São Paulo, quinta-feira, 27 de abril de 2006

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FUTEBOL

River ganha por 3 a 2, mas Monumental se cala com o volante Xavier, que marcou aos 47min do segundo tempo

Reserva faz Corinthians festejar derrota

EDUARDO ARRUDA
ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES

No Corinthians milionário da MSI, recheado de argentinos, foi Xavier, um mero reserva, que manteve viva a esperança de o time se classificar para as quartas-de-final da Libertadores.
Aos 47min, ele marcou, de cabeça, o segundo gol dos brasileiros na derrota por 3 a 2, ontem, no Monumental de Núñez.
O gol de Xavier, que só entrou por causa da expulsão do argentino Mascherano, considerado uma das armas corintianas no torneio, levou o time paulista a comemorar como se tivesse vencido. Para o River, sobrou uma discussão entre os jogadores e o silêncio de sua fanática torcida.
Agora uma vitória por 1 a 0 ou 2 a 1, na quinta, no Pacaembu, classifica os corintianos. Se o time brasileiro devolver o placar, leva a decisão da vaga para os pênaltis.
"Jogando como jogou na Argentina, o Corinthians pode se classificar", disse Tevez, que por menos de meia hora sentiu o gosto de se vingar da torcida que mais o hostiliza. Ele fez 1 a 0.
Antes do jogo, o atacante disse que dificilmente ficará no Brasil após a Copa. Sua preferência é jogar na Espanha. Kia Joorabchian, da MSI, afirma que ele não sai.
Carlitos chegou a vislumbrar um futuro sombrio na Libertadores, com o terceiro gol do River, marcado pelo zagueiro Gerlo, num chute após confusão na área.
Tevez teria tido ao menos um momento a mais felicidade no Monumental de Núñez não fosse um erro grosseiro do juiz paraguaio Carlos Amarilla, que estará na Copa do Mundo. Ele anulou um gol de Carlitos, de cabeça, anotando impedimento do corintiano. Porém a bola foi tocada por um adversário, o que descaracteriza o impedimento.
O gol de Xavier esfriou a vingança do técnico Daniel Passarel-la diante de seu ex-clube. Ele cobra dos corintianos uma dívida por ter seu contrato rescindido quando dirigia o Corinthians.
A pressão sobre Tevez começou antes do jogo. A revista feita pelo River para divulgar a partida previa que o ex-jogador do arqui-rival Boca Juniors sentiria todo o rigor de cada atleta e torcedor.
Ao mesmo tempo, pedia um tratamento de "ídolo da casa" ao volante Mascherano. Foi uma profecia. O volante corintiano deixou o jogo como herói do River. Recebeu aplausos e teve o nome gritado pela torcida argentina ao ser expulso no segundo tempo.
O tal rigor foi sentido por Tevez logo aos 3min, quando foi marcado por dois adversários e acabou desarmado pelo segundo, de maneira brusca, mas sem falta.
Aos 15min, com um só drible,Carlitos deslocou dois rivais e deixou o terceiro sem ação. Tocou à direita do goleiro Lux e fez 1 a 0.
Aos 26min, após a bola bater na cabeça de Marcelo Mattos, Farias acertou uma bicicleta. Betão falhou ao tentar marcá-lo: 1 a 1.
O River precisou de mais cinco minutos para virar o placar. Ferrari driblou Rubens Júnior e tocou na saída de Sílvio Luiz para fazer 2 a 1. Além do erro da arbitragem, o resultado poderia ter sido melhor para os corintianos se Coelho tivesse acertado o gol em vez da trave no segundo tempo.
Antes do jogo decisivo, o Corinthians atua pelo Brasileiro no domingo, fora, contra a Ponte Preta.


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