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AÇÃO
Nem o céu é o limite
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Danny Way e Bob Burnquist
vêm promovendo revolução
no skate. Quem pôde observar as
proezas deles, em especial neste
último ano, não resiste à primeira
análise condenando-os como malucos, mas a história é antiga e
permeada por altas doses de evolução técnica, profissionalismo e
progressivas quebras de limite.
A trajetória é parecida. Na época de amador, já se destacavam.
Danny Way ganhou fama desde
cedo projetado pelos vídeos de divulgação dos patrocinadores Powel Peralta e H-Street, que apresentaram o garoto da Califórnia
como sucessor de Tony Hawk. Já
Bob, no Brasil, com menos grana
e visibilidade, conquistou espaço
como líder de uma turma chamada Ultra Boys, responsável pela
renovação do skate vertical no
país. Sua maior arma foi conceber o switchstance, técnica de andar com a base trocada, revolução que foi mundialmente reconhecida nos anos 90 com a vitória
no Slam City Jam, a etapa canadense e das mais tradicionais.
A resposta de Danny veio, e em
1997 o mundo ficou chocado com
um drop gigante no ar, partindo
de um helicóptero e caindo num
half pipe de proporções enormes.
Já Bob inventou novas manobras, quase em escala industrial, e
chamou atenção para a construção do maior, mais perfeito e inovador half pipe no quintal de sua
casa. Na seqüência, venceu um
desafio para a TV que reunia skatistas com objetivo comum de
construir um obstáculo inédito.
Bob vence Danny com a transposição de um looping com um buraco no teto de base trocada.
Danny fica ligeiramente recalcado e decide renovar os padrões
vigentes com a construção de
uma megarrampa de 60 pés de
drop rumo a um quarter pipe que
o projeta para um aéreo gigante.
E obtém dois recordes: distância e
altura. Estava aí sacramentado o
conceito dos big airs, projetando o
esporte para a grande audiência
na TV. A experiência rendeu frutos, e recentemente Danny fez a
China parar ao transpor a Grande Muralha. Alguns haviam tentando de bike ou moto, deixando
a vida como pagamento. Danny
estudou o local e projetou sua
rampa de maneira exata. Fraturou o pé na primeira tentativa de
atravessá-la, não desistiu, enfrentou a dor e, com a adrenalina necessária, concluiu o jump.
Bob, que já freqüentava as sessões da megarrampa, alimentava
uma nova paixão, o skydiving.
Motivado por mais um desafio
pessoal, associado a um grande
canal de TV, realizou o feito no
Grand Canyon, combinando skate e pára-quedismo a 1.600 pés.
Danny nunca esteve tão motivado e, na semana passada,
aprontou outra: jogou-se do alto
da guitarra do Hard Rock Café de
Las Vegas, num bomb drop de
mais de 80 pés de altura, o maior
e mais insano drop do mundo.
Entre o ponto em que ele se atira
sobre o topo da guitarra e a rampa havia um vazio de 20 pés.
Danny nunca esteve tão perto
de Bob como agora. Eles têm parceria em que trocam experiências,
técnica, realizações e amizade, visando se divertir juntos e buscando o máximo de evolução. Cada
um por si já bastaria. Com os dois
juntos, onde irão parar?
Surfebem
O surfe tem motivado os internos da Febem. Dois alunos tiveram a 1ª
aula ontem com Daniks Fischer, em São Vicente, SP.
Brasileiro de skate no Ceará
Começam hoje, em Sobral, os Jogos de Ação. A ESPN Brasil exibe.
Escalada esportiva
Os brasileiros André Berezoski e Janine Cardoso disputam a partir
de amanhã a primeira etapa da Copa do Mundo, na Bélgica.
Mundial de surfe - WQS
Ondas de 5 pés, temperatura de 5C e etapa 5 estrelas marcam a estréia da Escócia no Tour, que irá ainda a Sri Lanka e Ilhas Canárias.
E-mail sarli@trip.com.br
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