiro WCT do ano receberá um prêmio de US$ 10 mil, e a segunda colocada terá direito a US$ 6.000. O torneio vai até a próxima sexta-feira.


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